Capítulo Quatro - Parte Dois (Final)

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  Oi minhas lindas, boa noite!  Decidi colocar esse capítulo como uma segunda parte do capítulo anterior, já que é narrado pelo nosso John! Claro que nossa Mel também está no capítulo! Sexta feira postarei o capítulo cinco, que promete demais! Espero que gostem e não esqueçam de fazer seus comentários, gosto de saber se estou agradando vocês com minha estória! Muito obrigada por todos os comentários que estou recebendo, é uma grande e maravilhosa motivação para continuar! Sem mais, vamos de capítulo!

PS: As postagens serão feitas nas Terças, Sextas e Domingos!

Acordo antes mesmo do meu despertador tocar. Já é segunda feira de manhã, meu relógio marca cinco horas da manhã. Aproveito essas horas livres para malhar um pouco. Moro em uma mansão em São Paulo, prefiro apartamentos, mas por escolher morar em uma casa, pude fazer muitas coisas que eu não poderia fazer dentro de uma cobertura, como por exemplo, montar uma área para musculação – que para mim era lei, gostava de cuidar do meu corpo - uma área para festa, outra para piscina e até mesmo uma adega enorme de vinhos. Amava vinhos. Tenho um vinhedo no interior de São Paulo, minha mãe é apaixonada também e, por isso, está morando por lá, com meu padrasto – não me dou bem com ele, afinal nunca me passou confiança, mas pela felicidade da minha mãe, Leonor, não falava nada.

 Vou para a academia e pego pesado, querendo meio que tirar toda a dor que passei no final de semana, com dor física. Corro uma hora na esteira e outras uma pegando pesos. Mas nem isso fazia tirar a frustração que sentia com o que vi no apartamento da minha ex, ela ainda apareceu em casa e me ameaçou. Tive que pega-la e jogá-la dentro do próprio carro e acionar aos meus seguranças para não deixá-la nem sequer entrar, tanto na minha empresa, quanto em minha casa. – Irônico, eu que deveria ameaçá-la, afinal, o traído fui eu.

 O relógio da academia marca sete horas e vou imediatamente para o banheiro do meu quarto, tomo um banho bem quente, do jeito que gosto e visto um terno todo preto e uma gravata azul marinho. Segunda feira, dia de branco, mas para mim é de preto.

 Desço as escadas – minha casa tinha três andares e meu quarto se localizava no último, pegando todo o andar. – E vou tomar meu café.

 – Bom dia, Maria! – Cumprimento minha cozinheira, ela era ótima, suas comidas e seus cardápios nunca repetiam, sempre variavam, coisa que eu achava impossível acontecer... mas bem, não era impossível para ela.  – Maria tinha seus 52 anos, já tinha três netos e dois filhos e foi viúva muito cedo, era magra, de cabelos loiros platinados e parecia muito mais jovem, não condizia com a idade. Ela me tratava como um filho, afinal, trabalha pra mim desde meus vinte e dois anos. Ou seja, sete anos.  

 – Bom dia, meu menino, fiz seus ovos e café bem forte. – Me cumprimentou enquanto colocava meu café. Conversamos sobre o final de semana dela e desabafei também, contei tudo o que havia acontecido, menos sobre a Melissa, a única lembrança que tirava minha dor e me deixava de pau duro. Merda! – Eu sinto muito, menino. – Adorava quando me chamava assim. – Eu nunca gostei dela, você sabe, foi bom ter acontecido tudo isso, ao invés de nunca saber.   

 Depois de concordar com Maria, olhei para meu relógio que marcavam oito horas, me despedi e sai de casa, cumprimentando meu motorista e entrando no carro. Não poderia me atrasar hoje, conheceria minha nova secretária –, já que a última se mudou para outra filial, em outro país – E apresentaria todas as suas funções. Teria inúmeras reuniões e tele conferências, hoje não exigiria da minha nova secretária para participar delas comigo.

