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Durante dois dias e duas noites, o artista quase não dormiu.
Pintou incessantemente em preto, branco e cinza, tons que
não carregavam vida.
Guernica avançou rapidamente. Enquanto pintava, porem,
Picasso pensava e pensava seu projeto, como se o ato de
pintar o ajudasse a refletir.
Ele achava que não devia esconder nada. O braço de um
homem já estava lá, desde o nascimento da obra, com a arma
quebrada e a flor brotando do punho serrado. Talvez fosse um
combatente da liberdade, impotente diante dos bombardeiros.
Mutilado.

Picasso e o Guernica Where stories live. Discover now