Bônus (Maitê)

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– Costuma chamar as pessoas pelo tom do cabelo delas? – Pergunto, levantando a sobrancelha.

– Na verdade, costumo chamá-las pelo que mais me encantam nelas e seu cabelo, ruivinha, me impressionou.

 Solto uma gargalhada. O cara sabia como flertar e dar uma boa cantada.

– Sabe, te vendo assim, percebi o quanto você é um galinha! E agora... Com essa cantada, confirmou tudo.

Tadeu me olha surpreso mas logo da um de seus sorrisos pervertidos.

– Xeque-Mate! Sou muito sincero também! Não gosto de enganar e pode apostar que vontade de te comer, não falta.

 Olho-o boquiaberta. Mas como ele era descarado! Sério... Nunca pensei que o irmão de Jonathan Altherr fosse assim. Na verdade, como não pensar? Nosso chefinho não perdeu tempo com a minha Melzita.

– Então, vamos beber algo? – Ouço Jonathan sugerir, antes que eu possa responder o safado que está me encarando com um brilho de divertimento nos olhos. Droga, chefe!

 Todos fomos para o bar e peço para um dos barman's uma cerveja.

– Cerveja? – Sinto uma respiração na minha nuca e a voz de Tadeu no meu ouvido. Um arrepio percorre minha espinha. Fiquem sabendo que foi pelo ventinho que passou em minha nuca quando ele falou, okay? Claro que não seria pela voz profunda e com o forte sotaque alemão.

 Pego minha cerveja, que o barman traz e me viro, encarando-o.

– Surpreso? – Riu debochada. – Fique sabendo que não estou da mesma forma, afinal, não é o primeiro que fala isso para mim e não será o último.

 É a vez de Tadeu rir debochado, enquanto pedi uma cerveja também.

– Estou vendo que a ruivinha é brava e difícil. Mas saiba, Maitê, que adoro mulheres assim.

– Todos os homens gostam de mulheres assim. Quer dizer... Gostam de um desafio.

– O cara deve ter te magoado bastante, não? Ele te traiu?

 Olho para ele espantada. Sério que ele está pensando que estou falando tudo isso por ter sido magoada ou traída?

– Você... - Começo a rir. – Meu Deus, nada disso. Eu apenas sou assim! Não fui muito com a sua cara e com seu charme barato.

 Ele se olha. – Barato? Fique sabendo que nada disso é barato.

 Levo a garrafa de cerveja até minha boca e jogo minha cabeça para trás, tomando um gole generoso. Quando volto a olha-lo, o seu está queimando, me avaliando por inteira. Não posso negar que seu olhar me esquenta. O cara era lindo e eu estava começando a beber.

– Já que tudo isso dai não é barato, você paga tudo que eu consumir essa noite. – Digo, indo até uma das mesas do camarote e sentando junto com o meu casal – que não é um casal, como diz Melissa – preferido.

 Depois da nossa primeira conversa não muito amigável, ficamos sentados, em silêncio, bebendo. Quando percebemos que Jonathan e Melissa estavam levantando, perguntamos ao mesmo tempo para onde eles iriam. Claro que não responderam e tiraram uma onda com a nossa cara, falando para não nos matarmos.

– Não respondo por mim. – Sussurro, dando mais um gole da minha quarta cerveja. Ou seria a quinta?

– Como, Srta. Antunes? – Droga, porque a Melissa tinha que ter falado meu sobrenome?

– Nada não, com licença. – Digo, levantando.

– Para onde vai? – Pergunta, levantando também.

Uma Gota De VinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora