Na manhã seguinte, Tom acordou com barulho de pratos, que provavelmente vinham da cozinha e Tessa lambendo seu rosto.
-Oi garota! Como você está grande, caramba! - disse ele fazendo carinho na cachorra, que abanava o rabo.
Ao levantar, ele sentiu que sua cabeça ia explodir, a ressaca do dia anterior havia chegado com tudo. Com passos lentos, Tom saiu do quarto e foi até a cozinha, onde Sam lavava a louça.
-Bom dia! - disse ele ao ver o irmão.
-Bom dia... - disse Tom se sentando.
-Tem café pronto, se você quiser. - disse Sam.
-Ok, obrigada... - respondeu Tom, se servindo uma xícara. -Onde estão os outros? - disse Tom notando que não havia mais ninguém em casa.
-Saíram pra trabalhar, eu geralmente fico por aqui mesmo. - disse ele secando as mãos em um pano.
-Harry trabalha agora, é? - disse Tom rindo.
-Dá um tempo pra ele, Thomas! - disse Sam para o irmão mais velho.
-Eu não fiz nada pra ele me tratar desse jeito. - disse o garoto enfiando uma torrada na boca.
-Você sabe exatamente o que fez. - disse Sam guardando o restante das coisas do café da manhã.
-Tá, tanto faz... - respondeu Tom, levando sua xícara até a pia.
Quando olhou pela janela, Tom viu o jardim de lírios da mãe completamente destruído.
-Sam? O que aconteceu com o jardim da mamãe? - pediu ele confuso.
-Eu... não sei, depois que foi embora, o papai não tocou mais nele. - disse Sam dando de ombros.Depois de tomar café, Tom ajudou o irmão com a mesa, antes de tomar banho e vestir uma roupa limpa.
-Onde estão as chaves do carro? - gritou ele da garragem.
-Ele e Harry foram trabalhar de carro. - disse Sam, soando óbvio.
-E como eu vou sair? - disse Tom.
-Eu não sei, acho que nossas bicicletas ainda estão no porão. - disss Sam vendo o irmão rolar os olhos.
-Tá brincando, né? Vocês tem uber aqui, pelo menos? - disse ele para o irmão que balançou a cabeça. -Qual é, como vocês sobrevivem? - resmungou o garoto, vendo o irmão rir.
Tom então se jogou no sofá da sala e decidiu ligar para Andy, que não esperou nem tocar duas vezes.
-Tom, eu não quero desculpas, só me diga onde está, que mandarei alguém te buscar. - disse o homem assim que atendeu.
-Andy, eu estou na minha cidade natal, um dos meus amigos de infância, ele... morreu ontem. - disse Tom ouvindo a linha ficar muda.
-Oh! Eu... eu sinto muito! - disse Andy, depois de alguns segundos.
-Tudo bem, é só... você acha que posso ficar por alguns dias? - perguntou o garoto suspirando.
-É claro que pode, Tom! Eu vou falar com a imprensa, não se preocupe, só fique com sua família, ok? - disse ele.
-Ok, obrigada Andy! Ah, mais uma coisa, você poderia me enviar um carro e meus cartões de crédito? Eu tenho pouca coisa comigo. - disse Tom se virando no desconfortável sofá.
-Claro, só me manda o seu endereço. Fique bem, ok Tom? - disse seu agente.
-Ok, obrigada Andy! - respondeu Tom encerrando a chamada.Contra a vontade, Tom pegou sua velha bicicleta e foi até o mercado da cidade, onde comprou um pacote de cigarros e uma garrafa de whiskey.
Enquanto sentava no banco, que ficava em frente ao local e tomava alguns goles da bebida, Tom viu exatamente quem ele queria, Rebecca, entrando em uma floricultura.O sino tocando acima da porta da floricultura sempre indicava mais um cliente, mas depois de ver quem havia entrado na loja, Becca desejou que ele nunca tivesse tocado.
-Oi... - disse mas foi cortado pela loira.
-Eu estou trabalhando! - disse ela apontando para a cliente á sua frente. -Vai ficar R$27,75 Sra. Adams! - disse Rebecca, tentando ignorar a presença de Tom.
-R$25... R$27... R$0,50... R$0,75. - disse a senhora, colocando as moedas no caixa, enquanto Tom esperava impacientemente.
-Isso mesmo, muito obrigada, deixa eu te ajudar com isso até o carro. - disse Becca pegando o buquê de flores e a acompanhando.
Do lado de fora, Sr. Adams já esperava a esposa na direção do carro.
-Bom dia Rebecca! - disse ele a cumprimentando.
-Olá Sr. Adams! Belo dia, não é mesmo? - respondeu Becca sorridente enquanto ajudava com as flores.
-Obrigada! - disse a senhora sorrindo, antes de virar o olhar para Tom, que havia as seguido. -Você... um idiota! - disse ela antes de entrar no carro.
Já dentro da loja, Rebecca continuou montando o arranjo de flores em silêncio, até Tom coçar a garganta e iniciar a conversa.
-Foi um soco e tanto, o que me deu ontem. - disse ele sem tirar os olhos da loira.
-Aquilo foi só um aviso! - respondeu Becca, enquanto amarrava uma fita no cabo das flores.
-Você trabalha aqui, agora? - disse Tom olhando ao seu redor.
-Eu sou a dona! - respondeu Becca.
-Uau! - disse ele surpreso.
-Sim Thomas, eu fiz algo da minha vida, depois que você me abandonou. E sim, muitas pessoas desta cidade se foram desde que você foi. Minha mãe morreu, você sabia disso? - disse a loira.
-Não, eu sinto muito. Eu... eu não fazia ideia. - disse ele balançando a cabeça.
-Thomas, você notou que nos últimos anos, ninguém e eu quero dizer ninguém mesmo, na nossa pequena cidade, falou com a imprensa sobre você ou sua vida aqui? - pediu Becca o vendo negar. -Você também notou que ninguém postou uma foto sua no Facebook ou no Instagram, nada? E porquê você acha isso, Tom? - disse ela sentindo o sangue ferver.
-Porque eu te deixei. - respondeu ele.
-Porque você deixou todos nós, Thomas! A cidade inteira! - disse Becca levantando a voz. -Ninguém falou sobre o que você fez aqui porque... porque nós apoiamos uns aos outros aqui em Kingston. Somos uma família. Somos leais. Mas seu lugar não é mais aqui, Tom. Por favor, só vai embora! - finalizou a loira, voltando a trabalhar no arranjo.
Tom estava pronto para começar a se desculpar com ela, quando uma garotinha, a qual ele reconheceu ser a mesma que acompanhava Rebecca na igreja, entrou correndo na loja.
-Oi mamãe! - disse ela animada.
-O-oi meu a-amor! Como foi a escola hoje? - disse Rebecca, extremamente nervosa, a abraçando.
-Muito legal! A Srta. Ross deixou a gente brincar na pracinha! - disse a garotinha.
-Oi Tom! - disse Carter, amiga de Becca, que acompanhava a garotinha e mais algumas crianças.
-Carter! - cumprimentou ele.
-Quer saber? Carter vai levar vocês para tomar sorvete, o que acham? - disse Becca, olhando para a amiga, que entendeu na hora o que estava acontecendo, ou melhor, prestes a acontecer.
-É por minha conta! Vamos lá! - disse Carter, recebendo um agradecimento da amiga.
-Mamãe, esse não é aquele que você vê na tv? - disse a garota apontando para Tom, que cruzou os braços, dando um sorrisinho para Becca.
-Não filha, eu... eu não acho que... - disse Becca se enrolando com as palavras.
-Eu... eu sou um amigo da sua mãe. Tom! - disse ele estendendo a mão para ela.
-Lilly! - respondeu a garotinha um pouco sem graça, antes de cochichar algo para a mãe.
Mas Tom já não estava mais ouvindo pois, assim que ouviu aquele nome, ele sentiu suas memórias voltarem com tudo.Era o verão de 2013, ele e Rebecca sentavam na grama do quintal de sua casa, quando ele decidiu fazer uma pergunta.
-Bec? - disse ele chamando a atenção da loira, que deitava em seu colo.
-Huh? - disse ela.
-Quando tivermos nossos filhos, como eles irão se chamar? - disse o garoto vendo a expressão da namorada mudar.
-Filhos? Tom, nós ainda não nos casamos. - disse ela erguendo as sobrancelhas.
-Eu sei, mas... você sabe que eu quero ter filhos com você. - disse vendo um sorriso brotar no rosto dela.
-Eu sei, deixa eu ver... se for menino, eu não tenho ideia. - disse ela. -Talvez Josh, eu gosto de Josh. - disse Becca.
-Josh? Ok... e menina? - perguntou ele.
A loira pensou um pouco, mas depois de seus olhos passarem pelo jardim de lírios de Nikki, ela teve certeza da resposta.
-Lilly, como as flores favoritas da sua mãe! - disse Becca sorrindo.
-Eu te amo, sabia? - disse Tom a beijando.-Lilly? É... é um lindo nome! - disse Tom olhando para Becca, que tinha os olhos marrejados.
-É hora do sorvete, que tal vocês irem e encontro vocês... - Rebecca tentou dizer, mas foi cortada novamente por Tom.
-Só um minuto! - disse ficando de joelhos. -Quantos anos você tem, Lilly? - pediu ele para a pequena.
-Cinco anos! Mamãe disse que vou ganhar um pula-pula quando completar seis. - respondeu ela animada.
-Ok, vamos tomar sorvete? - disse Carter finalmente levando as crianças.
-Tchau mamãe, tchau Tom! - disse Lilly, antes de sair.
-Tchau, meu amor! - disse Becca indo até a porta, agradecendo a amiga e dizendo que buscaria Lilly assim que terminasse.Ela ficou de costas para Tom, tentando conter as lágrimas e o nervosismo, até ele quebrar o silêncio.
-Cinco, huh? - disse ele, fazendo Becca se virar.
-Parece que aquela conversa que eu imaginei mil vezes na minha cabeça, está prestes a acontecer, não está? - disse ela, com a voz embargada.
-É... está! - respondeu Tom cruzando os braços.
-Uh, vou precisar de uma cerveja pra isso! - disse a loira indo até o freezer de flores, onde ela deixava algumas cervejas, para ocasiões especiais.
Depois de abrir e tomar alguns goles, ela finalmente criou coragem para começar a falar.
-Eu descobri que estava grávida duas semanas depois do dia do nosso casamento, ou o que era pra ser o dia do nosso casamento. Fiquei com tanta raiva, tão humilhada depois que você me abandonou. Mas mesmo assim... de alguma forma, reuni toda a força que me restava e te liguei pra contar que estava grávida. Claro que caiu direto na caixa postal. Eu deixei uma longa mensagem, implorando para você me ligar de volta. E então, eu prometi a mim mesma, que se você não tivesse a decência de me ligar de volta, pra descobrir o que eu precisava dizer de tão importante... eu nunca mais entraria em contato com você. Porque Lilly e eu merecemos coisa melhor, Tom! - disse Becca, finalmente tirando o peso que carregava nas costas. A loira então sentou ao lado do garoto, que estava sem palavras.
-Você deu o nome em homenagem á minha mãe, Becca! - disse ele depois de alguns minutos.
-Estou surpresa que ainda se lembre disso. - falou a loira olhando em seus olhos marejados.
-Hey, irmãzinha! Tom? O que você está fazendo aqui? Já não fez ela sofrer o suficiente? - disse Jake ao entrar na floricultura.
-É bom te ver também, Jake! - disse Tom fechando o rosto.
-Quer saber? Tom já estava indo embora. - Becca disse rapidamente.
-Eu estava? - disse Tom confuso, recebendo um olhar da loira. -Ok! - disse ele antes de sair.
Tom então subiu na sua bicicleta e voltou pra casa, já que sua família tinha algumas explicações para dar.
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meant to be | tom holland
FanfictionTom Holland estava pronto para se casar com Rebecca Forbes, sua namorada da escola, quando acabou deixando-a no altar para seguir carreira de ator. Depois de muitos anos, ele retorna à cidade natal e acaba descobrindo alguns segredos. • Baseada no f...