Stay By My Side {MinSung SKZ}

CAPÍTULO 23 - Especial CHANGLIX

Era o primeiro dia na nova escola. Que legal! Porém, nem tanto; ele já até imaginava como seria sua estadia por aqui. Sozinho, isolado dos demais por ser estrangeiro. Não que isso o incomodasse, já estava até acostumado. Desde o primeiro ano do ensino médio sua vida era mudar de país e escola, era quase como uma árvore sem raízes. Não fazia amigos porque sabia que não os veria mais depois que viajasse.
Seus pais eram coreanos mas ele nasceu na Austrália. Os pais trabalhavam em uma empresa multinacional que sempre abria filiais em outros países e quase sempre a família estava em processo de mudança. Felix achava bom pelo fato de estar sempre conhecendo novos lugares, novas culturas mas nunca podia se apegar demais aos espaços e muito menos às pessoas; dessa vez ele estava na Coreia, ficava feliz por seus pais voltarem a morar no país de origem deles, por isso,  Felix prometeu a si mesmo que iria se adaptar por eles.
Distraído na sala de aula, viu que um garoto entrou pela porta. Se surpreendeu ao ver que ele não o ignorou e lhe deu um bom dia que também respondeu de volta; o garoto sentou do outro lado da sala colocando a mochila dele em outra cadeira, Felix achou que era pra marcar um lugar pra outra pessoa.
Ouviu-se um tumulto do lado de fora, parecia que algum ator ou artista famoso tinha ido visitar a escola do tanto que eram os gritinhos das meninas, Felix não quis olhar na janela pra não dar uma de curioso, porém, quando um outro garoto entrou na sala aparentando não estar satisfeito com alguma coisa sua curiosidade cresceu um pouquinho mais.
O garoto de cabelos loiros perguntou alguma coisa ao garoto de cabelos pretos que respondeu debochado mas Felix não soube dizer o que era, tentava ao máximo não prestar atenção neles mas continuaram conversando e ouviu o de cabelos pretos citar três nomes : Jongho, BangChan e ChangBin. Felix pensou que eles deveriam ser pessoas importantes e famosinhas naquela escola. Melhor não mexer com eles.
A hora passou voando e tudo que Felix mais queria era ir pra casa, pelo menos lá podia ficar completamente sozinho e era confortável. Apenas os professores se aproximaram dele para darem as boas vindas e os alunos só o olhavam desconfiados mas também não se aproximavam.
Foi embora pra casa, andando lentamente e quando chegou, sua mãe estava em casa e perguntou como tinha sido o primeiro dia. Ele forçou um sorriso e disse que tinha sido tudo bem, que seus colegas foram educados e acolhedores. Sua mãe, no entanto, sabia que não era verdade e lhe deu um abraço de consolo e disse que logo menos as coisas iriam melhorar. Ele esperava que sim já que permaneceriam na Coreia definitivamente.
Após tomar uma ducha rápida, pôs uma roupa confortável, pegou seus fones de ouvido e foi zapear pelo Netflix à procura de uma série interessante. Assistiu a três episódios antes de cair em um cochilo. Sonhou que fazia amigos na Coreia e que não seria mais um estrangeiro. Esperava que isso não ficasse só em sonho.
Os dias passaram depressa, ele continuava sendo o novato na escola, sendo assunto entre os alunos veteranos, isso o incomodava um pouco pois ele odiava ser o centro das atenções e odiava mais ainda os boatos que inventariam sobre ele, como um que ele ouviu no banheiro masculino.
Ele estava em uma das cabines do banheiro quando ouviu vozes entrando e quando ele ia abrir a porta, um dos garotos falou que sabia porque ele tinha ido pra Coreia, falando que ele era o terror em sua escola passada, que intimidava os colegas e blá blá blá. Ele quase caiu em gargalhada mas conseguiu se segurar enquanto o garoto continuava a falar que ele tinha entrado em uma briga e deixando um menino todo machucado sendo expulso da escola na Austrália e indo parar ali.
Felix apenas abriu a porta da cabine do banheiro, foi para a pia lavar as mãos e cumprimentou os garotos com um annyeonghaseyo, sim ele falava coreano, com algumas dificuldades mas conseguia se comunicar, os garotos o olharam assustados como se tivessem visto o próprio demônio e depois saíram apressados. Talvez a fama de briguento não fosse assim tão ruim, pensou divertido.
Um dia quando a aula tinha encerrado, o garoto de cabelos loiros saiu apressado da sala deixando o de olhos felinos pra trás e na pressa enquanto descia as escadas deixou um caderno cair e Felix então disse:
Ei, você deixou cair isso. – Segurava o caderno em uma das mãos e com a outra segurava a alça da mochila no ombro.
- Ah, valeu! Eu nem percebi que tinha caído. – O loiro pegou o caderno e o guardou na mochila. – Mas então, eu sou Jisung, prazer em conhecê-lo...
- Perdão, me chamo Felix. Fui transferido da Austrália pra cá. O trabalho dos meus pais faz eu viajar bastante.
- Entendo. Seja bem vindo à nossa escola, Felix. – Trocaram aperto de mãos.
O garoto de cabelos pretos e emburrado deu uma travada quando os viu conversando na escada mas voltou a andar logo em seguida e não se importou em dar um oi para Felix. O loiro deu de ombros e foram os dois caminhando pra casa. Felix descobriu que o loiro era Jisung e morava uma rua antes da sua. Seria legal ter uma pessoa conhecida pelo menos e combinaram de ir juntos para a escola.
Talvez as coisas estivessem mesmo melhorando, Felix pensou contente. Mais uns dias se passaram e Jisung ficou mais próximo de Felix, Minho ainda mantinha uma certa distância dele. Uma novidade era que havia chegado outro novato na escola, mas ele era da Coreia mesmo e Felix deixou de ser o foco das fofocas.
No dia que Jisung apresentou Felix a Minho, eles foram convidados para uma de festa na casa de Jongho, que era um dos meninos populares da escola e pelo que Jisung contou ele era colega de ChangBin e BangChan que consequentemente eram parceiros de treino de Jisung, que havia assinado com uma empresa e era trainee de rap.
Felix havia se oferecido para buscar Minho e Jisung de carro. Seus pais fizeram questão que ele aprendesse a dirigir pois na Austrália a rota do ônibus escolar não passava em seu bairro e a distância entre sua casa e a escola era muito grande para ir de bicicleta e foi assim que ele virou um "motorista", por enquanto sem carteira, mas ia terminar o ensino médio pra tirar a carta de habilitação.
Quando chegaram na festa, avistaram Chan e  ChangBin carregando sacolas com bebidas e salgadinhos mas os dois os tranquilizaram dizendo que não tinham que se preocupar em comprar alguma coisa também. Entraram na casa.
O espaço era bem grande, um jardim com piscina e um palco improvisado. Havia muitos rostos que Felix reconhecia da escola e teve medo de se sentir deslocado naquele lugar. Jongho cantou uma música da Ariana grande e foi muito elogiado e depois os garotos se reuniram e começaram a conversar.
Depois que Jisung se afastou pra ir atrás de Minho, ChangBin o garoto do rosto fino foi gentil em sempre incluir Felix nas conversas, nunca o deixando de fora. Perguntava como era a Austrália, há quanto tempo havia chegado e se estava gostando da Coreia. Felix respondia educadamente todas as perguntas até que depois de um tempo sentiu falta de Jisung e foi atrás dele.
Descobriu que Jisung havia se declarado para Minho e que este não reagiu muito bem e foi pra casa. Felix sentiu vontade de contar que também era gay e assim fez. Parece que isso foi o primeiro passo para eles ficarem cada vez mais próximos.
Parece que depois que Jisung se declarou as coisas ficaram estranhas entre ele e Minho e era difícil pra Felix ver o novo amigo sofrer e não poder ajudar, mas sempre que Jisung ligava ou mandava mensagem convidando-o para sair, ele ia. Fazer companhia e ouvir a pessoa desabafar às vezes é a melhor ajuda que se pode dar.
Felix recebeu uma mensagem que o deixou pensativo e desconfiado, quando o celular notificou ele havia pensado que fosse mais um convite de Jisung mas quando leu o que estava escrito se surpreendeu.
Desconhecido: será que a gente poderia conversar um dia desses? Nós dois? Sem ninguém saber? Tenho algo pra te falar.
Felix: não sei quem está falando, desculpa mas não.
Desconhecido: ah, desculpa. Sou eu, ChangBin... Podemos?
Felix: ah, oi ChangBin. Você não pode dizer por telefone o que é? Aliás, quem te deu meu número?
ChangBin: Eu peguei seu número na ficha de cadastro da escola... Posso te ligar?
Felix nem conseguiu responder a mensagem antes que seu celular começasse a vibrar, levou uns segundos pensando se atenderia ou não à ligação pois mesmo que ChangBin tivesse sido gentil e atencioso com ele, ainda era um terreno proibido para Felix que acreditava que ele era um pegador, um Don Juan mas o anjinho (ou o diabinho) que estava em seu ombro o convenceu a atender.
- Alô? Ainda bem que você atendeu. Achei que não ia. – ChangBin falou depressa.
- Oi. Bem, eu não ia mas seria falta de educação deixar você no vácuo. O que você queria conversar? – Felix perguntou curioso.
- Bem... como eu posso dizer isso? – ouviu-se um curto silêncio na linha antes que ChangBin suspirasse e respondesse – Eu queria ouvia sua voz.
Felix ficou mudo por um tempinho tanto pelo nervosismo quanto porque não sabia mesmo o que responder de volta. Sua mente entrou em curto.
- Uau, eu agradeço? – Ele disse incerto.
- Eu sei que parece repentino e nem era assim  por telefone que eu queria dizer isso...
Jisung pensava consigo mesmo "não fala que tá afim de mim, não fala que tá afim de mim" como um mantra e o telefone celular até deu umas tremidas em sua mão enquanto ChangBin falou:
- Mas eu tô gostando de você. – O silêncio cresce entre eles – Alô? Felix, você tá aí?
- É. Tô. Eu só, eu só... Nem sei o que te dizer.
- Diz que aceita se encontrar comigo hoje na lanchonete. – ChangBin riu tímido.
- Não sei se eu deveria, ChangBin.
- Você não só pode como deve. Por favor!
- Tá. Que horas?
- Às oito da noite.
- Te encontro lá.
- Felix?
- O que?
- Obrigado.
ChangBin desligou e Felix ficou confuso pelo fato de ele ter agradecido. Agradecia pelo o quê? Quando Felix chegou na Coreia não esperava que alguém ia dizer que gostava dele, muito menos o Seo ChangBin, o popular da escola, ele poderia ter quem quisesse mas tinha ligado pra ele e ainda insistido pra se encontrar com ele. Talvez ele merecesse uma chance.
Antes que fosse tomar banho e escolher uma roupa, Jisung ligou perguntando se ele estaria ocupado e disse que ia sair, mas não falou com quem e sentiu que Jisung estava um pouco triste e perguntou se ele queria desabafar mas ele disse que outra hora conversavam.
Perto das oito, Felix começou a se arrumar, um jeans desbotado e uma camisa larga cinza. Pegou sua carteira e foi pra lanchonete. Entrou, sentou e esperou. Passaram dez, vinte, quarenta e cinco minutos e ChangBin não havia aparecido e nem havia mandado mensagem avisando que alguma coisa tinha acontecido. Felix se sentiu um otário sentado ali, é claro que alguém como ChangBin só queria brincar com ele. Foi embora pra casa espumando de raiva.
Não mandou nenhuma mensagem para ChangBin, acreditava que não tinha o porquê perguntar o motivo de o ter deixado plantado lá, mas ainda sim queria saber, queria uma justificativa ou pelo menos um pedido de desculpas. O que chegou não foi nem um nem outro. Quando estava prestes a pegar no sono seu celular o assusta com a notificação de uma mensagem:
- Será que podemos nos ver na escola amanhã bem cedo? Antes das aulas começarem?
