queime o pacto

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QUINZE DIAS ANTES DE ELIZE PRESCOTT NÃO MORRER

Teria sido muito mais inteligente da parte de Scott J. Adams se ele tivesse esquecido aquela tarde com Elize Prescott e seu belo par de pernas dentro do seu carro. 

Infelizmente, ele não esqueceu. Nenhuma das partes. E mesmo que naquele dia não tivesse dado nenhuma importância além da sexual, Scott continuou com aquela imagem na cabeça pelos próximos dois dias.

Perigosa.

Era uma situação muito perigosa.

Quase tão perigosa quanto pensar que se ele não abandonasse aquela fixação por Elize, então ela se tornaria um problema. 

Elize Prescott não era como as outras garotas de Westwood. E ele não estava sendo romântico, não. Aquilo ia muito além de qualquer fantasia cinematográfica, sendo um problema estagnado no sobrenome Prescott e tudo o que ele representava.

Se Scott partisse o coração de Elize Prescott como fizera com metade das garotas de Westwood, acabaria arrumando um problema que ele não estava muito interessado em ter: o tipo de problema do qual nunca iria conseguir se livrar.

— Senhor Adams, está me ouvindo?

E por falar em problemas...

Scott balançou a cabeça, voltando para a realidade.

O carro. O maldito carro que Elize havia destruído só Deus poderia saber o porquê.

Ele precisava ser consertado.

— Em quanto tempo você acha que pode me devolver?

O homem atrás do balcão tinha o uniforme sujo e uma expressão impaciente. Não gostava de ser apressado, mas Scott queria o seu carro novo em folha o mais rápido possível, e o serviço de funilaria era demorado, muito demorado. Precisava ter pelo menos uma noção de quanto tempo teria que se virar com a moto do primo. Não queria chegar ao ponto de ter que andar até a escola a pé.

Maldita Elize.

— Vamos ter que pintar tudo de novo — o homem informou. — Para não ter nenhuma diferença entre a cor antiga e a nova. Como eu disse antes, esse tom de vermelho é bem difícil de encontrar. 

Aquilo deu nos nervos de Scott, que havia acabado de tirar o carro de uma remodelagem, alterando os pneus e a cor dele junto com alguns detalhes pequenos e suficientes. Não conseguia acreditar que tudo tinha sido em vão e que, por causa de um ataque de raiva de uma garota mimada, ele teria que fazer tudo de novo.

Scott agradeceu, pegou a conta do serviço e voltou para casa caminhando, contente por estar calor o suficiente para que ele não precisasse se preocupar com a chuva. A última coisa que precisava era enfrentar alguma garoa de verão enquanto tentava não surtar pensando em como odiava Elize Prescott. Aquela raiva misturada com a abstinência sexual causada exclusivamente pela garota ainda ia deixar o cara maluco.

Mas não tão maluco quanto ele ficou quando chegou em casa e viu que Elize estava lá, sentada na mesa da cozinha com seu par de pernas projetado pelo demônio, conversando com a sua mãe.

— O que você tá fazendo aqui?

A pergunta soou tão rude que a mãe de Scott lhe lançou uma repreensão, trazendo para Elize em pratos brancos uma porção de biscoitos que Adams sabia que Prescott não iria comer. Ela tinha a droga de uma dieta de líder de torcida que só a deixava ingerir folhas, ou algo do tipo. Era até irônico pensar que a sua família era dona do comércio frigorífico da cidade.

Queime Tudo (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora