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Adaptação de uma oneshot minha no Spirit pra Maylor.
(Presente do Mar - Wontaek)

~•~

   Sereias, criaturas mitológicas marinhas, metade humana metade peixe, em sua maioria, representadas por uma figura feminina que enfeitiçava os homens até se afogarem, as sereias eram vistas como ameaças por muitos povos, usada muitas vezes em lendas para alertar as pessoas sobre os perigos dos mares.
  
   As sereias eram reais, porém os humanos estavam se tornando mais ameaçadores do que as criaturas do mar.

   Já fazia muito tempo, um garoto muito pequeno, quase um bebê, se afastou de seu cardume para fugir de um grupo de pescadores que havia descoberto sobre a espécie, estavam loucos para capturar as criaturas, e no meio de toda aquela confusão, o pequeno se perdeu.

   Foi parar em uma praia deserta, chorava muito e não sabia como voltar para seu cardume, até o dia em que foi achado e adotado por um casal, controlando suas transformações passando a viver como um humano, em uma casa próxima à praia e ao seu tão amado mar.

   Os anos passaram, e Brian cresceu, sempre que possível ia até a praia, nadava para longe dos humanos, onde poderia usar sua bela cauda livremente. Até que em um desses dias em que ele foi nadar, uma terrível tempestade aconteceu.

   E nessa tempestade, ele acabou preso em uma rede de pesca.

~•~

    — A tempestade está realmente feia...

   Roger olhou pela janela, o vento estava muito forte, ondas enormes pareciam querer avançar sobre o mar, era uma visão realmente assustadora.

   Filho de pescador, o garoto morava em uma casa simples e rústica perto da praia, estava trabalhando em um parque marinho ali perto e as vezes ajudava seu pai com a pesca para ganhar dinheiro, ele queria muito entrar em uma faculdade de biologia marinha, era o grande sonho dele.

   O garoto com cabelos loiros, belos olhos redondinhos e azuis, tinha traços lindos, que o deixavam mais delicado, acompanhados de belos lábios rosados.

   Atrás dele, em uma mesa, estavam seu pai e seu avô, contando as famosas histórias de pescador sobre criaturas marinhas, ondas gigantes, monstros horrendos e coisas do gênero, por mais que escutasse tudo aquilo há dezessete anos, Roger não se incomodava, até achava interessante, questionava se tudo o que eles contavam havia mesmo acontecido.

   — Eu já contei o que eu vi quando estava pescando no Atlântico, na costa da América Latina? — Disse seu avô, com a mesma voz rouca de sempre, mexendo na barba branca e cheia, que lhe deixava levemente semelhante com o Papai Noel, só que um Papai Noel que usava um chapéu amarelo de pescador ao invés de um gorro vermelho.

   — Já pai. — Respondeu o pai de Roger, enchendo mais um copo de bebida. — Mas histórias de pescador nunca são demais, não acha garoto?

   — É. — Roger concordou, ainda olhando para o cenário catastrófico do lado de fora da janela.

   — Era madrugada, todo o resto da tripulação estava dormindo, eu estava sozinho vigiando, quando de repente... Eu a vi. — O avô fez uma pausa dramática. — Era espetacular, ela tinha a pele bronzeada, longos cabelos negros, olhos verdes como a espuma do mar, sua cauda tinha escamas que brilhavam com o brilho da lua, seus seios estavam nus, ela chegou bem perto do barco.

Beyond The Sea • MaylorWhere stories live. Discover now