O Elo - Capitulo VI

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Fui pego de surpresa, confesso. Nunca imaginei que um garoto como ele, digamos que ele aparenta ser o tipo hétero, mas aquele tipo hétero que é hétero mesmo, e fofo ao mesmo tempo, eu nunca imaginei que ele estaria a fim de mim. Mas acho que já deixei bem claro a minha quedinha por ele, que agora, ele aumentou tudo. Não que eu seja do tipo fácil, que qualquer um pode conquistar. Não, pelo contrario, nunca me entreguei pra ninguém. Obvio que já tive vários namorados isso e aquilo. Mas me entregar mesmo de corpo e alma, nunca aconteceu. Não tenho vergonha de dizer, sou virgem. Não. Na realidade, tenho orgulho. Pois na atualidade que vivemos, onde as crianças, isso mesmo "crianças" estão perdendo suas virtudes o mais cedo possível, acho que eu sou um daqueles casos raros de pessoas que quer se entregar a pessoa certa, no momento certo. Eu sou desse tipo.

Mas o estranho foi que, quando ele me beijou, eu aceitei, e continuei. Estava nem ai se alguém estava vendo ou não. Eu me  sentir protegido nos braços dele. Não sei se isso é coisa de lobo da parte dele, que consegue o que quer, ou se eu já estava realmente apaixonado por ele e queria poder viver isso. Quem não se apaixonaria pelo cara que salvou sua vida já duas vezes? Quem não se apaixonaria por alguém que sorri pra você de uma forma que ninguém nunca sorrio antes? Que olha para você de uma forma que ninguém nunca olhou antes. Verdade que eu conheço ele a pouco menos de uma semana. Mas quer saber? Jogarei tudo para o alto e ai já era.

Depois de um tempinho, ali, abraçado a ele, sentindo o gosto dos lábios dele, ele interrompeu o beijo e me aninhou no peito dele. Eu apenas fechei os olhos e o sentir acariciando meu cabelo. Acho que estava mais do que na cara a minha felicidade.

— Desculpa. – falou ele.

— Pelo o que? – perguntei.

— Ter sido tão direto.

— Sem nenhum problema.

— Isso não é estranho para você? – ele perguntou.

— Seria. Se eu não tivesse gostando de você. – falei com um pouco de vergonha.

— Então minha coisa de lobo, digamos, minha paixão é correspondida?

— Tecnicamente sim. – falei, querendo não admitir – Mas como você faz isso?

— Eu há algum tempo, vinha tendo sonhos com você. E nós lobos sabemos que nessa época, quando temos sonhos repetidamente com alguma pessoa, quer dizer algo. Não sabemos de fato o que, mas eu tive os meus com você, e então descobrir por mim mesmo o que era. Quando te vi naquela sala de aula pela primeira vez, meu coração foi ate a boca. E eu não tinha esquecido caneta nenhuma, foi só um pretexto para confirmar.

— Como?

— A partir do toque. Quando você tocou minha mão, eu sentir que estava ligado a você.

— Hum. – falei confuso – Muita coisa para eu absorver em um só dia.

— Eu entendo isso.

— E como ficamos? – falei receoso – Porque vou confessar para você, nunca me sentir assim antes por ninguém.

— Isso depende de você. – falou ele – Eu não sei como explicar sabe, já ouviu falar em Imprinting?

— Vai dizer que isso realmente é verdade igual na Saga Crepúsculo? – falei segurando uma risada.

— Por mais inacreditável que seja, isso é verdade.

Fiquei pasmo.

Para quem não assistiu Crepúsculo, o Jacob teve esse tal de Imprinting com a Renesmee, quando ele a pegou no colo pela primeira vez, descobriu que seria o seu eterno protetor, enquanto ela fosse criança, e que após ela crescer, isso se transformaria em um amor verdadeiro.

— "A gravidade da Terra não me prendia mais ao lugar em que eu estava. Agora era a garotinha nos braços da vampira loura que me mantinha ali. Renesmee." – falei exatamente as mesmas palavras que o Jacob usou.

— No momento que toquei em você, eu sentir a necessidade de o proteger, o cuidar, e o principal, o amar. Nós lobos somos assim quando ocorre o Imprinting, somos capazes de darmos nossas vidas se for preciso. – ele falou.

Deus do céu, criastes um ser perfeito. Ele, definitivamente não pode ser de mais ninguém além de mim.

— Perfeito então.

Falei selando nossos lábios novamente. Depois disso peguei a mão dele a juntei a minha, fiquei brincando com ela, passando um dentro entre os outros, sentindo um calor confortável vindo do corpo dele, um calor aconchegante.

— Agora me explica uma coisa.

— Pois não.

— Como funciona essa coisa de lobo?

— No começo é difícil controlar, mas eu posso ajudar o seu irmão com isso. Depois disso então, ele poderá controlar a transformação, durante o período sem lua cheia, ele se transforma na hora e no momento que quiser. Depois, no período da lua cheia, ele é obrigado a se transformar toda noite ate o fim do ciclo da mesma.

— Você realmente o ajuda?

— Sim. É meu dever, ele é seu irmão.

— Sabe se tem algo que possa fazer para quebrar isso?

— Por mais que seja legal essa coisa de lobo, eu também gostaria de ser uma pessoa normal, mas nunca soube de nada que possa ajuda-lo.

— Ajuda-los.

— Sei que existe um feitiço que pode fazer isso, mais é extremamente poderoso, e eu não deixaria nenhum bruxo fazer, por mais que sejamos inimigos eterno, bruxos e Lycans, eu não desejaria uma morte tão cruel para eles.

Isso foi o meu fim, eu tinha esquecido completamente dessa rivalidade, o que eu diria agora para ele? Se eu confessar que sou um bruxo, o que pode acontecer comigo? Com nós dois?  A gente mau começou algo e tudo já estava indo por agua abaixo. Eu poderia esconder, não contar nada pra ele, mas e se ele descobrisse depois? Seria pior, não gosto de mentir.

— Eu sou um bruxo. – falei.

Sentir a respiração dele parar, as mãos deles pegaram o meu ombro e me levantaram do chão. Ele olhou nos meus olhos e minhas primeiras lágrimas começaram a aparecer. vi ele ficar extremamente confuso e triste, parecia que até ele choraria.

— Desculpa. – falei – Eu não sabia que...

— Preciso ficar sozinho.

Ele falou, levantou-se e foi embora. Deixando-me ali, sozinho.

Odeio minha vida, odeio ser um bruxo. Odeio tudo isso. Encontro a pessoa perfeita. O garoto perfeito, e tudo vão por agua abaixo por causa de uma louca bruxa idiota que foi tentar fazer o impossível, e assim criou essa rivalidade entre eles. Tenho culpa? Não.

Eu não estava lá.

Amor Selvagem: Guerra dos Clãs - Volume IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora