A droga do clichê!

11.1K 908 216
                                    

Não revisado, desculpem os erros!

Eu nunca fui um adolescente sonhador. Aquele típico garoto que espera um príncipe em um cavalo, casamento pomposo com um belo terno branco, um namorado para noivar, casar, ter filhos, e por último; para a vida inteira.

Porém, contrariando todos os meus sonhos - ou a falta deles- minha vida sempre se encaminhou para ser digna de um comercial de manteiga. A começar pelo meu marido.

Jungkook era o respectivo jogador, pegador, popular e todos os adjetivos que compõe um bom clichê. E eu...Era o nerd desengonçado que preferia um bom livro a músculos e pegações em baladas repletas de adolescentes bêbados desejando viver o que de melhor a vida tem para oferecer.

A primeira vez que nos falamos foi quando ele participou de um dueto musical comigo, acontece que suas notas não eram das melhores e se ele quisesse manter o sonho de ser um jogador profissional, tarefas extra curriculares precisariam ser adicionadas a sua grade de estudos.

Não preciso lhes dizer que apesar de sermos de mundos diferentes, tínhamos muitas coisas em comum. Jungkook adorava tocar violão e embora eu cantasse bem era a dança que me motivava. Assim que mesmo após o fim dos ensaios e apresentações nos encontrávamos para cantar e dançar sobre a lua e as estrelas.

Logo eu não imaginava minha monótona vida sem ele, já não precisava de desculpas para desejar vê-lo, pois eu o procurava em cada conquista minha, ou simplesmente para jogar conversa fora nas madrugadas regadas a insônia.

Meses depois me encontrava perdidamente apaixonado pelo casa nova da escola, e qual não foi minha surpresa quando descobri ser recíproco? Meu casamento aconteceu exatamente como descrevi acima, excerto o cavalo rsrs, aquele dia foi o mais feliz da minha vida, e quando alguém relata isso ao observar seus álbuns de casamento pode acreditar não ser um eufemismo.

Anos depois e aquele sentimento ainda permanecia lá e só se intensificava, chegou ao ponto de não caber no peito quando a notícia de que um pedaço nosso estava dentro de mim. Meu Jeontan veio para completar o que já era perfeito.

Entretanto, olhando agora para o papel em minhas mãos, talvez esta plenitude só existia em minha cabeça.

- isto é um pedido de divórcio?

Vejo-o aquiescer com a cabeça, provavelmente sem a total coragem de me olhar nos olhos e pronunciar um firme "sim".

Uma lágrima solitária desliza em minha face, mas logo limpo-a sem deixá-lo vislumbrar minha fraqueza. Então volto a mente para meses anteriores, as semanas sem que me procurasse mesmo dormindo na mesma cama, contudo eu sempre justificativa com o cansaço do trabalho.

As noites em que chegava tarde e bêbado...O tempo em que sequer trocamos um beijo apaixonado.

- você está gostando de outra pessoa?

Um longo silêncio se faz presente e quase acreditei que sua resposta nunca viria.

— eu nunca te trai, nunca toquei em outra pessoa.

- não foi isso que perguntei.

Jungkook passa as mãos pelos fios e os puxa levemente, um gesto de claro nervosismo que por anos achei adorável, mas que agora quebrava meu coração em vários pedaços.

— eu não sei Tae...Estou confuso...Eu... não achei que poderia sentir o que senti por você na adolescência.

- a quanto tempo?

— alguns meses...um ano? Não sei ao certo, só se fez claro para mim semanas atrás.

- porque não me contar assim que descobriu?

— acha que é fácil? Porra Tae, nós temos uma vida juntos, e eu sei que sempre vou te amar, só não tenho certeza se ainda sou apaixonado por você...Me perdoa, não é uma escolha minha...Eu queria arrancar isso de mim, me machucar a ter que te ver sofrer, você é minha família, o pai do meu filho. E eu sei que tinha que ficar com vo-

- não termine a frase, não quero ninguém comigo por um senso de dever. Terminar esse relacionamento foi a coisa mais digna que você poderia fazer por nós. Eu me auto basto Jungkook, e não aceito migalhas, não quero menos que tudo. Todavia, existe uma criança envolvida, e pelo meu filho eu sou capaz de qualquer coisa.

— ele não vai deixar de ser meu filho, sempre vou dar tudo que puder pra ele e-

- eu assino com algumas condições.

— quais?

Então peguei o papel e enumerei todas as cláusulas do prenúncio do fim.

Cordas De Amor.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant