Spin Off: Vertis

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Antes de começar eu vou esclarecer uma coisa: Eu não tô fazendo isso porque eu quero! A víbora me recomendou, ela disse "É bom, escreva um pouco sobre você, você precisa, eu sei disso" e mais blábláblá então, vou começar.

Meu nome Júlia tusts tuts... Brincadeira, na verdade meu nome é Emma, Emma O'Cavanaugh, tenho cabelos ruivos e olhos verdes, o sobrenome e o físico herdados do meu pai, que foi herdado dos meus bisavôs irlandeses, tenho 17 anos e morava e trabalhava em um circo, eu era a contorcionista.

Eu nasci no circo, literalmente, minha mãe, uma das palhaças, estava no meio de um número quando a bolsa estourou, algumas pessoas ajudaram a leva-la para dentro dos bastidores, ai eu nasci, meu pai, o trapezista, não se apresentou, pois teve que nós levar para um hospital.

Com três anos eu já me apresentava, fazia pequenos papeis nos números dos palhaços. Lembro-me de uma foto em que estava sentada em um barriu de madeira, com os curtos cabelos presos com o penteado de cachorrinho e usava um macacão preto e minha cara estava com a cara branca, eu estava uma gracinha.

Eu não me lembro de muita coisa antes dos meus sete anos, mas me lembro de que com seis eu já era Vertis a garota sem ossos, mesmo meu pai não querendo, ele dizia que podia prejudicar o meu crescimento, mas minha mãe dizia que era besteira dele.

A vida no circo não é as mil maravilhas como a maioria pensa, você não pode ir para uma escola fixa, não ter amigos fixos, existe várias brigas por motivos bestas, minha mãe já entrou em várias só por causa de bebida, as pessoas são grossas e rudes e sempre parece mais uma creche do que um circo, sério aquele povo tem muito filho.

Mas para me salvar disso tudo tinha o meu pai, meu amigo idoso que era um falso vidente lá do circo, ele era diabético e morreu três meses depois dele ter ficado cego, mas meu pai era a pessoa que eu mais amava na vida, eu gostava de quando a gente ficava deitados nos fenos dos cavalos do lado do carro de pipoca e ficava olhando as estrelas, ele me contava historias de como os avôs dele viajaram da Irlanda para o Brasil e entraram em um circo e que eu era a quarta geração de O'Cavanaugh em um circo e que um dia eu me apresentaria com ele no trapézio.

Com 11 anos eu via a minha mãe todo santo dia chegar depois do espetáculo bêbada, às vezes ela se apresentava assim, e muitas vezes quando chegava a nosso treler quebrava várias coisas e gritava comigo e dizia coisas que me deixavam muito pra baixo, às vezes eu até chorava, às vezes ela também me batia, quando o meu pai a via fazendo isso ele sempre me defendia, mas não era sempre que ele estava lá.

Aos 12 anos, bem não aconteceu muita coisa aos meus 12 anos, mas graças a um dos meus passatempos preferidos, (que era basicamente matar pássaros e gatos e dar os restos aos outros animais carnívoros), meu pai me levou para um psiquiatra (que eu achava totalmente desnecessário). A gente foi de manhã enquanto a minha mãe estava ensaiando e eu me consultei com um psiquiatra muito bonito (isso não é relevante, mas eu queria dizer) e ele me diagnosticou com psicopatia de primeiro nível, claro que meu pai não acreditou, como a doce palhacinha voadora (sim, ele me chamava assim) poderia se tornar isso.

Fomos para Belém e eu tinha 14 anos e foi lá que eu descobri uma coisa que eu já esperava: A minha mãe estava traindo o meu pai com o MÁGICO! Eu a chamei de vagabunda entre outras coisas e ela partiu em cima de mim, o mágico sumiu (Ele era um mágico ué) e deixou minha mãe brigando comigo, eu cuspi na cara dela, no final eu apanhei até sangrar e ela me fez prometer que não iria contar a ninguém.

Eu estava cansada disso tudo, então quando eu completei 15 anos arranjei uma arma e estava decidida do que iria fazer: Eu ia matar o amante da minha mãe e ela, eu sabia que ia fazer um crime, mas quem liga? Eu ia fazer justiça comigo e com meu pai.

Lembro-me desse dia como o PIOR DIA DA MINHA VIDA e o melhor ao mesmo tempo, estávamos em Curitiba, o circo não se apresentou por causa de uma grande tempestade com raios e alguns animais haviam fugido o que ajudava muito a situação. Eles dois estavam no treler MEU e do MEU PAI, eu cheguei lá, só havia duas balas, pois as outras eu gastei treinando a minha pontaria. Peguei-os bem na ação apontei e atirei, acertei bem no peito dele. Ei sabe aqueles momentos que tudo fica devagar para você, mas na realidade se passou tão rápido que você nem se deu conta do que aconteceu, pois bem quando eu atirei na minha mãe o meu pai se jogou na frente dela. Eu fiquei em choque e larguei a arma e fui abraça-lo, minha mãe nem olhou para ele foi direto para o corpo do outro.

A única pessoa que eu me arrependi de ter matado foi o meu pai, ele me olhou com aqueles olhos verdes e acariciou o meu rosto com as mãos cheias de sangue, e morreu sem dizer nada, eu o abracei o corpo, mas a minha mãe me arrancou dele e disse que eu era um mostro, que eu nunca seria filha dela e não me deixaria se esquecer do que tinha feito, Logo depois ela saiu, para beber suponho e me mandou se livrar dos corpos.

Eu saí de lá puxado os dois corpos, eles pesavam muito, então eu cai na lama, eu olhei para cima e vi um par de botas e uma mulher de cabelos verde e com um cinto cheio de armas e uma Katana nas costas (mal sabia que no futuro ela ia ser a minha melhor amiga) eu vou fazer as falas porque, porque eu quero e não to a fim de fazer de outro jeito.

- O que você está fazendo garota?!

- Eu, eu...

-Você os matou dois?

- Sim, eu matei.

- Com certeza você não sabe onde esconder não é?

- Para falar a verdade eu estava pensando em deixar eles perto dos animais carnívoros, assim eles iam pensar que foram eles que mataram e não eu.

- Inteligente garota, mas você os matou com uma arma, claramente vão ver as balas.

-Então vamos tirar.

Resumindo a gente pegou as balas e enterramos e jogamos o mágico lá, eu quis cremar o corpo do meu pai e jogar perto do trapézio, acho que era isso que ele queria depois a gente ficou conversando em uma área seca. Aquela garota era bem interessante, ela me disse o seu nome: Víbora, e ela se candidatou para matar a minha mãe, mas eu não deixei, eu queria fazer isso eu mesma, ela me contou um pouco da vida dela eu contei um pouco da minha.

Após algum tempo ela e a quadrilha dela ficaram seguindo o circo para ver como eu estava com a minha mãe (que fez questão de fazer a minha vida um inferno, e ter chantagem sobre mim).

Com 17 anos (minha idade atual) minha amiga e os porquinhos dela (Nome carinhoso que eu dei para os integrantes da quadrilha dela) invadiram o circo e eu tive a chance de matar a minha mãe.

Essa ultima semana, nossa essa ultima semana foi incrível! Tirando o fato de o MEU OLHO TER SIDO QUEIMADO! Graças a Deus não prejudiquei a minha visão, só queimou ao redor, para ser sincera eu até que não sinto tanto ódio pela garota que fez isso, sei lá, acho que me vejo um pouco nela, mas quem está me tirando mesmo do serio (e também a víbora e o mestre-cara-queimada dela) é umas tartarugas. AAAAHHHH realmente tem alguma coisa nelas que me estressa, mas elas são ótimos brinquedos, principalmente a laranja (pensando bem até que ele não é irritante) mesmo assim o cara chamado Destruidor está vindo aqui e aposto que ele vai fazer uma sopa com aquelas tartarugas.

~Quebra de tempo~

- Já terminei Víbora, tá feliz agora?!- Fala ironicamente

- Sim, muito obrigada.  

Mudança de VidaWhere stories live. Discover now