Era o cúmulo do cinismo o fato de ChangBin ter ignorado completamente o bolo que deu em Felix e por incrível que pareça Felix se sentia ainda mais tentado a encontrar com ele.
- Te vejo lá.
A manhã seguinte chegou e novamente ChangBin não apareceu, isso já estava tirando a paciência de Felix que tinha acordado cedo pra nada. Jisung tinha chamado Felix para irem em um salão mudar o visual e Felix concordou.
Enquanto esperava Jisung sair do banheiro, Felix ficou do lado de fora encostado na parece e ChangBin apareceu.
- Você tá lindo hoje, sabia?
Felix não estava acreditando que ele ia usar essa cantada barata pra tentar se desculpar.
- Eu sei. Jisung já me disse isso. – Era mentira mas quis dizer assim mesmo.
- Jisung! ? Vocês estão tendo algo um com o outro?
- Que diferença isso faz?
- Só quis perguntar. Perguntar não ofende.
- Tá certo.
- Bem, você está se mau humor hoje né?! Mas eu tô organizando uma social lá em casa mais tarde. – ChangBin se aproximou do ouvido de Felix e sussurrou. – Só para os amigos e pessoas próximas. Tudo muito discreto.
E assim como chegou, foi embora deixando Felix com cara de idiota e todo arrepiado no momento que Jisung saiu do banheiro perguntando o que tava acontecendo ali.
Felix respondeu tentando disfarçar, dizendo que haviam sido convidados para uma festa na casa de Binnie. Ele ainda perguntou como tinha sido o seu encontro mas ele preferiu não dizer que  ChangBin era pra ter sido o encontro mas não foi.
Durante a tarde, foram ao salão que tinha como nome "HELLEVATOR" mas saíram de lá como se tivessem aberto a porta do paraíso porque Felix estava se sentindo um anjo, um tremendo de um gostoso. E ele era mesmo.
Quando chegaram na festa, Felix adorou ver a cara de idiota e surpresa de ChangBin ao ver que tinham mudado o visual e desconfiava que ele também tinha sentido uma pontinha de ciúme ao vê-lo abraçado a Jisung. Passou por ele e foi falar com os outros garotos.
Quando ChangBin estava tentando puxar assunto, Felix arrastou Jisung para a cozinha e foi tomar umas bebidas. Minho entrou logo depois querendo falar com Jisung mas Felix não deixou que o de olhos felinos se aproximasse dele, estava cansado de ver seu novo amigo sofrer por ele.
Após algumas bebidas e conversas, ChangBin inventou um jogo. Chamou os corajosos para o centro da sala. Levar dois bolos do mesmo cara, um seguido do outro era exemplo de coragem suficiente e por isso Felix foi o primeiro a se juntar a ele.
O jogo era verdade ou consequência com bebida, Jisung, Minho, Hyunjin, Jongho, BangChan e mais três meninas se juntaram ao jogo. Jongho morreu de vergonha quando Minnie disse que gostava dele no primeiro ano.
Enquanto o jogo corria, Felix teve a ideia de fazer Jisung beijar alguém do círculo se a garrafa parasse neles dois e não é que isso aconteceu? Quando perguntado sobre verdade ou consequência, o de bochechas fofas escolheu o segundo e foi desafiado a beijar alguém da roda.
Felix se surpreendeu quando Jisung se aproximou dele engatinhando e colando seus lábios, foi um selinho, não muito demorado, mas deu pra sentir o gosto de bebida. Quem estava no círculo soltou assobios e bateram palmas com exceção de Minho que saiu da sala e ChangBin que exclamou:
- Bem, depois disso eu parei por aqui. – E foi pra cozinha.
Felix deixou passar uns cinco minutos antes de ir atrás dele. Quando entrou na cozinha, explodiu :
- O que houve ChangBin? – Felix sentou no balcão da cozinha e cruzou os braços. – Porque saiu daquele jeito da sala? Tem a ver com o beijo que o Jisung me deu?
- Você disse que ele não era seu namorado. Mas aquele beijo mostrou outra coisa. - ChangBin estava de costas para a porta e aproximou-se de onde Felix estava.
