Capítulo 1

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Dias atuais

[Ellie]

Um clarão se fez no quarto, eu subi o edredon para cima para cobrir o meu rosto pelos raios do sol que atravessavam a janela [13:14] Não tenho vontade nenhuma para levantar da cama e colocar meus pés no piso. Claramente imaginando já em minha mente que o chão está gelado, mas não. Assim que levanto o edredon completamente, e o meu pé toca no piso eu acordo pra vida quando sinto o chão molhado.

.... De novo não!

Eu corro em direção ao banheiro desligando a torneira da banheira. Eu me apoio com ambas as mãos na borda abanando minha cabeça em sinal de reprovação cerrando os olhos pelo meu descuido.

3 vezes em uma semana. Nunca aconteceu de amanhecer assim, sempre foi a noite que isso acontecia quando me distraia com o celular ou o portatil. Ou até mesmo quando tinha panela no forno. Tanto que no dia da panela quando ouvi a água a correr eu fui desligar a torneira do banheiro esquecendo completamente de desligar o forno primeiro quando senti o cheiro da panela queimando. E eu tinha pensado que iria incendiar a casa mas não. Logicamente recebi bronca.

Não acredito que amanheci logo assim! Alguém mais azarada do que eu não pode existir.

Por sorte, Téo um amigo que fiz quando terminei a droga do ensino médio, colocou um pedaço de Borracha grosso na porta impedindo que qualquer coisa passe por baixo da mesma. Não queria em nenhum momento pensar que a tia Amy poderia ter um acidente nas escadas por conta do meu descuido. No fundo eu agradeço a Téo por ter posto isso nas portas, claramente por causa dos ratos que sempre entram dentro de casa! Mas sérvio de lição hoje.

A tia Amy queria colocar ratoeiras na casa, mas eu não deixei. Não suportava o facto de coisinhas tão pequenas serem mortas sem terem feito nada. O que não é válido pelas baratas. Nunca gostei.

Assim que acabo de limpar a água que estava no chão no quarto e do banheiro, eu me viro dando de cara com o espelho. Eu me aproximo e olho seriamente para o meu reflexo, focada nos meus olhos cinzentos..... Eu vi coisas que não sou capaz de esquecer. Ninguém nunca viu o que meus olhos viram, não dá mesma forma que vi. Aquela queimação debaixo do meu peito volta quando desvio o meu olhar para baixo sentindo os meus olhos mais claros como nunca, a sua íris mudando de cor mais uma vez. Um dom e uma maldição. O dom de ver de novo cenas que aconteceram no passado. A cena da escola volta com força:

Estávamos no recreio e mais uma vez Ricardo e seu grupo falavam de mim. Que eu era bonita, mas que ninguém se envolveria comigo porque assim como a tia Amy eu não podia ter filhos.

-Pff - eu cruzei os braços por ouvir isso chateada e ele me olhou pelo canto dos olhos. Logo vindo na minha direção.

-Porque está bufando? - Ricardo falava com raiva. Ele nunca gostou de mim então porque insisto?

-Ah deixa ela cara. Ela vai acabar sozinha como a tia dela. Claramente estamos perdendo tempo a falar com uma estéril - eu suspiro com o comentário de Ítalo. Eu não pertencia aqui, claramente eu não preciso de fazer o sétimo ano. Temos apenas 11 anos, porque tanto Bulling comigo?

-Não mesmo. Farinha do mesmo saco. Deve ser por isso que os pais a deixaram - eu bati com tanta força no rosto do Ricardo já cansada desse tipo de comentários.

Sempre fui boa para os outros. O que eu fiz para merecer tanta falta de respeito?

Fui brutalmente empurrada no chão e em seguida recebi varios pontapés na barriga e nas costas, o que fez com que saisse sangue de minha boca.

Impossivel Amar Você Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt