XIX

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A única luz que iluminava aquele cômodo era a que provinha da janela. O lugar estava silencioso, e, mesmo que sujo e desarrumado como Jeonghan se lembrava das poucas vezes que parou para observá-lo, era extremamente familiar para si. Seus pulsos estavam doendo a mais de vinte minutos assim como sua cabeça - onde ele sentia um filete de sangue escorrendo. A cadeira a qual estava amarrado não era nem um pouco confortável, mas não podia exigir muito da situação em que se encontrava.

    Fazia um pouco mais de meia hora que Jeonghan tinha acordado dentro daquele lugar, não fazia ideia de quem havia o sequestrado porque desde o momento em que abriu os olhos se viu completamente sozinho e amordaçado, sem chances de pedir ajuda.

   Cansado de tentar se soltar, Jeonghan observava todos os detalhes a sua volta tentando achar algo que pudesse lhe ajudar. Uma lástima que não conseguia enxergar mais que dois metros a sua frente. Passou a se fazer perguntas sobre o que iria acontecer dali para frente. Não queria ser usado como isca e fazer com que Seungcheol ficasse machucado.

    Torcia para que Seungkwan traduzisse aquela mensagem de texto de Soonyoung antes que o assassino metido a psicopata conseguisse colocar suas mãos sobre o Choi.

    Havia algo incomum naquele lugar, algo que Jeonghan tinha certeza de que não existia desde a primeira vez que havia estado lá. Um cheiro forte do qual Jeonghan sabia a origem. Tinha uma breve noção do que aquele cheiro significava, mas não queria realmente acreditar que aquele seria seu destino.

    Só restava torcer para que alguém percebesse sua ausência.

**

- Eu não gosto desse clima. - Wonwoo sussurrou ao fechar o zíper de sua mala. Ele estava arrumando suas coisas com a ajuda de Mingyu para irem o mais rápido possível ao aeroporto. Toda aquela tensão estava sendo terrível. O medo que pairava no ar tornava tudo ainda pior para eles. Não tinha como se manter positivo em uma situação daquelas.

- Duvido que alguém esteja gostando.

- Eu não consigo nem mesmo imaginar como o Cheol está se sentindo.

- Eu enlouqueceria. Ficaria maluco se alguém colocasse as mãos em você. - o garoto alto sussurrou. Se jogou na cama de seu namorado vendo-o colocar a mala perto da porta.

- Não se preocupe, o alvo não está nas minhas costas.

- E espero que nunca esteja. - Wonwoo se deitou sobre Mingyu. Depositou um beijo em seu maxilar.

- Você é tudo pra mim.

- Não mais do que você é para mim.

- Estou com medo.

Mingyu piscou surpreso pela confissão do namorado.

- Medo do que?

- Já ficou claro que esse assassino não se importa de machucar outras pessoas para atingir Seungcheol. Essa pessoa não pode ser você.

- Wonwoo...

- Só me promete que vai ficar bem.

Estranhamente Mingyu sentiu seus olhos lacrimejarem. Ele compreendia o medo do outro.

- Ficarei bem junto de você. Estaremos seguros assim que voltarmos para a Coreia.

- Te amo.

- Te amo muito.

A carícia que Wonwoo havia começado na bochecha do mais alto foi interrompida por batidas abruptas na porta do quarto. Eles se olharam, evidentemente preocupados, pois quem iria bater no quarto de Wonwoo tão tarde.

Le RoseyWhere stories live. Discover now