Capítulo Onze

15.9K 1K 14
                                    

 – Não temos mais nada para conversar! – Jonathan ainda segurava meu braço, cada vez mais firme, enquanto falava com a magrela loira que, provavelmente, era sua namorada. Ai, meu papaizinho, onde fui me meter? – Dê o fora daqui! Quem te autorizou a entrar e ficar na minha empresa? Avisei aos meus seguranças para não deixá-la pisar em minhas propriedades!

 E a magrela ri, enquanto coloca as mãos compridas e bem cuidadas em sua cintura fina. – Calma, bebê! Eu tenho o poder do convencimento, até parece que não conhece. – E pisca para o Jonathan, enquanto ainda falava com a voz manhosa. Ela realmente era linda, seus olhos eram azuis, mas eram frios. Mesquinha, ela era bem mesquinha. E eu, não estava entendendo nada.

 Pela pose e pelo modo em como Jonathan falava com aquela magrela não parecia que se gostavam. Na verdade, a única conclusão que cheguei é que, se eles fossem mesmo namorados, ou qualquer coisa do tipo, eles haviam brigado. Será que o Jonathan me usou? Puta que pariu mais uma vez. Não sabia mais no que pensar ou no que achar.

 – E quem é essa? – Pergunta a loira oxigenada, vulgo magrela, com voz de deboche, olhando para mim.  

 – Não te interessa! Você é surda ou o que, Pamella? – Pergunta Jonathan, irritado, soltando finalmente meu braço. Então Pamella era o nome dessa lombriga loira? Ela não só está conseguindo irritar ao meu chefe como está me irritando também.

– Essa sem graçinha é sua amante, Jonathan? Saiba que eu ainda sou sua namorada e logo me tornarei sua noiva! – Responde, quase gritando, olhando para mim e sorrindo sinicamente em minha direção.

Logo me tornarei sua noiva! Sou sua namorada... Sua amante? Sem graçinha...” – O que essa tal Pamella acabou de dizer ficou ecoando pela minha cabeça e meu estomago se revirou, tive vontade de vomitar e se possível em cima daquelazinha. Então ele era comprometido? Eu não acredito nisso! Grande filho de uma puta! E eu pensando em tirar várias casquinhas dele, aceitar a proposta feita mais cedo no escritório. Eu pensando... pensando que... foda-se! Não iria ser feita de trouxa! Ah não mesmo... Meu nome é Melissa e não Pamella!

 Olho bem para a magrela à minha frente, sentindo meu corpo todo tremer de puro ódio. Não estava escutando o que o Jonathan falava, nem dei muita atenção quando ele pegou a loira pelo braço. Apenas me aproximei e falei bem perto de seu rosto. – Amante? Bom... Se ser amante significa foder com seu namorado na mesa do escritório dele, no elevador e em uma boate, bem, eu sou sim! Faça bom proveito dos restos!

 Me viro, escutando o grito da oxigenada e passo pela catraca de acesso. Antes de entrar no elevador com outras pessoas que estavam para pega-lo também, mostro bem o meu dedo do meio, esquecendo a educação lá em casa.

 Quando as portas do elevador se fecham, vou para o fundo e me encosto na parede do mesmo, fechando meus olhos. Minhas mãos ainda estão tremendo de raiva e meus olhos começam a arder. Que grande merda! Eu não iria chorar, não tenho motivos para isso. Só tenho motivos para sentir raiva, apenas isso. Eu fui usada! Estava pensando que o Jonathan queria o que, afinal? Que iria me dar mais orgasmos alucinantes e depois se declararia para mim, igual nos livros que leio? Aqui era a realidade. Afinal, eu nem gostava dele. Eu também o usei, certo? Eu mal o conheço. Ai, Mel... De novo fazendo merda. E para completar, as pessoas de dentro do elevador me olhavam de esguelha, cochichando. Ótimo, no meu segundo dia de trabalho já estou sendo falada!

 Como agiria na frente do Jonathan agora? Afinal, eu continuava sendo a secretária dele e não desistiria do meu trabalho por causa disso. Eu era madura o suficiente para encará-lo de queixo erguido e agir profissionalmente. Seria apenas a Srta. Cavicchioli e ele, para mim, o Sr. Altherr.

Uma Gota De VinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora