Capítulo 31 - O Despertar

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-Noah...

Eu tinha conseguido falar alguma coisa! Embora tudo ainda estivesse se ajustando a minha visão, eu não podia acreditar. Eu havia acordado. Finalmente eu iria poder dizer para que as pessoas me deixassem ficar com Noah, mas eu ainda não conseguia.

Sem pensar eu me levantei da cama desconectando todos os aparelhos que estavam ligados em mim. Eu cambaleava, numa tentativa falha de afastar os médicos que tentavam me voltar para a cama. Aos poucos eu fui ganhando força.

-Noah! - gritei com mais urgência - Noah! Por favor, deixem ele em paz. Por favor.

Agora eu estava chorando enquanto tentava alcançar Noah. Eu então desabei no chão mas continuei a chorar.

-Ela está frágil garoto, é melhor que você saia daqui agora.

-Não! Por favor me deixem com ele, não o tirem de mim mais uma vez. Por favor. - eu continuei a chorar, mas era tarde demais. Os médicos já haviam conseguido tirar o Noah da sala.

Um médico tentou me carregar no colo para me levar de volta pra cama mas eu disse:

- Não obrigada, sei me locomover sozinha.

- Você ainda está muito frágil. -o médico tentava se explicar.

- Eu sei me locomover sozinha! - eu o interrompi, e me dirigi para a minha cama.

- Você é muito teimosa garota, podia ter se machucado.

- Francamente sr. - fiz uma pausa para ler seu nome no jaleco - sr. Montgomery, eu não tinha que andar nem um metro direito.

- De qualquer forma, você deveria ter me deixado carregá- la! É o meu trabalho.

Revirei os olhos e perguntei:

- Afinal, quando é que eu vou receber alta? Quero voltar pra casa.

- Você ainda tem que fazer fisioterapia e passar em uma consulta com a psicóloga.

- Pra quê isso!? Eu estou ótima não vê!?

- Estando ótima ou não, você tem que fazer isso.

- Tá, que seja sr. Montgomery. - digo revirando os olhos mais uma vez.

- Acho ótimo que tenhamos entrado em consenso. Vou ir marcar sua consulta com a doutora Dyer, você quer alguma coisa?

- Quero falar com Noah. - eu disse com certeza e indiferença, enquanto o médico revirou os olhos.

- Tudo bem, mas assim que der o horário de sua consulta você promete ir sem relutância?

- Nhé,pode ser.

Ele saiu do quarto e em seguida Noah entrou correndo no quarto.

- Meu Deus, Lili! Graças a Deus você está bem! - ele disse me abraçando enquanto chorava. - Me desculpe por tudo por favor, foi tudo culpa minha, me perdoa por favor.

- Hey, se acalma Noah. Não precisa me pedir desculpa por nada.  - eu disse passando minha mão em sua bochecha secando suas lágrimas - Você não tem culpa nenhuma. - fiquei calada por um tempo então disse - eu te amo muito.

- Eu também te amo muito, Lili. - ele disse dando um sorriso.

- Mas então, o que eu perdi?

- Bem, muita coisa imagino. Um mês e três semanas é bastante tempo, sabe?

- Pera aí, eu fiquei apagada por quase dois meses!?

- Sim, foi quase impossível viver sem você. Não deixei de vir aqui nenhum dia, eu tinha que me certificar de que você estava bem. Vem acontecendo coisas estranhas na cidade, tive medo que acontecesse aqui também.

- 5,9,7,2.

- O que?

-Nada não, só... uma lembrança acho, não tenho certeza, talvez tenha sido um sonho. Mas de qualquer forma, que tipo de coisa está acontecendo?

- Desaparecimentos, acidentes, coisas inexplicáveis na floresta, crimes sem solução. Sabe, Scarsdale costumava ser uma cidade tranquila, mas parece que desde que você sofreu o acidente a cidade toda ficou assim.

- Bizarro... e a escola?

- Não tenho idéia.

- Como assim não tem idéia?

- Férias de verão,  você não se lembra?

- Ah, é verdade, já passamos de ano. Mas como vai o pessoal!?

-Bem, Sadie e Caleb finalmente estão juntos, eles também estão trabalhando em um clube de golfe. Millie e Finn estão fazendo aula de teatro e saem juntos o tempo todo. Vinícius e Chloe estão oficialmente juntos e os dois vêm trabalhando em um projeto humanitário, eles estão ajudando muito as pessoas nesses tempos difíceis. Sam e Gaten finalmente pararam de tentar se esconder e se assumiram também, agora eles participam de uma banda, na parte técnica, mas ainda assim em uma banda.
Todos eles costumam sair juntos aos finais de semana pra vários lugares diferentes. Eles até me chamam pra ir, mas eu recuso.

- Por quê? - digo erguendo uma sobrancelha.

- Porque eu fui no primeiro passeio que eles todos deram juntos, e eu acabei segurando quatro velas. - ele disse e nós começamos a rir. Ah como era bom rir, ainda mais de Noah, eu sentia falta disso. - Seus pais também vieram aí. - ele disse agora mais sério.

- Sério!?

- Sim.

- O que eles disseram ou fizeram?

- Bem, acredito que quando se sai de um país para ver a filha em coma em outro país não seja lá muito legal. Eles ficaram aí por uma semana. Sua mãe chorou muito ao ver você deitada aí mas também disse que tinha certeza de que você ficaria bem logo. Eles são muito legais. Fizeram uma ótima amizade com meus pais, e seu pai disse algo sobre "cuide bem da minha filha". - Noah disse fazendo uma perfeita imitação de meu pai e eu não pude deixar de rir.

- Pelo menos vocês se deram bem. Poxa, eu sinto falta deles, mas fico feliz que tenham conseguido vir me ver.

Alguém entrou pela porta e logo vi que era o Dr. Montgomery. E eu já sabia o que vinha por aí

- Ah, imagino que agora Noah tem que ir embora e que eu devo ir falar com a Dra. Dyer, acertei?

- Boa garota, quem sabe não ganha um chocolate pela esperteza. - ele disse fingindo simpatia.

- Acho que já vou indo então... - Noah disse se levantando - até amanhã,  ou até mais tarde Lili. Eu vou ir dar a notícia para o pessoal. Boa consulta, te amo.

- Tchau Noah, até, obrigada e te amo também.

Ele saiu da sala e o Dr. Montgomery disse:

- Bleh, vocês dois são melosos demais.

- Será que dá pra você me levar pra droga do consultório da Dra. Dyer ou não?

Minha Vida Invertida Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang