João

2.4K 264 12
                                    


Final das contas gostei do bar em que Júlio me trouxe. O clima agradável, derrubando meu preconceito sobre o lugar. Mesmo sendo uma cidadezinha do interior, eles souberam modernizar bem o local. O salão amplo abrigava um ala de dança a direita, do outro lado ficavam as mesas, com um balcão de bebidas com uma enorme estante de bebidas atrás. Com luzes amareladas dando um ar aconchegante de muitos pubs que ia na capital. É gostei bastante do local.

⸺ E ai gostou do bar dos caipiras?

⸺ É melhor do que esperava. _admito, não havia porque mentir para o cara que estava tentando me enturmar.

⸺ Viu não somos tão ruim assim. De duas coisas você nunca pode reclamar, falta de comida boa e bebida.

⸺ Belo ponto. _ rindo fomos até o balcão pegar bebidas.

Essa noite estava mais quente que as dos últimos dias, por esse motivo acabei com uma lata de Budweiser em cinco minutos, sendo que nem sou muito de beber. Prefiro estar sóbrio para não cometer coisas idiotas enquanto estou sobre o efeito do álcool no meu sistema. Pego leve na segunda latinha, bebendo em pequenos goles voltando a observar o local, que estava começando a ficar cheio e animado. Devo admitir que não sentia vontade alguma de ficar agitado, animadinho como costumar ser antes. A dor pulsante em meu peito retraia qualquer euforia que tentava dar sinal de existência em meio a escuridão do meu luto. Mas como Tião havia me feito prometer que tentaria viver a vida por mim e por ela, acabei aceitando essa noite de forma mais fácil. Além é claro de esquecer um pouco que fosse a existência daquela peste.

⸺ O que foi João?

⸺ Oi? _ do que ele está falando? Eu estava calado divagando apenas em meus pensamentos, não era? Não é possível que falei alto.

⸺Você fez um barulho como se estivesse com dor.

⸺ Nem percebi que fiz isso. Não foi nada demais, só pensando no que me trouxe até aqui.

- Entendo. É difícil, perde uma tia para essa maldita doença, sei como dói. Só tente não focar nisso essa noite, daqui a pouco começa a tocar os modão e pessoal costuma dançar até cansar os cambitos na pista de dança, nessa hora vamos arrumar umas moças bonitas e aproveitar.

⸺ Não sei cara...

⸺ Eu sim, e se prepare as mulheres veem pra cá com tudo. É pra destruir com a cabeça do peão.

Não duvidava dele pelo que vi até o momento todas que tinham chegado estavam lindíssimas. No entanto nenhuma me chamou atenção. Alguns amigos do Júlio chagaram, reconheci dois da fazenda, cumprimentei todos ao voltar minha atenção a minha bebida tenho um deslumbre de um cabelo que passei a conhecer bem nos últimos dias. Não poderia ser, eu vim aqui hoje para esquecer aquela brutinha. Elevo os olhos na direção da pista e lá estava ela, toda se achando a última bolacha desejada do pacote.

Érica parecia a personificação de uma fantasia sexual, com aquele short moldando sua bunda terminando bem rente as bananas – aquela voltinha final do bumbum – suas belas pernas a mostra com aquelas botas. Puta merda! Mataria qualquer homem com um pau que deseja bocetas desperto e babando por vontade de tê-la no final da noite. E falando nisso, partes do meu corpo a muito sem utilidade se acendem, furioso a fuzilo quando seus olhos captam os meus. Furioso ainda mais comigo, viro no banco quebrando nosso contato e dessa vez em vez de pedir ao atendente que me dê mais uma cerveja, decido por algo mais forte. Preferia a garganta queimando mortificando outras partes idiotas do meu corpo, do que perder o resto do juízo e cometer uma tolice.

Não sei como, quando e por quê somente que em certo momento depois de umas sei lá quantas rodas de bebidas fui parar diante de uma Érica suada de tanto dançar e que pelo jeito estava com a corda toda. Uma música remixada do Luan Santana começa a tocar, eu a conhecia muito bem e acostumado a dança-la nas boates da capital, não perdi tempo. Acompanhando as batidas de "O nosso tempo é hoje" enlaço sua cintura puxando seu corpo para junto do meu, ondulando minha pélvis no compasso da música, Érica me olha incrédula com minha ousadia, mas que se foda ela me provocou durante muito tempo. E meu bem se você sabe jogar, eu também sei.

Ela decide mover seu corpo quando se dá conta da determinação em meu olhar, com a mesma determinação companha meus movimentos. Passo minha mão por seu rosto descendo para o pescoço, descansando minha testa na dela levo minha mão a sua nuca segurando seu cabelo. Ficamos nessa posição movendo nossos corpos ao ritmo frenético da música com nossas bocas a centímetros uma da outra. Seu hálito me alcançando provocando arrepios, minha mente alcoolizada imaginando o que esse calor poderia provocar em uma região que estava muito afetada. Mas assim que a música acaba liberto nós dois do feitiço rídico que a falta de sexo jogou em mim.

Deixando uma Erica chocada na pista volto para o balcão. Júlio me olha com olhos arregalados, dou de ombros como se o que acabou de acontecer não fosse nada demais.

⸺ Ela precisava receber uma lição.

⸺ Você e maluco. Não está sentindo sua nuca queimando?

⸺ Ela está me fuzilando, não está?

⸺ Eu diria mais assassinando.

⸺ Teve o efeito esperado então.

Júlio me chama mais uma vez de maluco, balançando a cabeça em negativa rndo muito. Bebo mais uma doze qualquer que o atendente me entrega. Umas amigas do meu novo amigo aparecem nos cumprimentando em seguida chamando para dançar uma sessão de arrocha que tinha começado. Querendo provocar ainda mais aquela peste, aceitei em pensar duas vezes. Meu amigo dizendo que estou brincando com fogo e logo estaria queimado ao ponto que nem pro carvão serviria. Eu duvidava muito, cão que ladra não morde.

Ah como eu estava enfiando o pé na jaca, mais tarde eu veria isso. 

__________________________________________________________________________

Eita que essa noite está prometendo. Quem queria que essa enfiada na jaca do João fosse por sua causa, levanta  a mão

Não esquecem amores, se gostaram deixem a estrelinha e vamos conversar pelos comentários ou chama no pv também que eu adoro. Beijocas da Kel :*

Bruto Coração (AMOSTRA)Where stories live. Discover now