queime a morte do demônio

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Gente, achei esse capítulo meio pesado até mesmo pros meus padrões sjsjjdkd então, se vocês não quiserem ler uma cena em questão, tem um resumo no final do capítulo contando o que acontece. Não leiam se vocês não se sentirem confortáveis com cenas sangrentas/de sexo.

Vai ter um > antes de começar, para vocês saberem quando pular.

É isto, beijão!

DOIS MESES DEPOIS DE ELIZE PRESCOTT NÃO MORRER

Scott J. Adams saiu da mansão Prescott sentindo cada pedaço do seu corpo tremer. Ele já sabia que Elize não tinha sentimentos, mas nunca esperou que ela também pudesse não ter um coração. Como alguém poderia literalmente não ter um coração? Que droga havia acontecido? Até aquele momento Scott ainda tinha esperanças de tudo não ter passado de um mal-entendido, mas agora não tinha mais jeito. Eliza havia mesmo morrido e retornado do inferno para caçá-lo e se vingar por tudo o que lhe foi feito.

Scott chegou em casa e foi direto para o seu quarto, ignorando o padrasto tomando cerveja na sala e a mãe fazendo contas na cozinha. Não podia falar com eles, ainda estava nervoso. Seus dedos constantemente formigavam com a sensação da pele gelada de Elize contra a sua. Scott ainda lembrava de cada pequeno detalhe do rosto dela enquanto sorria e dizia que de fato não tinha mais um coração.

Aquilo era um pesadelo.

O notebook de Scott era velho e travava a cada cinco minutos, mas ainda funcionava e serviu para abrir abas e abas de pesquisas estranhas sobre a morte e o inferno. Ele sabia que o Google não era o lugar mais confiável de todos, mas tinha que começar por algum lugar. Deveria haver algo sobre garotas voltando dos mortos que não tivesse relação direta com um filme trash da Megan Fox. Ou será que era impossível?

Depois de quase três horas, Scott desistiu. Ele não encontraria nada com aquelas teorias bizarras da internet, e sempre soube daquilo. Não estava em um filme onde todas as respostas podiam ser achadas em fóruns cheios de pessoas estranhas comentando sobre conspirações do governo.

Mas, pensando bem... Scott conhecia uma pessoa estranha. Estranha de verdade. Do tipo que poderia ajudá-lo melhor do que o Google.

Ele fechou a tela do notebook e pegou as chaves do carro, descendo as escadas. Sua mãe havia saído para trabalhar de novo, e seu padrasto continuava no sofá assistindo lutas na tv a cabo. Ele estava dormindo com a boca aberta, babando restos de cerveja e salgadinho. Scott se aproximou dele com a chave do carro ainda nas mãos e ficou encarando aquele homem até que o cheiro azedo dele começasse a incomodar. Foi quando decidiu se afastar, levando consigo todos os pensamentos assassinos que tomavam a sua mente. Scott sempre pensava que poderia matá-lo asfixiado com uma almofada quando encontrava Greg daquele jeito; seria fácil, ninguém suspeitaria. Ele tinha vários problemas respiratórios agravados pela bebida, quais escolhia ignorar, e pouca gente sentiria sua falta.

Mas não, Scott não mataria duas pessoas em um período tão curto de tempo. Ele não era um assassino, mesmo que todas as suas últimas ações dissessem o contrário. O que havia acontecido com Elize fora um ato de pura irracionalidade, e Scott havia aprendido com a experiência no triturador de carne que matar não era uma solução fácil como aparentava ser em filmes.

Ele saiu de casa, entrando no carro. Se lembrava mais ou menos do dia que havia transado com a melhor amiga de Elize. Ela tinha uma irmã gêmea estranha que só usava botas e roupas pretas mesmo nos dias mais quentes, e estava sempre falando de bruxaria. Talvez ela soubesse de algo, mesmo que aquela consulta parecesse uma ação desesperada até para Scott, que vivia em desespero desde a volta de Elize.

Queime Tudo (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora