13 - Penúltimo

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Benjamin
4 anos depois

- Dá para tu me ajudar aqui, Isaac? - perguntei, com dificuldade para segurar alguns livros.

- Claro, amor. - disse ele, se aproximando e pegando os primeiros livros do topo da pilha. - Como foi sua manhã?

- Cansativa. Tive aulas todos os horários. - disse, caminhando ao lado de Isaac.

Eu e Isaac nos casamos no ano anterior e estávamos morando em uma casa que Ricardo havia nos presenteado. Estávamos felizes como nunca fomos antes e nossas vidas estavam calmas e seguindo um ótimo caminho. Realizei um dos meus sonhos e me formei em Letras no final do ano passado e consegui entrar em uma das escolas particulares mais conhecidas do estado.

Isaac estava em seu terceiro semestre de Direito e se apaixonando cada vez mais pela área que escolheu. Ele sempre deixou muito claro para mim que não escolheu o Direito apenas por seu pai também ser advogado e um dos melhores. Escolheu por ser apaixonado pelo Direito e já tinha planos de se especializar em Direitos Humanos com ênfase em pessoas com deficiência. Meu marido me enchia de orgulho cada dia que passava e me sentia mais apaixonado por ele a cada segundo.

Isaac cresceu. Não estou falando só no físico, mas também mentalmente. Quando começamos a namorar Isaac se transformou em outra pessoa, uma pessoa bem melhor do que ele já era. Ele amadureceu, se tornou independente e com vontades próprias. Ele não aceitava mais a super proteção de seu pai. Confesso que também comecei a desenvolver essa proteção excessiva com ele, mas logo quando ele percebeu ele se sentou comigo e me fez enxergar que eu estava indo contra tudo o que eu um dia disse a seu pai.

- Eu estava te esperando para a gente fazer o almoço juntos. - disse ele.

Isaac estava com uma camisa social branca e com uma gravata vermelha. Eu vi seu paletó sobre o sofá e logo revirei os olhos.

- O que a gente conversou sobre roupas espelhadas pela casa? - disse e ele sorriu lindamente, se virando e dando um selinho em meus lábios.

- Eu vou vestir ele agora a pouco, Benjamin. Ele não vai ficar jogado ali o dia inteiro. - disse ele.

Colocamos os livros sobre a mesa que ficava no canto da sala e ali mesmo nos abraçamos e começamos um beijo quente. A barba por fazer de Isaac estava em contato direto com a minha e era uma sensação maravilhosa

Depois desse beijo fomos para a cozinha e fizemos juntos o almoço. A tarde eu ficaria em casa, mas Isaac voltaria para o escritório de seu pai, onde estava trabalhando desde os 17 anos e à noite ele iria para a faculdade. E nossa rotina era essa. Nos víamos todos os dias no café da manhã, no almoço e quando eu o levava e buscava na faculdade. Éramos felizes e bastava para a gente.

- Minha mãe quer que a gente vá almoçar com ela no fim de semana. - disse e Isaac concordou com a cabeça, pois estava com a boca cheia.

- Vamos sair hoje depois da faculdade? Lenita vai chegar hoje e estou com muita saudade dela. - disse ele e eu concordei sem pensar duas vezes.

Lenita depois que se formou no ensino médio se mudou para Portugal e estava estudando por lá. Eu também estava com saudade de Lenita. Ela tinha se tornado uma ótima amiga para mim e era nossa madrinha de casamento.

Então depois da aula de Isaac fomos para um bar onde Lenita já nos esperava. Junto a ela estavam Brenda e Ítalo, com quem ela não parava de implicar de jeito nenhum. Ítalo continuava a mesma coisa a anos e só mudou seu interior. Ele estava realmente uma pessoa muito melhor. Ele continuava com a sua vida sexual ativa, mas estava se apegando à alguém que ele conheceu durante os estágios.

Conversamos muito nesse dia e chegamos em casa super tarde. Isaac estava um pouco alterado com o vinho que tomou e estava todo saidinho. Ele beijou meus lábios como não beijava a muito tempo e apertou a minha bunda com força.

- O que tu está fazendo? - perguntei, sorrindo em meio aos beijos dele.

- Estou matando a saudade do meu marido. - disse ele, tirando a minha blusa.

Isaac me empurrou no sofá e veio me beijar. Ela mordia os meus lábios, beijava o meu pescoço e eu só gemia ao sentir aquela boca macia. Eu tirei sua camisa e fiquei admirando aquele peito com poucos pelos. Comecei a beijar e brincar com os seus mamilos e Isaac gemia deliciosamente, me deixando mais excitado do que já estava. Me levantei e o coloquei de costas no sofá. Tirei suas calças e tênis e comecei a chupar seu pau ali mesmo. Eu fazia os movimentos com a boca e observava Isaac, gemendo, mordendo seus lábios e se contorcendo de prazer. Ver aquilo era o meu maior prazer em toda a nossa relação sexual. Sua mão em minha nuca comandava a velocidade que mais o dava prazer.

Ser passivo com Isaac sempre foi a melhor coisa que poderia me satisfazer. Eu estava sentado em seu colo e olhando em seus olhos. Isaac tem a capacidade de enxergar a minha alma, mesmo não possuindo visão. Aqueles olhos azuis invadiam meu corpo e me deixava mais excitado ainda. Suas mãos estavam em minha bunda e ele fazia todo o movimento. Nossos cabelos estavam molhados de tanto suor e nossa respiração ofegante.

- Eu vou...- disse ele, apertando a minha bunda e gemendo muito alto.

Eu não precisei nem encostar em meu pau para poder gozar de tão extasiado que fico toda vez que faço isso olhando em seus olhos.

Isaac estava deitado com a sua cabeça em meu peito depois que tomamos um banho. Ele estava brincando com o meu umbigo enquanto eu estava quase dormindo.

- Tu sabe o quanto eu te amo? - perguntou ele, me dando um leve susto.

- Não sei o quanto, mas sei que é muito. - disse e ele sorriu. - E tu sabe o quanto eu te amo?

- Não, mas sei que não é pouco. -  disse ele. - Você se arrepende de alguma coisa na sua vida?

- Sim. - disse. - Me arrependo de não ter encontrado você antes e de não ter me entregado desde o início.

- Eu te amo muito, Benjamin. - disse ele, beijando meus lábios.

Dormimos agarradinhos um no outro e no dia seguinte fomos para a casa de meus pais. Eles adoram Isaac e sempre mimam aquele marmanjo. Foi um final de semana incrível e precisávamos repetir logo, logo.

Na segunda-feira voltamos para a nossa rotina normal. Acordei cedo e fui dar aula e Isaac foi para o escritório. Nos vemos no almoço e no início da noite o levei para a faculdade. 

Quando deu a hora para eu buscá-lo, eu fiquei extremamente irritado, pois odeio atrasos. Na saída de nossa rua um carro tinha sido abandonado e foi uma demora de quase 15 minutos para conseguir liberar a única passagem, já que essa rua era sem saída. Eu não conseguia falar com Isaac de jeito nenhum e pensava que ele estava ainda dentro de sala, mas fiquei preocupado quando todas as luzes da faculdade foram apagadas e ele não saiu. Meu coração apertou na hora e comecei a ligar para ele e nada. Liguei para Ricardo, pois pensei que ele tinha o buscado por causa de meu atraso, mas ele não tinha feito isso e também ficou preocupado. Eu estava dentro do carro, estacionado em frente à faculdade e tentando ligar para o meu marido insistentemente, mas todas as tentativas foram frustradas.

Estava começando a chorar e alguém bateu no vidro do meu carro. Era um pré-adolescente branco e dos cabelos pretos e com um moletom vinho. Eu abri um pouco do vidro, pois não poderia dar a mancada de abri-lo totalmente.

- Um cara ali atrás pediu para eu te entregar isso. - disse ele, passando pela fresta um telefone celular. O garoto entregou e saiu andando e nesse mesmo momento o celular tocou.

Minhas mãos estavam trêmulas e minha respiração estava paralisada. Eu atendi aquele celular e reconheci quem era apenas pela respiração. Minhas lágrimas tomaram forças descomunal e rolavam feito pedra.

- Sentiu saudades, Benji? Porque eu estou com muitas saudades de ti.

Isaac e os Olhos do Coração |Romance Gay|Where stories live. Discover now