[09.] Quebra-cabeça.

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— O seu trabalho é simples, garoto

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— O seu trabalho é simples, garoto. — ditou pausadamente através da escuta. — Nós lhe entregamos o local, basta pegar o caminhão e trazer até o endereço de sempre. Não é tão difícil, certo?

— E se a polícia me perseguir?

Uma risada baixinha soou sobre os ouvidos do recruta, que apertou os próprios punhos suados em puro nervosismo.

— Apenas mantenha a calma e faça o que eu pedi. O que pode dar errado, garoto? Você tem os documentos do carro e olhando para a sua carinha, nenhum policial imaginaria que você está trabalhando para mim.

O recruta abriu seus lábios e logo os fechou em uma linha reta, olhou novamente para a chave enrolada em seu indicador incerto se deveria mesmo fazer aquilo. Era arriscado, seu coração batia fortemente dentro da caixa torácica e sentia-se tonto, sem saber o que responder ao traficante.

— Eu não tenho muito tempo, garoto. — disse ríspido, causando arrepios pelas costas do mais novo. — Nós precisamos desse caminhão imediatamente.

A voz dele era rouca na escuta, um cansaço era presente no timbre firme e mesmo assim, conseguia ser intimidador. Envolver-se com alguém como ele era assustador, sentia que a qualquer momento a polícia iria flagrar tudo e sinceramente, ninguém gostaria de apodrecer na cadeia. Ter a ficha suja parecia um pesadelo e não queria nem mesmo imaginar o que a sua pobre mãe faria se soubesse que seu filho mais novo estava envolvido em tráfico para conseguir dinheiro sujo.

O recruta estava perdido e assustado como um cachorrinho de rua. E mesmo assim, puxou ar suficiente para seus pulmões e caminhou em passos bambos até o caminhão vermelho, abrindo a porta enferrujada do mesmo para enfim adentrar o veículo com um cheiro desagradável.

— Desvie da avenida principal e apenas siga naturalmente, se ficar nervoso vai ser pior ainda. — ouviu através da escuta, deslizando seus dedos pelo volante e ajeitando-se no banco duro.

— Você vai fazer o que prometeu? — esforçou-se ao máximo para não gaguejar, apertando os próprios lábios em uma linha reta.

— Faça o seu trabalho e daí conversamos sobre o dinheiro.

Era um garoto novo e aquele homem havia atendido todas as suas expectativas de um traficante; ele era como um mistério nas investigações policiais, conseguia ter uma aura extremamente intimidadora, qualquer um poderia cair sob os pés daquele traficante.

Olhou através de todos os retrovisores, procurando qualquer mínimo detalhe suspeito de uma força tarefa. Estava tudo muito vazio e não entendia o propósito do pedido daquele traficante, imaginava que o caminhão continua várias toneladas de droga ilícita e se sentia constantemente vigiado.

Tattoos | kth+jjkWhere stories live. Discover now