Capítulo 13

240 33 1
                                    

                     Ampulheta 1

Eu voltei para o meu quarto e estava o mais completo silêncio. Olhei para todos os cantos e não tinha ninguém. Logo peguei minha mochila e retirei os materiais. Abri as gavetas e guarda-roupas, peguei algumas roupas, garrafas com água, uns lanches e coloquei na mochila. Coloquei nas costas e sai do quarto trancando-o depois. Fui andando até o quarto do Theo e bati na porta. Logo ele abriu sorridente mas quando me viu seu sorriso morreu.

Respirei fundo e ele olhou para dentro do quarto e fechou um pouco mais a porta me impedindo de olhar o que estivesse lá dentro.

– O que faz aqui? – Perguntou de forma seca que me fez gelar o sangue.

– Preciso da sua ajuda – Perguntei meio tímido.

– Perdeu a chance a muito tempo não acha. Além disso onde vai no meio da noite? – Olhei para os lados depois foquei nele.

– Não é sobre aquele problema meu, Raven está me ajudando. Preciso impedir umas bruxas loucas, topa?

– Claro, se for para amassar a cara de alguém faço até de graça – Um sorriso brotou e me senti vivo de novo. Seus braços grandes me envolveram em um abraço – Está melhor mesmo?

e perdoa por causa do Heaven?

– Sim, mas vou usar isso como desculpa – Riu da piada meio sem graça – Já vou me arrumar, onde vamos?

– Não é muito longe daqui, por sorte, Peter emprestou o carro ele está lá embaixo – Ele assenti e corre para dentro para se vestir de acordo.

– Vamos – Ele fecha a porta ao sair – Heaven não quis vim sabe...

– Entendo – Ele coloca sua mochila nas costas e me segui, vou para a porta do quarto da Sing, bato na porta e ela abre já pronta.

– Que demora, vamos logo – Fico sem entender mas ela entra no conjunto e fomos até o carro chegando lá fora o vento frio me arrepia, eu já estou sentindo o frio de novo e isso me apavora, pois o tempo está acabando. Quando cheguei no carro Asher surgi ao lado dele em um portal mas não estava sozinho.

– Fiquei sabendo, não pensem que vão sozinhos, quero acabar com a raça deles – Ambos olhamos para o grandalhão ao lado dele, o ruivo – Gente esse é o Leo, ele também é um escolhido – Todos ficaram arrepiados com a presença esmagadora dele, Sing engoliu em seco e Theo ficou confuso.

– Por que congelaram?

– Você não consegue ver ou é cego? – debocha Sing.

– Não vejo nada – responde olhando ainda para o cara.

– Ele tem marcas de fogos azuis acinzentados, acho que já vi essas antes – Sing analisa o ruivo de cima a baixo – Ele é o escolhido das almas! Agora me lembrei, sua reencarnação é um mistério. Ignoro eles e entro no carro, logo todos entraram e Theo ficou ao meu lado no banco o passageiro enquanto eu no do motorista. Liguei o carro e acelerei saindo dos muros e do terreno da faculdade. Passamos um bom tempo em silêncio, porém logo Theo quebra.

– Do que a gente está atrás mesmo?

– Um grupo de bruxas viajantes amaldiçoou os escolhidos, nossos poderes estão morrendo e logo seremos humanos total, estão usando uma magia negra severa, mal controlo a água.

– Eu só consigo gritar – Sing completa – Sem escolhidos vai ter sangue das raças – Debochou de novo e logo Theo entendeu, chegamos em uma usina nuclear abandonada e o carro simplesmente morreu, saímos as pressas pois começou a ficar quente, quando saímos o carro explodiu.

– Peter vai me comer com farinha – Digo pois esse carro era caro e importante para ele – Precisamos seguir a pé, ninguém reclamou chegamos no estacionamento e vimos vários ossos humanos e de animal espalhados. Sing quase vomitou, os pés doíam parecia que a caminhada não acabava, sempre quando entramos por uma porta éramos levados para o lado de fora.

– Desisto – Asher se pronuncia – Não dá para entrar! – O garoto ruivo estende a mão e toca a mesma porta que entramos várias vezes e começa a queimar tudo.

– Feitiço, conseguir absorver, agora podemos entrar – Empurramos a porta e entramos, não voltamos para o estacionamento, seguimos caminhada e logo estávamos em um corredor sinistro e cheirando a enxofre. Estava ficando escuro mas Asher acendeu um fogo e conseguiu iluminar.

Viramos um corredor e vimos duas pessoas usando capuz, uma do lado da outra, ouvimos um som de latido e escutamos patas no chão se arrastando e pulando. Algo invisível derrubou Asher e Sing. Logo vi que eram cães do inferno. Sing gritou alto quando um deles a mordeu e precisei tampar os ouvidos, o som ecoou pelo corredor em eco, os cães recuaram a tempo de Leo os expulsar da terra. O grito parou mas os viajantes não, eles lançaram um feitiço que fez nossos órgão doerem, meu sangue saia pelo nariz e sentia minha pele queimando, Leo estava normal, acho que ele anula feitiços, a boca de Asher ficou vermelha e logo chamas saíram se arrastando pelo chão até queimar aqueles caras. Me levantei curado e Sing também, Theo estava se curando mas sua regeneração é mais devagar que a minha, Asher estava caído gemendo no chão, me lembrei que por dentro ele não é super resistente, então passei a mão na língua a molhando com saliva e toquei nele, e logo as feridas fecharam, por sorte isso ainda não sumiu. Continuamos correndo dessa vez, passamos por alguns guardas que estavam vigiando uma porta, e entramos de fininho em uma sala cheia de metal e maquinas. Fomos devagar e ficamos atrás de vários barris, tinha várias pessoas em círculo dizendo coisas em sei lá que língua, símbolos estranhos, sangue, acho que era um ritual, no meio tinha algumas coisa, um leão de verdade mas aquele era enorme, uma flor bem grande, uma pedra azul, e outras coisas que não dava para ver, mas percebi um javali enorme amarrado só que estava dormindo.

– Precisamos acabar com isso e libertar aquelas coisas elas estão conectadas a nós – Todos concordaram, eu me mexi para ver melhor e toquei em uma pedra que caiu e fez barulho. Ferrou nos notaram!

O Escolhido da lua 2Where stories live. Discover now