João

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⸺ João, o que foi aquilo? Ficou maluco? _ Júlio grita comigo ao sairmos do bar.

⸺ Fiquei! Aquela mulher, não aquele peste me deixa maluco.

⸺ Mas se controla homem! Ela pode acabar com sua raça e você querendo ou não precisa dela.

⸺ Não precisa jogar na minha cara essa merda, isso que me deixa ainda mais maluco, Júlio.

⸺ Vamos embora, não vou fica aqui discutindo com você com a bunda cheia de cachaça. Entra nesse carro de uma vez.

⸺ Como se você discutir comigo sóbrio.

⸺ João, não me testa!

Com sua cara de pouco amigos, calo entrando logo no carro. Nem bêbado seria insano de brigar com a única pessoa que podia conversar por aqui além do meu pai.

Minha cabeça começa a latejar as bancadas do percurso de volta a fazenda. Pra que fui beber tanto? Nem no dia em que me senti na foça tive ímpeto de beber dessa maneira. Algo estava acontecendo comigo, ainda não sei o que é.

Pode ser o último estágio do luto. Só pode ser isso, outra explicação não há.

⸺Chegamos, João!

⸺ Que? Ah tá, valeu Júlio. _ desperto, nem percebi que cairá no sono.

Ele apenas assente e dispara rumo ao alojamento onde os demais trabalhadores da fazendo moravam. Meio trôpego subo a varanda da pequena casa, que ainda não conseguia chamar de minha. Tropeçando um pouco no caminho consigo chegar no quarto, abrindo a porta acerto alguma coisa que cai em um estralo no chão. Procuro pelo interruptor para acender a luz. E quando vejo o que caiu ao chão quebrando com o impacto a dor vem com tudo.

O porta-retratos com a última foto que tirei com ela antes de descobrirmos a maldita doença. Eu tinha levado ela para passear no jardim botânico. Seu sorriso iluminando tudo a redor, como se ele que desse vida as plantas dali. O brilho dos seus olhos transmitindo amor e carinho.

⸺ Sinto tanto sua falta mãe....

Com a foto sobre o peito jogo-me na cama. Deixando que a dor me invada mais uma noite.

O sol entra pela janela do quarto vindo diretamente em meus olhos me despertando. Estou deitando no meio da cama, vestido do mesmo jeito de quando cheguei. Sinto algo em minha barriga agarro descobrindo a foto. As lembranças dos últimos minutos me veem a mente, o modo deprimente em que fui dormir. Junto como gosto de meia velha na boca. Não sou acostumado a beber cachaça, e ontem abusei da bendita da cachaça.

Levanto não vai me adiantar ficar aqui lamuriando, melhor a fazer no momento é tomar um banho depois tomar um belo café da manhã porque meu estomago esta roncando de fome.

Deixo que a água leve embora todo o sentimento de derrota, revolta e amargura. Me sinto revigorado, energizado pra enfrentar as consequências das minhas atitudes ontem a noite naquele bendito bar com Érica. Hoje com o raciocínio funcionando direito tenho ciência de que agi errado com ela. Não tenho o direito de insulta-la como fiz, por mais que sinta raiva pela forma que ela me trata, ela ainda é uma mulher. E nunca se deve humilhar como fiz, mesmo que apenas ela pode me ouvir. Mesmo assim a minha intensão foi de rebaixa-la. Poderia culpar o álcool? Sim, mas ele foi só um combustível para ajudar a externar o que estava dentro de mim.

Queria me vingar pelas facetas dela com o menino que vinha para passar um tempo com o pai que só via duas vezes ao ano. Vingar pôr o meu eu adulto que vem aguentando seus insultos desde que me mudei para cá. E podia ter encerrado minha vingança apenas dançando com a mulher que estava na cara que Erica não era fã. Eu fui longe demais agora faria algo que nunca pensei que faria. Pedir desculpas a peste. E isso que farei hoje ainda.

Preciso ser o homem que minha mãe me ensinou a ser, dar orgulho a ela onde quer que esteja nesse momento.

