Capítulo 6 - A Força da Magia

555 72 3
                                    


Vária olhava o jardim da casa da granja, ainda atônita. Ailisha despontou na porta da frente com um enorme sorriso no rosto. Todos sorriam. Madi se adiantou, mandando os outros guardas levarem os cavalos e se curvou diante das duas, antes de se retirar.

— Devo fazer os preparativos para a nossa investida, minhas Dámas. Hoje todos nós nos recolheremos em comunhão com "Darvar" para nos purificar.

— Vocês sabem os rituais.

Amarylis elevou sua mão, que ainda segurava a mão de Vária, e tocou a cabeça de Madi. Novamente, a guarda-costas, se viu surpreendida e capturada pela energia que era emanada através de seus corpos, até serem desprendidas pelas mãos, sobre a cabeça do chefe da guarda.

— Vá, meu amigo; façam todos os rituais. Depois de amanhã estaremos em casa.

— Não poderei fazer todos os rituais, Dáma. Meu coração está pela metade.

Amarylis o olhou com compaixão, como se soubesse de algo que nem mesmo Madi compreendia.

— Vá. Algum dia será possível você fazer.

— Amarylis, eu...

Vária tentava formular perguntas que rondavam sua mente, sem sucesso. Estava desorientada.

— Eu sei que você está um pouco perdida, Vária. Eu lhe explicarei tudo, enquanto nos banhamos. Quero trocar essa roupa e depois comer algo, mas antes, vá ver sua mãe que eu lhe esperarei na sala de banho.

Amarylis soltou a mão de Vária, com dificuldade. Era como se tivesse medo que a outra repudiasse aquela situação. A sensação de completude em que se encontrava, não se comparava a nada que um dia sentira em qualquer época de sua vida. Mesmo antes, quando ainda era a alcaidessa da "Cidade do Princípio".

Assim que Amarylis entrou, Vária caminhou pela pequena alameda lateral que levava à casa, até a vila dos empregados. Telamir a esperava na porta, sorrindo.

— Minha criança, então era você?

— Você sabia, Telamir?

— Não até a Dáma Amarylis aparecer na sua casa. Sabia que alguém havia tirado as peças do jogo de dentro da sala do tesouro, mas não sabia que era você, minha criança. Achava que tudo estava perdido.

— Mas você sabia que Trevor não tinha matado a alcaidessa?

— Para mim, ela havia morrido. Nunca achei que o feitiço pudesse ser quebrado. Na época eu só não fui pega junto com os outros, porque tinha me atrasado para o serviço. Não cheguei na hora para trabalhar e quando entrei na "Cidade do Princípio" vi o alvoroço todo. Foi quando me escondi com medo e vi todos que não a traíram serem transformados nas peças. O feitiço que ele proferiu, não deixava margens para que fosse quebrado. – Sorriu. – Bom, pelo menos era o que eu achava – Sorriu novamente.

— É, Telamir, tem horas que eu é que me sinto em um jogo...

Vária passou por Telamir, suspirando. Entrou na pequena casa, viu sua mãe sentada à mesa, fazendo a refeição. Aquela imagem alegrou o coração de Vária. Há meses que ela não conseguia se levantar da cama sozinha.

— Mãe! A senhora está de pé! O que aconteceu?

Adla a olhou e sorriu. Estava muito feliz.

— Eu não sei exatamente, minha filha. Mais cedo, comecei a sentir um formigamento e meu corpo aquecer, quando a sensação de calor passou, eu não sentia mais dores e minha força tinha voltado ao meu corpo.

As Peças do JogoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora