Capítulo Cinco - parte II, Steven

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Vi meu pai pela primeira vez desde a minha chegada em Arthenia naquela noite, durante o jantar, mais de vinte e quatro horas depois da minha chegada

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Vi meu pai pela primeira vez desde a minha chegada em Arthenia naquela noite, durante o jantar, mais de vinte e quatro horas depois da minha chegada.

Até onde eu sabia, ele tinha ficado preso em um compromisso no parlamento até tarde, não chegando a tempo do jantar da noite anterior. Mesmo assim, eu duvidava que ele tivesse chegado em casa tão tarde a ponto de não passar para me ver.

Não que eu já não estivesse acostumado com tudo aquilo. Não que eu me importasse.

Já tinha passado da fase de me importar.

Quando cheguei à sala de jantar naquela noite, ele já estava lá, assim como alguns parentes do meu lado paterno da família que tinham vindo passar o Natal no castelo. Até mesmo meus tios e primos eu já tinha encontrado no dia anterior.

"Steven", meu pai disse apaticamente quando apareci, andando pela longa extensão da mesa até ele. "É bom ver você. Estive preso ontem o dia todo no parlamento, Arabella deve ter lhe avisado. E hoje... Bem, tive assuntos a tratar na cidade."

"É claro. Eu entendo", disse, quando ele se levantou e me puxou para um curto abraço. "É bom ver o senhor também, pai."

Então eu me sentei ao seu lado esquerdo, tentando não pensar em como o tinha visto saindo do castelo hoje durante a tarde. Pela manhã, eu estava certo, ele estivera bem ali.

"Steven, como vão as coisas em Jacob Adams?", perguntou tia Elinor, a irmã mais próxima em idade de meu pai, depois que me acomodei. Ela, seu marido e meu primo Geoffrey, estavam sentados um ao lado do outro. Geoffrey, com treze anos, já era considerado velho demais para se sentar à mesa das crianças. "Arabella me disse que suas notas se tornaram as mais altas da turma neste semestre."

"É mesmo? Bem, eu venho dado o meu melhor", falei vagamente, ficando sem jeito mesmo sem demonstrar.

"Ah, ele está sendo modesto, Elinor", Arabella disse com um sorriso radiante, os olhos azuis se encontrando com os meus. "Steven é o primeiro da turma. Tenho certeza que se formará com os maiores louvores que Jacob Adams já viu. Não é mesmo, Carl?"

Meu pai, que até então estivera entretido em uma conversa com tio Daniel, se virou para Arabella.

"Sim, é claro." E olhando para mim completou: "Estamos muito orgulhosos." Mas seus olhos não demonstravam orgulho, ou qualquer outra coisa na verdade. Só estavam opacos e vazios, como sempre ao olhar para mim.

Eu assenti, abrindo um sorriso e desejando internamente que quem mais estivesse faltando chegasse logo. Tudo o que eu queria era sair dali e me refugiar no conforto do meu antigo quarto.

"Onde estão Sebastian e Margot?", perguntei em voz alta, dando por falta dos dois, que, se estivessem ali, seriam de longe os mais barulhentos e alegres, trazendo um pouco de espontaneidade àquela mesa silenciosa.

Um Amor Para o Príncipe Herdeiro, livro 1 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora