Único

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Notas iniciais:
Para quem já está me acompanhando na fanfic "Laços", não fique bravo, teremos att semana que vem... enquanto isso eu decidi dividir com vcs essa história e espero que gostem:

Tudo começou após o maldito dia que eu atirei no Lex. Tudo que eu sabia era que eu deveria resolver, eu deveria fazer isso, e eu o fiz, mas claro, nós somos Luthors, e sempre, sempre temos uma jogada extra, Lex pouco antes do meu cheque mate ainda tinha uma jogada na manga, sua última jogada contra mim, e eu não poderia me sentir menos como um peão em suas mãos: Kara Danvers é a Supergirl.

A raiva que tomou conta de mim foi superior a qualquer sentimento que já senti referente a Kara ou a Supergirl, meu estômago foi tomado por um ardor e meu peito esmagado por uma dor angustiante, traída, era tudo que eu me sentia, eu fui traída pela mulher que disse que me amava e que confiava em mim, minha melhor amiga, a quem devotei minha vida desde que nos conhecemos, a quem me abri da forma mais simples e verdadeira.

Dizer que eu me importava em saber ou não a identidade da Supergirl é superficial, sim, eu queria saber e também dei a ela todos os motivos para confiar em mim, mas até certo ponto apesar de nossas desavenças, eu respeitei o direito dela de permanecer em segredo fosse qual motivo ela utilizasse para isso.

Mas Kara... Kara é quem tem todo meu coração, ela tinha minha alma. Era meu ponto de luz em meio a toda essa merda que pode ser a vida e eu seria capaz de voar galáxias por ela, eu seria capaz de tudo para protegê-la, engano meu pensar que ela tinha os mesmos sentimentos por mim, quando nesse tempo todo... não foi verdadeira, me deixando no escuro de suas reais intenções.

Como supostamente eu deveria lidar com isso? Quando seria a ela a quem eu recorreria para deixar meu peito não sucumbir a dor e minhas lágrimas mancharem seu cardigã.

Meu copo de uísque em minha mão e nossa pequena recordação de um dia juntas, um momento repleto de bondade amistosa, nossa foto com Alex, e tudo que eu quis foi quebrá-la como eu me sentia quebrada, e antes que eu desse conta minha mão pesou em cima do porta retrato estilhaçando o que tinha da nossa amizade.

Cada vez que eu fui feita de tola passou por minha cabeça, cada salvamento, cada momento, “eu cheguei voando aqui... de ônibus”, como eu pude ser tão cega? Como eu pude ser tão burra!? Mas era assim quando envolvia Kara, sempre assim, meu coração dominava a minha razão e tudo que eu conseguia ver era seus olhos azuis por detrás dos óculos, a curva sutil dos seus lábios rosados, suas bochechas coradas e sua maldita voz gaguejando toda vez que ficava envergonhada, como supostamente eu deveria ter percebido que elas eram uma quando eu só tinha olhos para a repórter Danvers?

Eu queria gritar com ela, céus, queria fazê-la ver toda a merda confusa que se passava dentro de mim e queria que doesse tanto quanto dói em mim. A primeira carta veio depois desse maldito uísque em minha mão:

“A primeira vez que eu te vi em meu escritório eu sabia que você tinha algo diferente, foi magnético, foi instintiva a forma como eu me interessei por você, teu sorriso, tua timidez, teu abraço, você era um doce e eu me deixei levar pelo sabor gostoso que foi deixar você entrar em minha vida... Ah! Mal sabia eu tudo que nos aguardava, tudo que passamos e tudo que nos traria até hoje. Até o ponto que ver teu rosto é a última coisa que eu quero em toda minha vida! Sim, eu queria gritar com você tudo que está na minha cabeça, preso em minha garganta sufocando minhas emoções, todas as verdades negadas, mas eu sou estúpida o bastante para ser uma colegial idiotamente encantada por uma princesa guerreira que não apareceu em minha sacada para me salvar. Eu confiei em você tudo que eu jamais confiaria em qualquer pessoa e fui trancada numa masmorra por teus próprios egoísmos.”

Me sentia idiota em partes por escrever essas coisas, mas após a primeira carta um alívio me dominou, eu poderia ferir Kara, e eu poderia realmente ferir a Supergirl se eu quisesse, mas qual seria o ponto? Qual benefício traria para nossas vidas quando nossa relação não seria a mesma mais, porque sim, eu jamais a perdoaria, e eu irei com todas as minhas forças esquecê-la.

Cartas Pra Você - SupercorpWhere stories live. Discover now