Cap 09

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Dominik POV

Receber alta daquele hospital de merda foi a melhor coisa que me aconteceu ultimamente. Sempre sou vitima de situações ruins, assim como brigas de meus pais de lá até aqui em casa, mas não sabia o motivo, eu estava usando fones de ouvido, escutando musicas no ultimo volume, eliminando por completo qualquer som do mundo real. Que Porra de vida, cacete. Entro no meu quarto, arrumaram tudo até colocaram a porta no lugar, fecho a porta e a... Cadê a chave dessa porta? Arregalo meus olhos surpreso assustado e com bastante raiva. Saio do quarto enfurecido, chego à sala e encaro meus pais que acabaram de entrar.

– ONDE EXISTE PRIVACIDADE AQUI NESSA CASA? – Pergunto gritando, ficando todo vermelho.

– Abaixe seu tom de voz, mocinho. – Fala meu pai apontando seu dedo indicador para mim.

– Eu quero minha chave. – Falo irritado passando a mão no cabelo.

– Filho, não queremos que se tranque novamente no quarto. – Fala minha mãe calmamente.

– Eu preciso de privacidade... Eu dentro de casa sou a mesma coisa que nada, melhor ficar trancado no quarto. Devolva minha chave. – Peço impaciente.

– Não, Dominik! – Nega meu pai. Suspiro fundo e encaro minha mãe e me ajoelho.

– Mamã, por favor, me devolva a minha privacidade, eu prometo que não vou ficar trancado o dia todo, só quero minha chave de volta. – Imploro a ela juntando minhas mãos como se fosse uma reza, com os olhos lagrimejando. Sinto que a mesma se comove. – Por favor!

– Oh filho... – Sussurra ela e olha para seu marido. – Amor, vamos devolver a chave ao Nick, por favor.

– Bertha, não acredito nisso... Não. – Nega friamente e secamente, sem demonstrar nenhuma pena por mim. Levanto-me, me aproximo do meu pai e o olho nos olhos.

– Não sinta minha falta, depois de minha morte... Agora! – Sussurro e corro para meu quarto, fecho a porta mesmo sem chave e corro para o banheiro atrás de laminas. Procuro em tudo e não entro nem espelho. – MERDA! – Grito. Volto ao meu quarto e começo a derrubar tudo. Quadros, livros, carros de infância. – MERDA! – Grito novamente com raiva e começo a pegar minhas roupas e jogar no chão. Minha mãe entra no quarto desesperada, a encaro.

– Pare! – Pede ela e estende a mim a chave da minha porta. Suspiro profundamente, sentindo um grande alivio. – Não faça nada, por favor, Nick. – Pede ela com carinho. Suspiro novamente tentando me acalmar, pego a chave e lhe abraço. – Te amo filho! – Ela sussurra acariciando meu cabelo.

Minha mãe volta pra sala e começa a discutir com meu pai. Fecho a porta mais uma vez, encaixo a chave na fechadura e a tranco. Sorrio. Que ótimo, novamente trancado em minha caverna. Caminho até minha cama e sinto um frio na barriga. Olho para trás e me deparo com a Solly. Ela está com um vestido longo branco, com a mesma maquiagem preta assim como o batom, descalça e pálida, caminha até mim com a mão estendia. A seguro e a mesma me puxa até a porta. Atravessa e faço o mesmo, com os olhos fechados. Não sinto nada, mas quando resolvo voltar a enxergar me deparo novamente com seu mundinho cheio de grama.

– Você sumiu! – Falo soltando sua mão.

– Foi necessário! – Ela afirma caminhando na direção do castelo.

– Me explique... Quem são vocês? – Pergunto quando chegamos à ponte. Ela para, me olha e sorrir.

– Você é tão tolinho, Dominik. Somos pessoas assim como você. – Afirma ela e mostrando o pulso todo marcado de cortes.

– Mas e isso tudo aqui? – Pergunto olhando ao redor.

– Isso tudo? – Pergunta ela sorrindo. – Isso tudo aqui, é nosso único refugio, onde escapamos de tudo e todos do mundo real.

– Posso viver aqui com vocês? – Pergunto e ela gargalha.

– Claro que pode... Eu também quero viver aqui. – Fala entrando no castelo. Sigo-lhe.

– Mas... Você já vive aqui. – Falo e a Solly me olha.

– Não Dominik, para viver aqui, você precisa morrer. Eu preciso morrer. – Ela afirma e começa a subir as grandes escadas cansativas. Mas correndo. Sigo-lhe depois de muito custar.

Chegamos ao topo, naquela torre pequena, com grandes aberturas, mostrando uma bela vista, do jardim todo gramado e com árvores. Paro ao lado da Solly suando e com a respiração ofegante. Estou tão confuso... Morrer para viver aqui. Mas como posso vê-la se ela ainda é viva assim como eu?

– Dominik, enchendo sua cabeça de pensamentos novamente... Pare, assim nunca vai achar respostas para suas perguntas. Podemos nos conectar porque sofremos humilhações e queremos apenas uma coisa. – Ela fala e nos olhamos.

– Fugir do mundo! – Respondo e a mesma assente sorrindo. – O que houve com você? – Pergunto e ela parece se irritar com isso. Olha para o lado externo e fica calada. Faço o mesmo.

– Eu tinha apenas 10 anos, quando meu pai chegou bêbado em casa. Ele começou a brigar com minha mãe e a xingar também, até que começou a lhe bater, tudo isso na minha frente. Comecei a chorar e a gritar, então ele resolveu se revoltar contra mim e me bater também. Depois desse dia, tudo começou a mudar, mas não em casa e sim comigo mesmo.

“Apanhar todos os dias mostrou-me que ser fria é a melhor solução para engolir o sofrimento sem passar mal depois. Na escola, era conhecida como a estranha feia pobre miserável... Meninas me abusavam sempre, cortavam meu cabelo, enfiavam minha cara na privada, esfregavam seus absorventes sujos na minha cara. – Ela dar uma pausa com lagrimas nos olhos. – Mas eu fui forte... Em continuar viva. Parei de ir pra escola e me tranquei no quarto... Mas fui obrigada a ouvir sempre os gritos de meus pais brigando... Até que aconteceu algo... Eu já tinha 12 anos e já era uma mocinha.”

“Meu pai arrombou a porta do meu quarto. Lascou a roupa que eu estava usando me deixando completamente nua. Comecei a gritar por minha mãe, mas ela não respondia, estava morta? Não sabia, eu estava confusa, com medo assustada. Ele me forçou a ficar deitada por enquanto que me amarrava. Eu chorava tanto, gritava tanto, mas ninguém ouvia sabe por quê? – Ela dar uma pausa novamente e me olha chorando. – Morávamos no meio do nada. – Engulo sem eco. – Ali estava eu, deitada naquela cama toda amarrada sem roupa, toda nua. Meu pai começou a tirar a sua roupa e me forçou a chupar seu pau. Ele me forçou a chupar a porra que me gerou. Eu comecei a me sentir suja, mas ele não parava, ele me comeu... ELE ME ESTUPROU DOMINIK. – Grita ela chorando, então lhe dou um abraçado forte, ela retribui.”

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Perdão pela demora gente, estava com certos problemas. 

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Obrigado por chegar aqui. Um beijo do juck no seu core.

#DominikWhere stories live. Discover now