⸺ Toma um café forte, vai ajudar a melhorar dessa bebedeira. _ meu pai estende uma xicara com café fumegante para mim, seu olhar de decepção é fatal. Ele já deve saber o que aconteceu ontem, até porque cidade pequena se você solta um peido daqui uma hora todo mundo sabe, agora imagine um show daquele que fiz com Érica.

⸺Obrigado! Foi o senhor que apagou a luz do quarto a noite?

⸺ Sim, estava apagado agarrado a foto da sua mãe. Espero que não tenha esperado que eu te arrumasse na cama também.

Claro que não. Pela sua cara já ficou sabendo o que aconteceu...

⸺ Já, não preciso dizer o quanto reprovo o que fez. Acerte suas picuinhas com a menina Érica de uma vez por todos. Essa situação é ridícula, além do mais vocês irão trabalhar juntos a partir de amanhã.

⸺ Vou conversar com ela após o almoço.

⸺ Espero que faça o certo, foi criado para fazer isso.

⸺ Sim senhor.

Papai apenas assente com a cabeça continuamos a tomar o café da manhã em silencio. Cada um duelando com seus próprios pensamentos. Não gostei de ver esse olhar de decepção em sua fase, concertarei essa situação depois disso focarei em trabalhar apenas nisso. Me controlar ao máximo para não esganar o pescoço quando a peste me atormentar.

Hora de enfrentar a fera, visto uma bermuda caqui com uma camiseta gola polo verde, pego meus óculos de sol subo rumo a sede da fazenda. O sol quente queimando minha pele. O capim verdinho some vista a fora, a bela paisagem me presenteia o dia, uma coisa boa nesse dia turbulento. Passo pelo estabulo escuto uma voz muito conhecida, entro encontrando Érica em frente uma das baias passando a mão em sua égua conversando com ela como se fosse uma pessoa. Encosto no portal de entrada a observando. Érica está bonita com os cabelos soltos, com um vestido florido que bate em seus joelhos, e suas inseparáveis

⸺Nunca fui tão humilhada, Jasmim.

Consigo sentir o tom dolorido em sua voz, ela ficou mesmo chateada. Nesse momento vejo um lado dela que nunca tive contato, ela parece sensível. O único lado de Érica que tive foi o de sua brutice. Resolvo me manifestar, iria falar com ela na sede, mas pensando bem aqui seria melhor, longe dos olhares de tia Maria e de Manoel.

⸺Eu estava indo agora me desculpar por isso.

Érica dá um pulo se assustando ao ouvir minha voz. Seus olhos arregalados de espanto com a boca aberta, uma carinha até que charmosa. Até que o susto passa e a carranca se materializa.

⸺ Você! _ sua voz está furiosa, ela aponta o dedo indicador para mim vem marchando até onde estou.

⸺ Calma, Érica! – ergo às mãos em sinal de rendição. ⸺ Eu estava vindo a sede para te pedir desculpas por ontem, escutei um barulho no estabulo então vim conferir e ai vi você. Me comportei feito um idiota ontem...

⸺ Você é um idiota!

⸺ Deixa eu falar, caramba! Eu fui um idiota, não devia ter feito aquilo, me desculpa.

⸺ Não quero suas desculpas, João. Não quero nada de você, some daqui.

Seus olhos úmidos com lagrimascontidas, de frustação pura. Seu tom indo da raiva a magoa, como se ela jáesperasse um comportamento daquele de mim. Mas ela mau me conhecia. Éricaempurra meu peito com as mãos me enxotando dali. Sem conseguir demostrar qualquer reação aesses sentimentos que vi em seu olhar saio calado. 

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eita lasqueira! Vai ter gente tendo que lidar com uma bruta pé da vida por muito tempo ainda. Eu que não queria tá na pele do João kkkk'

Quem ai se arriscaria?

vamos deixar estrelinha como apoio moral ao coitado e mandar conselhos nos comentários, ele vai precisar :P

Bruto Coração (AMOSTRA)जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें