Do esbarrão, a paixão

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Era início de semestre na faculdade de artes e música do Canadá, a Canadá Arts Music Academy. Localizada na cidade de Vancouver, a AMC, como era popularmente conhecida, é uma das mais renomadas escolas de dança do país, com prestigio mundial. Muitos jovens ingressam procurando alcançar a tão sonhada carreira artística e transformarem seus sonhos e, muitas vezes, dons, em realidade. Era uma grande realização para quem consiguia adentrar ao grupo da academia.

            O início da primavera dava um clima mais agradável ao campus, os alunos passavam apressados, dirigindo-se para suas respectivas aulas, com seus atrasos mais que comuns para o início de aula. Para os veteranos era mais um começo de semestre, que depois resultariam em várias apresentações e testes, já para os calouros seria a apresentação de todo espaço e o discurso de como funcionava toda a instituição.

O auditório já se encontrava bastante cheio, o diretor da academia já estava a postos no palco para desejar as boas vindas aos calouros. O homem de cabelos grisalhos e postura alinhada se mostrava bastante agradável, sua feição leve passava esperança para os jovens sonhadores. E, era exatamente aquilo que buscava, dar-lhes motivos para sonharem... Depois de alguns minutos, o discurso de boas vindas fora iniciado.



Regina andava pelos imensos corredores tentando achar o caminho até o auditório, mas sem sucesso. Olhando em seu relógio de pulso, a jovem notara o quão atrasada para o início das celebrações já estava, se amaldiçoou por isso. "Ótimo dia para você se atrasar, Regina." pensou. Suspirou dobrando mais um extenso corredor, demoraria semanas para que ela conseguisse acostumar-se com aquilo tudo. Mills passou a semana bastante eufórica com o início de suas aulas, não parava de falar um só minuto, o que seus pais e sua irmã não aguentavam mais ouvir, mas estavam imensamente orgulhosos pela caçula. Para ela, estudar na Canadá Arts Music Academy era um sonho. Um sonho que crescia com o passar dos anos. Um sonho que fazia com que seu âmago ainda se contorcesse em saber que aquilo era mesmo real. Estava mesmo ali. Amava o que fazia desde pequena, e poder seguir carreira em seu sonho era seu maior desejo. Seus pais sempre a apoiaram em se dedicar de corpo e alma à arte. Era a única coisa que a pequena Regina nascera para fazer.

Seus segundos de distração, para a constatação de seu atraso, foram mais que suficiente para que os papéis que segurava voassem pelos ares, tudo fora rápido demais; assim que virou mais outro corredor, na intenção de achar o lugar em que deveria estar há algum tempo, seu corpo esbarrou com outro nitidamente mais forte que o seu. Com o choque a morena foi ao encontro do chão e, como consequência, todo o seu material fora junto. Um par de mãos fora estendida em sua direção, e com o ato alguns pedidos de desculpas invadiram seus ouvidos. Quando levantou-se e olhou para a figura a sua frente, o coração da jovem Mills descompassou-se. Suas orbes castanhas encontraram um par de olhos incrivelmente azuis, preocupados e fixados em sua direção. Uma sensação estranha percorreu todo o seu corpo, achava que suas pernas cederiam mais uma vez. Não saberia dizer se era capaz de respirar naquele momento, seus pulmões queimavam com a intensidade que vinha daquelas irises. Desnorteada, a morena meneou a cabeça levemente, talvez aquilo fosse devido a queda. Com a ajuda do rapaz, Regina conseguiu levantar-se, mas nenhuma palavra saíra de por entre seus lábios.

- Você está bem? – a voz rouca do dono dos olhos azuis a tirou de seu pequeno transe. Ele a mirava com dúvida, analisando-a para ver se havia algum machucado. A morena sentia sua pele queimar e demorou alguns segundos para formar uma linha de raciocínio coerente, para enfim, formar uma frase.

- Estou sim, Obrigada! – as palavras que há pouco pareciam perdidas, estavam ali, impedindo que ela parecesse uma boba. Quando ela iria se abaixar para apanhar seus livros, o loiro fora mais rápido.

- Não, deixa eu te ajudar! – disse. - Afinal, eu que derrubei. – abaixou, apanhando todo o material do chão e os organizando em seu braço. –Aqui! – entregou-lhe. – Desculpa por todo esse estrago, não foi minha intenção. Você não se machucou, não é? – tentou se desculpar, a analisando mais uma vez.

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⏰ Última atualização: May 15, 2019 ⏰

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