alianças

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    O beijo de Rayan era lento, mas intenso. Maxine nunca havia encontrado uma boca que se encaixasse tão perfeitamente na sua. Aquele beijo era uma dança sincronizada, enquanto suas línguas se conectavam seu corpo se acendia inteiramente.

    Rayan encerrou o beijo afastando-se suavemente dela.

— Eu garanto que você não será prejudicada de nenhum modo na faculdade. Claro, desde que você continue focada e mantenha seu histórico exemplar.

Se você realmente pode me assegurar isso, desde que, não envolva em perdas e prejuízos para mim, eu não vejo problemas em agradar meu belo professor.

    Maxine sabia que, ao mesmo tempo em que se envolver com Rayan era perigoso, era também lucrativo. Devido ao status que seu nome e sua carteira carregavam.
   Ela não importava nem um pouco que fosse vista por ele como alguém interesseira, pois o prato vazio de todos no circo era o seu único motivo de preocupação, para se deixar levar por valores morais e éticos naquele momento. Ela havia dito a si mesma que jamais iria se arrepender das coisas que precisaria fazer para conseguir seus objetivos, afinal o mundo é assim e ela já havia tentado o caminho certo.
    Infelizmente nem todos conseguem ter sucesso assim e ela não seria hipócrita em pensar que tudo de errado que ela possa vir a fazer é por um bem maior, para que os fins possam justificar os meios. Ela já havia aceitado ser a vilã trapaceira caso fosse preciso.
    Após ter o jantar ela mostrou toda a casa para Rayan, até que por fim chegaram no seu quarto que apesar de ficar no sótão, era iluminado e aconchegante, o clima com seu sensual professor não fazia cerimônias para ficar íntimo rapidamente.

—Desde o dia que eu a vi no café, lendo com uma expressão de aluna séria, tão concentrada, mas ao mesmo tempo tão exuberante e bela. Algo em mim, despertou e eu simplesmente não consegui ficar longe. -disse ele aproximando-se dela e tocando seu rosto suavemente.-

— Um professor que tem fetiches por alunas? Quem diria que o professor mais desejado da Anteros seria um clichê. -disse provocando-o.-

    A verdade era que Rayan era um clichê da cabeça aos pés, o professor bonitão, o cara rico e bem posicionado no mundo da arte, o relacionamento proibido em que a mocinha sempre se ferra no final. Eram tantas categorias de um romance clichê que vinham a sua mente que ela não conseguiu segurar o sorriso irônico que surgiu em seus lábios.

—Eu sei o que você está imaginando, mas você acreditaria na famosa frase clichê de que você é a primeira? A verdade é que estou acostumado a ser assediado e sempre soube tratar com isso, mas você foi a primeira que eu quis que me procurasse assim como as outras só para que as coisas fossem mais fáceis. -afirmou ele a encarando de forma intensa.-

   Após ouvir às palavras de Rayan, ela não sabia mais o que o falar. Ele parecia sincero, mas, ao mesmo tempo ela não iria confiar tão facilmente. Cada terminação nervosa do seu corpo lhe alertavam para ser cautelosa em relação a ele.
    A relação deles seria apenas um jogo de prazer e sedução, com benefícios adicionais para ela. Rayan neste momento era um lindo degrau de sua escada para o sucesso o qual seria prazeroso subir.
    E com essa meta traçada ela não perdeu tempo em dar o primeiro passo e puxou seu belo professor para um beijo intenso. O show daquela noite para Maxine foi marcado pelo deslizar de corpos nus e arrepios dolorosos, mas que, ao mesmo tempo eram carregados de prazer, Rayan era um amante completo que se preocupava com satisfação da mulher, algo raro de se achar nos homens hoje em dia.
    Após o jantar Rayan foi para casa deixando nossa bela circense só, ela estava em sua cama a refletir na relação de ambos, o sexo era bom, manteria seus hormônios mais acalmados, porém não satisfeitos. Max não se satisfazia mais com o sexo convencional, graças à Joseph seu ex namorado que era adepto ao BDSM.
    Foi através do Shibari que ambos se conheceram. Um dia quando ela foi posar como modelo para algumas fotos a elasticidade de seu corpo, foi um dos motivos para que ele a escolhesse como parceira sexual, se não fosse o temperamento narcisista e controlador dor rapaz, Maxine não teria saído tão destruída desse relacionamento. Enquanto os pensamentos dela rodeavam em suas lembranças, seu telefone tocou e seu coração quase parou quando viu a mensagem que havia recebido de Ambré.
    Uma foto de sua preciosa Hope seguida de um "estou na sua porta, vamos conversar?"
   Max saltou de sua cama e imediatamente desceu as escadas até a porta, onde Ambré estava parada com um semblante sério.

— Posso entrar? -indagou.-

    Maxine abriu espaço para a loira, mas sua expressão era assustadora e não transmitia boas-vindas.

— Olha não precisa me olhar desse jeito, eu sei que não deveria ter te investigado, mas eu disse que iria mostrar que nossa aliança pode ser benéfica para você e antes que você pense qualquer coisa... Não! Eu não irei ameaçar você por silêncio, ouça minha proposta.
Se você pensar que não vale a pena eu saio por aquela porta e esqueço tudo sobre sua filha. -disse ela de forma sincera.-

— A partir do momento que você sabe algo que não deveria sobre eu preciso me obrigar a ouvi-lá não é mesmo?-respondeu.-

— Olha eu sei que você vive aqui de bolsa e que está trabalhando no Charmes de Nuit para se manter, no entanto você não irá conseguir cobrir as dificuldades que o circo do seus pais está passando e se manter aqui ao mesmo tempo.
Então eu irei mandar dinheiro, roupas, brinquedos, tudo o que a sua filha e seus pais precisarem e até mantimentos para o pessoal do circo, se você ajudar o meu irmão.

    Maxine a olhou boquiaberta, pelo fato de Ambré saber tudo aquilo que ela se esforçou muito em esconder.

— Você realmente fez o trabalho de casa direito! Eu topo.

    Concordou ela rapidamente, pois ela não tinha nem o que pensar, a situação era realmente como Ambré havia dito. Max sabia muito bem que nem sempre era possível obter dinheiro com o circo, às vezes até uma refeição no dia era difícil e só de pensar em Hope sentindo fome uma dor e vazio enorme assolavam sua alma.

— Olha eu sei que você não é uma oportunista e nem nada do tipo.

— Não precisa pensar bem de mim ou ter pena! Eu sou exatamente isso, uma oportunista e eu não vejo isso de forma perjorativa. - Disse ela interrompendo a Ambré com um sorriso no rosto.-

— Então, agora está muito tarde eu vou conversar os detalhes sobre a situação do Nathaniel com você em outra ocasião. -disse levantando-se visivelmente sem jeito.-

    Mais uma vez estando só, os pensamentos de Maxine se voltaram a Nathaniel. O que será que houve para que Ambré chegasse a tal extremo pelo irmão? Ela se perguntava.
   A família deles já era bem sucedida na época da escola, o que dificultou a denúncia de maus tratos na época, mas o importante é que o Nath havia conseguido sair de casa. Ele fez um acordo com seu pai para não envolver  a mídia, ele sairia de casa, no entanto ajudaria o pai nos negócios quando fosse solicitado.
    De certa forma, a justiça não foi feita logo depois o Sr. Francis ascendeu no mundo dos negócios, com uma imagem intacta, enquanto Nathaniel apesar de ter se livrado das surras, ainda estava a mercê do pai. Apesar de não saber o certo o que motivou tamanha transformação em seu antigo amigo da escola, era quase certo que o próprio pai do garoto era a maior parte da causa do problema.
    O que seria perigoso se ela tivesse que bater de frente com ele novamente, pois ele tinha o poder para acabar com todas às chances de conseguir seus objetivos.

A garota do circo.Where stories live. Discover now