Chapter 4

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Rebecca, Jake, Lilly e Tom, sentavam na mesa de jantar, no mais completo silêncio. O único som ouvido era o ranger dos talheres nos pratos.
-Eu lembro desses pratos! - disse Tom ao reconhecer a louça. -Sua mãe sempre os usava. - completou ele.
-Você conheceu a mãe da minha mamãe? - disse Lilly para Tom.
-Sim, Lilly. Eu... eu costumava vir muito aqui. - disse ele.
-É, docinho! Ele vinha quando essa casa ainda era da vovó, tio Jake e eu éramos crianças. - disse Rebecca para a filha pequena.
-Então... você gostou do urso? - disse Tom se referindo a pelúcia de quase um metro de altura, que ele havia comprado para Lilly e, no momento, sentava ao lado da gatota, com um enorme tope cor de rosa na cabeça.
-É... bem grande! - disse Lilly colocando uma ervilha na boca.
-Mas... você gosta de ursos, né? - disse Tom nervoso.
-Não quando eles são maiores do que eu, mas obrigada! - disse Lilly.
-Tudo bem... - disse Tom com a expressão chateada.
-Mamãe, abre o seu! - disse a garota vendo que Becca também havia ganhado presente. Uma pequena caixa preta, que continuava fechada ao lado do seu prato.
-Oh, ok... - disse Becca pegando o presente. Ao abrir a caixa e ver o colar de diamantes quase pular no seu rosto, Becca ficou sem palavras. -Eu... não sei o que dizer! - disse ela sem graça, assim como Tom e Jake.
-Tom? Você gostaria de ver o meu quarto? - pediu Lilly limpando a boca com um guardanapo.
-Oh, eu... adoraria, Lilly! - respondeu Tom surpreso.
-Podemos mamãe? - pediu a garota.
-Claro, eu vou com vocês! - disse Becca.
-Não precisa mamãe, vamos ficar bem sozinhos, não é Tom? - disse ela saindo da mesa.
-É... claro! - disse Tom a seguindo, deixando Becca pra trás.
Depois que já estavam longe o sificiente, Jake decidiu falar o que estava na sua cabeça a noite toda.
-Você não está realmente pensando em deixar esse cara voltar pra sua vida, não é? - disse ele recebendo apenas um olhar da irmã mais nova.

No andar de cima, Tom observava cada detalhe do quarto de Lilly, que já havia sido de Becca. No mural, junto com um cordão de luzes, ficavam algumas fotos de Rebecca grávida, assim como de Lilly recém nascida, nos braços da mãe. Tom se pegou sorrindo, feliz ao ver imagens mas, ao mesmo tempo culpado, por já ter perdido tanto tempo na vida da filha.
-O que achou? - disse Lilly, o tirando dos seus pensamentos.
-É... muito bonito! - disse ele para a garota, que agora sentava em algumas almofadas, próximas á janela.
Tom ficou de pé, com as mãos nos bolsos, sem saber o que fazer, até Lilly gesticular com a cabeça, para que ele sentasse ao seu lado.
-Certo... - disse Tom se juntando á ela.
-Eu assisti seu filme ontem. - disse Lilly, pegando Tom de surpresa.
-É? E... o que achou? - pediu ele ansioso pela resposta.
-Eu gostei! Menos a parte em que é atropelado por um trem. - disse ela fazendo Tom sorrir.
-É, aquilo não foi muito legal. - disse ele ainda sorrindo.
-Mas no final, você conseguiu derrotar o cara mau, não foi? - disse ela animada.
-É, eu consegui! - disse Tom quase não conseguindo conter a felicidade de ouvir Lilly falar de seu trabalho.
-Eu gostei do seu cabelo, é parecido com o meu. Olha... - disse Lilly mostrando seus cachos para ele.
-Sim, é bem parecido mesmo. - disse Tom sorrindo ao ver a semelhança.
-Posso tocar? - disse a garota pegando Tom de surpresa.
-Sim... você... pode tocar. - disse ele se abaixando para que ela alcançasse sua cabeça.
-É macio... - disse Lilly enquanto passeava os dedos pelos cachos de Tom, que relaxou com o toque.
-Igual o seu! - disse ele ouvindo uma risada.
-É, igual o meu! - disse Lilly sorrindo.
Eles ficaram assim por alguns minutos, Lilly delicadamente passava suas pequenas mãos pelo cabelo de Tom, que se sentia nas nuvens com cada toque da filha.
-Você pode me buscar na escola amanhã? - disse Lilly, parando seus movimentos.
-Oh, eu adoraria Lilly, mas temos que falar com a sua mãe primeiro, tá bom? - disse Tom a vendo assentir.
-E depois podemos ir na casa do vovô? Eu quero brincar com a Tessa! - disse Lilly animada.
-Você... você conhece a Tessa? - disse Tom ainda confuso com a situação.
-Uhum, todo fim de semana fizemos churrasco na casa do vovô e, enquanto o tio Sam ajuda na cozinha, tio Harry e eu brincamos com ela no quintal. - disse Lilly com os olhinhos brilhando de empolgação.
-Você... é... você gosta do tio Harry e do tio Sam? - disse Tom sorrindo.
-Eu amo eles! Oh, tem o tio Haz também, ele sempre me leva na casa da árvore pra brincar com as meninas. - respondeu a garota.
-Bom, temos que falar com sua mãe antes, mas, se ela deixar, sim, podemos ir na casa do vovô brincar com a Tessa. - disse Tom.
-Ebaaaa!!! Obrigada, Tom! - disse a garotinha pulando em seus braços e o pegando de surpresa, mais uma vez.

Depois do jantar, Rebecca acompanhava Tom até a porta, enquanto ele repassava tudo que havia feito errado.
-Foi terrível, eu sou um desastre com crianças, não sei lidar com elas, não sei nem escolher um presente. Ela odiou o urso, tanto quanto você odiou o colar. - disse ele frustrado.
-Tom, Lilly não precisa que você compre presentes pra ela. E nem eu... não posso aceitar isso. - disse Becca entregando a caixa para Tom, que segurou o presente em silêncio.
-Sabe, ela... tem o seu sorriso! - disse Tom a observando. -E sua risada também. - completou ele.
-Você não lembra da minha risada, Tom.- disse Becca rolando os olhos.

-Tom, para, eu vou morrer! - disse Becca com lágrimas nos olhos, enquanto Tom a atacava com cócegas, no chão da sala de sua casa.
-Só se você admitir que eu ganhei esse jogo... - disse Tom se referindo ao jogo de tabuleiro, ao lado deles.
-Tá bom, tá bom, eu admito, você ganhou. Agora para, por favor! - disse Becca rindo.
-Eu sempre ganho!- disse ele com um sorriso vitorioso no rosto.
-Ah, cala a boca! - disse Becca ainda tentando recuperar o fôlego.
-Humm, okay. - disse ele a beijando.
-Você é maluco! - disse Becca ao se separar.
-Mas você me ama... - Tom disse lhe dando um selinho.
-Amo! - respondeu a loira, o beijando.

Ao ouvir Becca dizer isso, Tom imediatamente a imitou, fazendo a loira rir exatamente como ele havia a imitado.
Tom então se pegou novamente observando a garota, como seus olhos brilhavam com a luz da lua, como seu cabelo continuava da mesma cor, como ela mexia no seu colar quando estava nervosa e principalmente, como ele havia sido o maior idiota do mundo por ter feito ela sofrer.
Becca percebeu o olhar de Tom, ficando completamente sem graça.
-Olha Tom, eu... não consigo fazer esse papel. Boa noite! - disse ela indo até a porta da casa.
-Espera, ela... ela pediu se eu posso ir buscá-la na escola amanhã. - disse Tom fazendo Becca parar.
-O que? Tom, isso... isso está indo muito rápido. Você sumiu por seis anos e agora quer buscar minha filha na escola? - disse ela se aproximando.
-Nossa filha! - Tom a corrigiu.
-Eu não posso... - disse Becca confusa.
-Eu sei que não tenho direito nenhum aqui, eu sei disso. Mas eu estou aqui agora Becca. Eu quero conhecer a Lilly e estar aqui para ela, por favor, só me dê essa oportunidade. - disse Tom, mas ficou sem resposta. -Você quer que eu implore? Eu imploro, não tem problema... - disse se ajoelhando.
-Tom, não... levanta! - afirmou Becca. -Ok, amanhã. Me encontre no portão ás 15h e pegamos ela juntos. Não se atrase! - disse a loira.
-Obrigada, eu não vou estar, prometo. Que horário mesmo? - disse ele descendo as escadas.
-Tom... - disse Becca lhe dando um olhar.
-Eu sei que horas... Boa noite, Bec! - disse sorrindo antes de desaparecer.

meant to be | tom holland Where stories live. Discover now