Oblivion || Harry Styles [EM PAUSA]

14.

Harry's POV

Assim que a Blair sai da sala, eu sinto que parte de mim quer correr atrás dela, pedir-lhe desculpa, recomeçar. Mas aquela parte magoada, irracional, é bem mais forte e acaba por vencer.

Lá no fundo, ainda acredito que ela nunca soube, eu tenho de acreditar. Caso contrário, tudo o que tivemos passará a ser mentira e eu tornar-me-ei no rapaz frio e agressivo que sempre fui antes de a conhecer, antes de me apaixonar por ela.

- Tu és parvo ou quê?! - Um berro soa, ecoando pela pequena sala, até chegar a mim.

Olho para Louis, que se dirige a mim, furioso e de punhos cerrados. Antes que eu possa sequer pensar, sinto uma força abrupta no meu queixo e, pelo excesso de álcool no meu sangue, em menos de um segundo estou no chão.

- Louis! - Consigo ouvir, longe, a Gemma a gritar. Quando a minha visão se torna menos turva, vejo que Caleb e Sam seguram Louis, tentando acalmá-lo.

- És um caralho, Harry! - Louis exclama, deixando escapar um suspiro. - Ela é a rapariga certa e tu só fazes merda! Que raio foi aquilo da bala? Onde está o Harry que eu conheço?

- Ela é uma mentirosa, enganou toda a gente! - Eu deixo escapar, sem controlo sobre a minha voz. - Ela sempre se lembrou, ela apenas virou costas à vida que teve!

Vejo a boca de Gemma aberta de espanto, mas quem se surpreende sou eu quando ela intervém.

- Mas tu és cego? Tu amaste aquela rapariga e não consegues olhá-la nos olhos e ver a honestidade? - Ela aumenta o volume à medida que vai falando, parecendo até indignada - Porque eu consigo, Haz! A honestidade, o brilho nos seus olhos, a tristeza na sua voz... Ninguém consegue fingir algo assim, ninguém Harry!

Tudo começa a confundir-se na minha cabeça, memórias das suas feições de agora, das suas atitudes, dos seus olhos... Tudo se mistura com as palavras da Gemma e do Louis, deixando-me completamente confuso.

Admito que não lhe dei tempo para se explicar, admito que agi de cabeça quente e admito que eles todos têm razão. Mas admito-o apenas para mim, por ser demasiado orgulhoso. E é este orgulho que me vai arruinar.

- Ganha tomates e vai resolver as tuas merdas, Harry, deixa de ser ingénuo. - A voz calma de Louis ressoa, no meio de tanto silêncio, captando a minha atenção.

Ele tem razão, eu tenho de falar com ela, mas eu tenho de ficar sóbrio primeiro, eu não posso aparecer assim, ela odiar-me-ia ainda mais, principalmente por causa da sua mãe.

- Vai à merda. - Eu murmuro e saio porta fora. Eu vou falar com a Blair, mas eu não quero aturar mais o Louis, ou a Gemma ou os amigos deles, simplesmente não tenho paciência.

Vou apenas caminha, deixar a bebedeira passar e assim que estiver bem, engulirei o meu orgulho e falarei com a Blair. E isso é uma promessa.

* * *

Blair's POV

A noite parece mais fria, consigo ouvir o vento a bater no telhado e a chuva miudinha a tilintar nos canos. Também é silenciosa, consigo ouvir o meu coração bater e a minha respiração quase ofegante. Penso serem já quase 4 da manhã e, por mais que tente, não consigo adormecer outra vez.

Ando às voltas na cama, virando para um lado, virando para o outro, até ouvir algo bater na janela do meu quarto. Olho nessa direção e vejo um sorriso familiar à espreita. Corro para lá e abro a janela, deixando-o entrar, preocupada com uma possível constipação. Raios, era suposto eu não querer saber.

- O que estás aqui a fazer? - Pergunto, virando-lhe costas.

- Precisava de ver-te. - Ele diz-me, puxando-me de volta para ele. As suas mãos estão molhadas e algumas pingas caem dos seus caracóis, fazendo-me arrepiar. - E de pedir-te desculpa por ser um otário e não ouvir o que tinhas a dizer. E, acima de tudo, pedir desculpa por toda a merda que disse hoje, eu nem estava em mim.

Memórias das suas palavras exatas aparecem na minha mente e eu não consigo evitar deixar escorrer uma lágrima.

- Eu não me lembro, mesmo. - Eu começo, ignorando todos os gritos que me relembram das muralhas que eu tentava construir. - Mas por alguma razão eu lembrei-me desse momento e da forma como tu ages quando atendes o telemóvel ensonado. E isto pode parecer ridículo, mas talvez esteja a acontecer porque algumas coisas estão no coração. Mais respostas eu não posso dar, porque isto é tudo o que eu sei.

- Eu sei que devia ter ouvido, mas foi mais forte que eu, só conseguia pensar que talvez tu nunca me tenhas amado e doeu como uma facada nas costas... - Harry desabafa, soltando um suspiro.

- Bem, estava a ver que ias usar balas em vez de facadas. - Brinco, fazendo-o olhar para mim, bem-disposto. - E eu beijei uma rapariga, ahm?

- Estou desculpado? - Ele pergunta e eu abraço-o, sussurrando um sim ao seu ouvido. - E sim, tu beijaste. Mais do que uma, até.

Harry ri levemente e beija a minha testa.

Estou feliz que estejamos assim, bem agora. Eu sei que disse que para mim era o fim, mas por alguma razão, nada com o Harry é o esperado e eu não consigo manter-me afastada dele por muito tempo.

Gostava de me lembrar dele, dos nossos momentos, porque eu sei que foi um amor verdadeiro, vivido e intenso, e esse tipo de amor acontece um vez na vida, com sorte.

Talvez a sorte me acompanhe de agora em diante, eu certamente irei precisar.

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~ Está pequeníssimo, eu sei, mas eu não costumo pôr tão cedo, como sabem, isto foi só para dar um cheirinho e uma espécie de presente de aniversário a mim própria ahah

~ Yey, parabéns a mim, 16 aninhos ahah 18 de outubro, best day ever ahahah

~ ¡Beijinhos grandes que hoje estou de muito bom humor!

Margaridaxx