Capítulo XI

18 3 15
                                    


Evan detestava pegar conduções públicas. Na verdade, detestava os passageiros que dividiam o mesmo espaço consigo. Mau educados, crianças birrentas, trabalhadores mau humorados no qual não mediam suas grosserias e dentre outros fatores que irritavam o jovem estudante universitário.

Evan revirou os olhos com a parada do veículo em um ponto da rua Excelsior Blvd, no qual cedeu a entrada de um grupo considerável de passageiros. Quem notasse sua expressão enraivecida, certamente o classificaria como um garoto rabugento precoce. Retirando seu fone de ouvido gasto e conectando-o à seu telefone, Evan relaxou. Talvez a playlist aleatória salva como "playlist salva-vidas do Evan", poderia fazê-lo esquecer dos indivíduos que dividiam o mesmo espaço consigo.

Alguns minutos se passaram ao som de Joan of Arc sobre os fones esbranquiçados de Evan, que distraidamente lia alguns tópicos encontrados nas páginas do Google para alocar em seu futuro seminário. Entretanto, uma pequena movimentação entre o corredor do ônibus imediatamente o alertou. Muitos dos trabalhadores que dividiam o mesmo espaço consigo viviam no mesmo bairro que o seu, porém desciam um ponto antes de sua rua. Já estava acostumado a descer em tal ponto. Afinal, se dependesse de si, talvez poderia parar no ponto final.

Descendo cuidadosamente as escadas do ônibus, Evan saltou do veículo em meio aos trabalhadores que realizavam o mesmo processo. Abrindo seu guarda-chuva ainda úmido, o loiro resmungou ao iniciar sua caminhada pela calçada ensopada do quarteirão. Evan certamente xingaria Pietro assim que chegasse em sua residência. O que custava lhe dar uma carona? A distância?

{..}

Evan estava encharcado. O guarda-chuva não fora o suficiente para proteger a si e seus pertences da chuva que tornou a se intensificar durante seu trajeto. O vento forte que percorreu, fez com que algumas hastes metálicas de seu fiel escudeiro se quebrassem. Pietro tem sorte de ser rico, pois vai ter de pagar todos os meus materiais. Poderia muito bem ter me dado uma carona ao invés de me dispensar.

O loiro jogou seu guarda-chuva quebrado sobre um pequeno cesto que jazia no canto da varanda de sua casa antes de abrir a porta de madeira que lhe concedeu a entrada em seu lar.

Espera aí... o quê?

O movimento realizado por si chamou a atenção dos convidados que se acomodavam no velho sofá de canto cor de vinho. A cabeleira morena e ruiva eram duas incógnitas para Evan. Afinal, amigas morenas ele tinha. Mas um amigo ruivo? Jogando sua mochila em uma poltrona de couro velha, Evan seguiu o caminho até a cozinha anexada à sala de jantar, encontrando seu velho pai colocando lasanha congelada no microondas, o que fez o garoto revirar os olhos automaticamente. Lasanha congelada para o jantar de novo?

— Pai. — chamou. — Quem são eles?

John olhou por cima dos ombros, observando ligeiramente a dupla de amigos. Evan abriu a geladeira, retirando seu suco de laranja do mesmo.

— Eles? Ela é a sua irmã, e o rapaz é um amigo dela.

O jato amarelo tomou um rumo diferente do recipiente de vidro. Evan encarou seu pai incrédulo. Desde quando seu pai possuía uma filha? O loiro colocou a caixa de suco sobre a mesa velha de madeira e posicionou suas mãos espalmadas sobre a madeira áspera e abaixou sua cabeça. John por sua vez continuou o encarando confuso.

— Irmã? — perguntou Evan.

— Sim. Ela chegou aqui por volta das sete em ponto. — respondeu o homem ao virar-se e colocar uma luva em sua mão direita.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 29, 2020 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

Peregrina [Em Andamento]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora