❄ 06 || Despair ❄

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     – Jimin, doutor Min está te chamando na sala dele. – disse uma das enfermeiras interrompendo a coreografia que estava montando.

     – Senhor Jung, preciso sair por um instante.

     – Vá ver o que ele quer, vamos fazer uma pausa para os alunos se hidratarem.

     – Quer que eu lhe acompanhe, Jimin? – questionou Jungkook um pouco preocupado.

     – Não é necessário, nos vemos daqui a pouco.

     Segui um pouco nervoso até o consultório do mais velho, talvez ele queira trocar minha medicação ou conversar um pouco mais sobre a crise do último fim de semana.

     Ele já estava me esperando um bronca e ver sua expressão um pouco tensa foi ainda pior.

     Entrei assim que fui permitido e me sentei na cadeira em sua frente o esperando mandar a bomba, até que veio o suspiro.

     – Algum problema, doutor Min?

     – Acabei de receber uma ligação de seu irmão e bom... – aquele silêncio dramático me fez pensar o pior. – Eles conseguiram a autorização médica para levar você até seu pai, mas eu preciso saber se está pronto para isso.

     – O senhor sabe que não. – disse exatamente o que ele queria ouvir. – Mas eu preciso ir até ele, sinto que preciso ver como ele está.

     – Eu só não quero assistir mais uma de suas recaídas, Jimin. Sei que é difícil pedir para que você se resguardar de muitas emoções, tudo bem?

     – Quem vai me buscar?

     – Seu irmão. – sua resposta foi imediata. – Vá se arrumar, ele já deve estar a caminho.

     – Certo. Obrigado, doutor Min.

     Caminhei de volta ao estúdio de dança apenas para avisar Hoseok e Jungkook sobre minha saída, o mais novo obviamente se preocupou afinal foi ele quem presenciou minhas reações no últimos dias.

     Então segui até o quarto para me arrumar, um pouco tenso por ser a segunda vez que deixarei a clínica em meses. Jungkook e eu não voltamos nem para tomar café naquele estabelecimento, tenho me dedicado bastante a melhorar que me privei de muitas coisas por escolha.

     Me arrumei com roupas quente e confortáveis, principalmente uma camisa que escondia as marcas em meus pulsos. Não que eu sinta vergonha, afinal cada uma delas é sinal do que venho tentando superar, mas por não querer preocupar meu pai caso ele permita minha aproximação.

     Minha mãe diz que as coisas mudaram desde que tive de sair de casa, segundo ela a forma de pensar do mais velho se modificou com a dor de ter me feito passar por aquela porta sem rumo ou sem qualquer outra coisa.

     Segundo ela tudo piorou quando ele soube o que aconteceu comigo e as condições que doutor Min me encontrou sobre a tal ponte. Inclusive seu acidente tem uma pequena relação com as verdades que meu irmão jogou na mesa de jantar.

     JiHyun simplesmente não aguentou ver meus pulsos enfaixados, meu corpo magro e todas aquelas cicatrizes.

     Assim como o velho não aguentou imaginar minha situação e acabou passando da conta no álcool antes de pegar em um volante.

     Não o culpo, até porque culpa é algo que já consome sua consciência sem de uma forma que o faz querer se esconder atrás de uma garrafa de Whisky.

     Como se o álcool fosse capaz de arrancar todo sofrimento. Mera ilusão, assim como os medicamentos ele te deixa entorpecido por algumas horas, mas logo sua consciência retorna e você percebe que todos os problemas estão ali.

The Best Of You ❄ SAD FICWhere stories live. Discover now