 Chego à empresa e dou um “Bom dia” para a recepcionista e seguranças. Pego meu celular e ligo para a Sra. Torres do RH, mando-a levar minha secretária à minha sala para que eu mesmo faça as apresentações.

 Chego ao meu andar e olho em volta, senti saudades do meu escritório, de tudo! Tive que resolver algumas coisas na Alemanha, com meu pai. Meu irmão viria trabalhar junto comigo, aqui na empresa. Adorava meu irmão, mesmo sendo de outra mãe, o que não importava e não atrapalhava nossa relação. Tadeu, era mais novo que eu três anos e sempre extrovertido, nunca o vi  sem um sorriso no rosto, diferente de mim, que era sério e rígido. Acho que irmãos mais novos nascem com o dom de serem os mais alegres e despojados.

 Entro na minha sala, sentando na minha cadeira – como senti falta – e ligo meu computador. Quando abro meus arquivos para ver a ficha de minha nova secretaria, senhora Torres abre minha porta, avisando da chegada da moça. Não sei por que, meus pensamento se direcionam à Melissa e uma vontade muito forte de que fosse ela minha secretária toma meu corpo inteiro. Respiro fundo, tentando me concentrar no trabalho. 

 Até que paraliso quando ouço uma voz familiar e vejo uma mulher que não saiu dos meus pensamentos o final de semana inteiro –, nem o cheiro e o sabor dela foram esquecidos por mim – aparece na minha frente. E parece que tudo volta ao começo, nossos olhos se encontram e ficamos nos encarando, sem reação nenhuma.       

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 Ai, meu Deus, e agora? – Aqueles olhos azuis esverdeados, que tanto atormentaram meus sonhos, os mais quentes, me encaravam. Respiro fundo, até que o desconhecido gostoso, que agora tem um nome, quebra o silêncio.

 – Melissa... – Pronuncia meu nome quase como um sussurro. Minha pernas e mãos estão tremendo, assim como estão suando frio, ainda não sei dizer como não caí espatifada no chão.

 Me aproximo mais um pouco, tentando não vacilar, os olhos dele não me deixam e ainda percorre por todo meu corpo. Puta merda. Fico atrás de uma das cadeiras depositadas em frente á mesa dele e seguro o encosto, quase gravando minhas unhas.  Porque destino? Poderia ser qualquer um aquela noite, tinha que ser meu novo chefe? AI.MEU.DEUS!

 Não sei dizer quantas vezes respirei fundo, sentia que estava prestes a desmaiar, ainda mais com ele me olhando daquele jeito e todo gostoso dentro de um terno todo preto, a barba por fazer e com ar de “todo poderoso” sentado em uma cadeira enorme.

 Reuni  todas as forças e coragem para falar. – Sim, senh.. – Minha voz saiu vacilante e tossi, me recompondo. – Sou Melissa Mendes Cavicchioli, sua nova secretária. - Não sei porque, mas decidi fingir que nada aconteceu no final de semana e ser profissional.

  Ele abri o sorriso que eu já conhecia bem e meu coração dispara. Aquele sorriso de “Arranque sua calçinha para mim” era de matar. Levanta e por instinto recuo um passo. Ele abre seu terno, o tirando e colocando-o no encosto de sua cadeira. Posso ver –, e me lembrar – de seus músculos e o escritório começa a ficar quente demais.

 – É realmente um prazer conhecer minha nova secretária, minha equipe, como sempre, me satisfazendo em suas escolhas.  Só espero que... – Ele da a volta em sua mesa e apóia seu quadril nela, cruzando os braços e seus olhos brilham de luxúria quando termina a frase com sua voz rouca –  ..minha secretária  me satisfaça também. – Prendo a respiração. AI.MEU.DEUS, mais uma vez.  Se eu achei que eu não passaria daquela noite, é hoje que eu não vivo mais. Podem cavar minha sepultura, me enterrar e escrever em minha lápide: “Nasceu do amor, morreu por um tesão intenso causado por um moreno gostoso de olhos azuis esverdeados.”      

Uma Gota De VinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora