O início da perdição

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   — Não, apenas acho estranho também. — comentei e ela pareceu cair.

   Ouvimos alguns gritos altos e corri para a porta junto com Ártemis, vimos alguns guardas de Poseidon correndo e fui atrás. Chegaram ao portão de entrada e Poseidon estava armado com seu tridente e suas tropas junto, guardas cobriam a frente e vi que alguns cavalos e um exercito caminhavam atrás de um homem, vi seres gigantes. Certamente eram os hecatônquiros.
Aquele homem era eu reconhecia, o tom de cabelo em qualquer lugar, Cronos.  Usava uma armadura dourada e trazia consigo a ampulheta e uma espada, a seu lado dois cavalos se encarregavam de puxar a gaiola de Nikaia, ela estava fraca pelo visto e a pele escurecendo. Um sinal de que sua vida estava se esvaindo pouco a pouco.

   Apollo surgiu próximo a mim e me encarou, infelizmente devido a sua traição Maira possa não estar viva agora. Hera apareceu em um cavalo branco com a pele jovem e renovada, nem parecia a mesma desde que a vi. Ela tinha recuperado sua forma divina, uma peste.

  — Laura, vai começar e espero que fique bem. — afirmou ele pegando o colar de seu pescoço e o apertando, seu corpo que estava vestido por uma túnica passou a desenhar uma armadura. Uma capa vermelha com o simbolo do sol surgiu e senti um forte poder vindo dele, em sua mão direita fez com que um pequeno sol surgisse.

  — Laura. — chamou Ártemis. — Cuide da harpa, ela será uma aliada contra Cronos se soubermos usar.

  Peguei das mãos de Ártemis e fiquei ali parada, precisava lutar, mas não sabia como e nem Ares consegui ver. Sei que seu coração estava comigo, mas isso era impossível de pensar.
Poseidon gritava com Cronos, o portão se abriu e as tropas de ambos começaram a andar. Seria uma batalha violenta, Poseidon ergueu seu tridente e foi para cima de Cronos, os exércitos se chocaram e eu notei tudo ali de longe. 

    Da janela notei quando os muros foram invadidos, não sabia o que fazer então desci as escadas e comecei a correr pelo pátio. Um dos cavaleiros de Cronos me viu e começou a correr atrás de mim gritando.

   — Rápido peguem ela e me tragam a harpa de volta. — gritou Cronos revidando o golpe de Poseidon.

      Corri de volta pelos caminhos do jardim, me escondi embaixo de alguns arbustos que estavam aparados fazendo um ótimo esconderijo.
Ali abaixei e fiquei, notei quando vários guardas passaram, um deles matou com a espada um dos servos de Poseidon que caiu na piscina deixando as águas vermelhas de sangue, coloquei a mão na boca para não gritar e me segurar ali. Precisava ficar calma ou nada daria certo.

   — Corram, ela não pode estar longe. Precisamos da harpa rápido. — falou um enquanto corriam para dentro do castelo.

   Esperei e ninguém voltou, foi quando sai de meu esconderijo levantei devagar.

   — Hora, está ai Laura! — afirmou uma voz e era Cloto.

   Encarei seu olhar penetrante e não demonstrei medo a ela, Cloto escondia algo, algo que nem mesmo eu sabia distinguir seu lado.

   — Vai me entregar a Cronos? — perguntei segurando forte a harpa.

   — Não tenho motivo para isso, bom é inevitável que Hera voltaria. O Pai queria uma deusa nova e só era possível conseguir isso com a guerra. — explicou ela e eu fiquei sem entender.

   — Você traiu os deuses e me traiu, escondeu tudo e viu meus pais morrerem. — gritei com raiva.

   — Você não entende. Pessoas morrem Laura e as vezes precisamos abdicar do que nos prende ao mundo. — comentou ela. —Não fiz por querer e sim porque fui obrigada por Hera, ela matou minha familia. Minhas irmãs, além disso cumpro ordens de cima.

   Saber que Cloto também perdeu alguém me fez ter dó dela, mas não podia ter dó.

   — Eu posso te ensinar a usar. —contou  rapidamente vendo que os servos de Cronos voltavam.

   Encarei ela e a harpa, peguei a harpa e a apertei contra meu peito. Cloto me olhava sem reação e por fim ela pegou em minha mão e começamos a correr. Cronos nos viu do portão e jogou Poseidon longe com um golpe, Hera percebeu e começou a rir.

  — Laura, preciso que encontre um lugar seguro e rápido. O único modo de tocar a harpa e usando uma melodia criada com o coração. — falou Cloto enquanto corríamos.

  — Espero que não esteja mentindo para mim. — afirmei ainda com medo dela.

Poseidon mandou alguns guardas defenderem eu e Cloto, creio que notou o que estava para acontecer. Perto de alguns corais gigantes me escondi com Cloto e ela pegou a harpa de minha mão e a colocou no chão.

   — Como vou tocar isso com o coração? — perguntei a Cloto.

   — O desejo do portador deve ser transmitido para a harpa, se você quer destruir Cronos de uma vez e restabelecer o equilíbrio deve saber que isso custa a vida Laura, todos os dias você deve tocar a harpa pelo menos uma vez. — explicou ela. — Terá de abdicar da sua vida mortal e aquentar o fardo da imortalidade para salvar os outros.

   Olhei sem jeito, ser imortal era um fardo. Deixar tudo o que conheço para salvar os outros e aquele ao qual amo, será que Ares apoiaria isso?

  — Eu não posso fazer isso. — respondi chorando.

   — Você precisa fazer isso. — falou ela alto. — Hera não será destruída, afinal ela não veio da ampulheta, mas Cronos voltaria para onde veio, pelo menos teriamos que se preocupar com algo a menos. — explicou.

   Vi que ela passava a mão em uma faca e percebi que talvez só queria o poder, rapidamente peguei a harpa e sai correndo deixando Cloto para trás que gritava  falando que eu era traidora.
Corri mais rápido que pude e dei de cara com Ares sangrando, era como se o destino o unisse a mim de novo.
  O abracei e comecei a chorar. Segurei o mais forte que pude e beijei seus labios.

  — O que faz aqui? — perguntei olhando para ele, Zeus e Hades.

  — Escapamos graças a Atena e viemos ajudar. — comentou ele tocando meu rosto e sorrindo para mim.

 — comentou ele tocando meu rosto e sorrindo para mim

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Uma noiva para AresWhere stories live. Discover now