Como um cavalheiro, Scott desceu do carro e abriu a porta para Elize. Ela sorriu, agradecendo-o com um pouco de deboche, mas não deixou de se sentir internamente derretida por aquele gesto. Eram difíceis às vezes em que Adams deixava de lado a pose indestrutível de quem não dava a mínima e fazia coisas gentis por ela.

— Não está fechado? — Elize perguntou, analisando o bar.

Scott puxou um molho de chaves da calça jeans e sorriu:

— Não se você tiver a chave.

Elize sorriu junto com ele, aceitando a sua mão quando Scott a estendeu. Eles correram juntos até a entrada do bar e destrancaram a porta entre risinhos e provocações. Como era possível que aquelas chaves estivessem nas mãos de Adams, ninguém sabia. Mas se preocupar em solucionar aquele mistério foi a última prioridade do momento. Quando Elize entrou no bar, esqueceu todo e qualquer questionamento, porque sua atenção foi tomada pela surpresa que a aguardava no salão principal.

— Scott...

Precisou interromper a fala. Até mesmo porque não sabia o que dizer. A decoração do espaço estava completamente diferente da última vez que Elize estivera ali. Ao invés de mesas cheias de pessoas bêbadas e uma banda ruim, o salão estava repleto de balões de aniversário. Um bolo com LUCI escrito em chantili havia sido cuidadosamente posto sobre a maior caixa de som do palco, com dois chifres vermelhos caindo pelas bordas de chocolate.

— Feliz aniversário adiantado, Luci — Scott a abraçou por trás, beijando o seu pescoço.

Elize sentia lágrimas queimando os seus olhos, mas não iria chorar. Passou anos lutando para esconder que também sofria com aquela demonstração patética de fraqueza, e não iria se deixar levar por causa de uma surpresa de aniversário. Por mais que aquilo estivesse significando o mundo para ela, seria demais permitir que Scott soubesse disso.

— Eu adorei — ela se virou para ele, o abraçando tão forte que pensou que nunca conseguiria soltá-lo.

Scott ficou tenso, talvez percebendo que ela não estava totalmente bem, mas a abraçou com cuidado logo em seguida, acariciando a pele quente embaixo da blusa.

— Eu adorei — ela repetiu.

— Eu queria passar o seu aniversário inteiro com você e não só uma parte dele. Hoje, para todos os efeitos, é o seu aniversário de verdade. Você é minha e devia ficar comigo. Esse é o aniversário perfeito.

Elize olhou ao redor, concordando com a cabeça. Tudo o que mais queria era fingir que sua vida longe dos braços de Scott não existia. Ficar com ele no dia do seu real aniversário, comendo bolo, rindo e transando com certeza era a definição de aniversário perfeito para ela, mas infelizmente sofreria consequências depois.

— É, seria incrível. Mas eu não posso.

A expressão terna dele mudou um pouco, beirando a confusão extrema.

— Como não pode? É claro que pode. Fica comigo e pronto.

— Se eu fizer isso, minha mãe nunca vai me perdoar.

— Você não precisa dela. É até melhor que assim ela te deixa em paz.

Elize balançou a cabeça e se afastou dele, olhando para o grande salão. Não queria estragar aquele momento, nem seu falso aniversário quase perfeito, então só deu de ombros.

— Eu sei que não preciso, mas é uma festa enorme feita para mim. Não posso perder. E você também não. Ou esqueceu que tem um convite vip?

Scott sorriu minimamente, a puxou para perto de novo e concordou.

— Acho que deveria desconvidar a Diana e aqueles babacas.

— Eu deveria mesmo. Mas vai ser a parte divertida da noite, e Diana disse que consegue levar maconha.

— Você não vai fumar maconha.

Elize riu.

— É meu aniversário! Claro que vou usar maconha.

Ao ver que o jogo de luzes do bar estava desligado, Elize voltou a se afastar de Scott. Procurou na mesa atrás do palco os botões de ativação e apertou todos eles, vendo borrões coloridos começarem a dançar pelo chão e pelas paredes. Scott, parado no meio do salão, com os braços cruzados e o olhar preso nela, nem se moveu. Ele ainda pensava sobre a rejeição de Elize, sobre como queria que fosse só ele e ela no seu aniversário de verdade também.

A próxima mesa que Prescott mexeu foi a de som. Ela não sabia exatamente o que estava fazendo, então só apertou botões também. Uma música relativamente lenta começou, e ela se deu por satisfeita antes de voltar até onde Scott estava, passando as mãos pelos seus braços.

— Dança comigo. — Elize fez bico, vendo-o parado como uma pedra.

— Eu não danço.

— Juro que não conto para ninguém. Ou vai me deixar dançar sozinha no meu falso aniversário?

Scott suspirou, dando o braço a torcer. Ele envolveu a cintura de Elize com as mãos enquanto o demônio de Westwood se agarrava ao seu pescoço. Ele conhecia a música que estava tocando porque era um cover de um sucesso muito antigo, mas não tinha nada de romântico na letra. Pelo menos isso. Ele provavelmente vomitaria se tivesse que dançar alguma merda de Ed Sheeran ou coisa do tipo.

Elize encostou a cabeça em seu peito, fechando os olhos diante do ritmo calmo. Poderia ficar o resto da vida ali, naquele momento, com o cheiro de Scott a rodeando e os braços firmes dele garantindo que nada nunca a tingiria na vida.

Uma pena que, pouco tempo depois, ele mesmo garantiu que Elize sofresse com a queda.

...

 CONTINUA

 CONTINUA

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N/A:

OLÁ AMORES

TUDO BOM?

Espero que sim ^^ e que tenham gostado do capítulo! Logo volto com mais atualizações para vocês <3

um grande beijo, não se esqueçam de me seguir no instagram que vou postar lá a música que elize e scott dançaram (andresa7ios)

Queime Tudo (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now