- E você disse que tínhamos um encontro ontem mas me deu bolo e pediu pra que a gente se encontrasse mais cedo na escola hoje e olha a novidade: me deu bolo de novo. Qual é a sua ChangBin?
- Eu tive que acompanhar meus pais no aeroporto e não consegui avisar, tá bom?! Me desculpa, vai.
- Ah, claro. Um pedido de desculpas sempre resolve tudo até você repetir a palhaçada. E se não conseguiu avisar que não ia me encontrar, como é que soube me mandar mensagem depois?
- Tá, eu fui um idiota, eu fui mesmo levar meus pais no aeroporto e perdi a hora de te ver mas achei que pedir desculpas não era necessário.
- Olha você sendo idiota de novo. – Felix riu debochado.
- Você vai me deixar explicar?
- Se você acha necessário...
- Eu realmente queria te ver, por isso te mandei mensagem pra gente se ver na escola, mas eu dormi demais e acabei perdendo a hora.
Felix estava pronto pra revidar essas desculpas esfarrapadas quando ChangBin continuou.
- E se você quer saber, eu inventei essa festa justamente pra te ver, porque eu imaginei que se o Jisung viesse você viria com ele.
- Uau, eu realmente preferia um pedido de desculpas ChangBin. Uma festa que você disse ser pra me ver mas a metade da escola tá aqui. Que fantástico.
- Você não vai parar né. Então tá. – ChangBin ia saindo da cozinha quando Felix puxou seu braço e eles ficaram tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. – Me desculpa, Felix. De verdade, não foi minha intenção deixar você chateado. É que eu não sei agir quando gosto de alguém e eu gosto mesmo de você.
Felix não pensou duas vezes antes de descer do balcão, pegar na nuca de ChangBin e beijá-lo com vontade. ChangBin não recuou e até pareceu um pouco surpreso pela iniciativa de Felix mas logo se deixou levar e agarrou na bunda dele e o aproximou mais de seu corpo
Era incrível a sensação que Felix sentiu ao beijar Binnie, parecia que suas bocas eram moldadas uma para a outra, a maneira como as línguas se provavam, as mordidinhas que eram trocadas. Como se lembrasse de onde estavam, Felix se separou rapidamente e olhou ao redor mas ninguém estava expectando os dois.
- Eu gostei disso. Eu realmente gostei. – ChangBin falou com brilho nos olhos e um sorriso bobo nos lábios.
- Eu sei, porque eu também gostei. E é assim que a gente age quando gosta de alguém, demonstrando afeto.
- Eu prometo melhorar.
- Não apenas prometa como cumpra também.
- Felix, fica comigo? Me aceita como namorado? – ChangBin disse de repente.
Foi um choque para o loiro ouvir isso, não esperava que ChangBin fosse fazer uma proposta dessa tão cedo e sua cabeça dava voltas e mais voltas preparando uma resposta decente mas foi sincero quando disse:
- Eu, eu não sei. Acho que as coisas estão indo rápido demais. Não quero começar nada sem que você e eu tenhamos a certeza que queremos ficar juntos. Por mais que a atração seja inegável.
- Então deixa eu te conquistar aos poucos, me deixa ficar do teu lado, saber tudo sobre você, o que você gosta, o que você detesta. Me dá uma chance pra gente se conhecer?
- Se você não for desperdiçar essa chance, eu te dou. Mas vamos com calma, devagar...
- Combinado. Mas, Felix?
- O que?
- Você gosta do Jisung?
- Claro que sim. Ele é meu amigo.
- Mas só amigos?
- Só amigos. – Ao ouvir isso ChangBin sorriu largamente e deu mais um beijo em Felix que riu também. – Eu não quero te fazer sofrer. Eu quero sempre ver teu sorriso.
- Então não me faça sofrer. – Felix olhou fundo nos olhos dele. Apesar de não querer ir rápido com ele, sentia que depois de hoje não teria como fugir de se apaixonar por ele.
A festa continuou, os dois ficaram separados pra manter o segredo de que estavam começando a se envolver mas sempre trocavam olhares e ChangBin dava uma piscadinha e sorria bobo pra Felix.
Resolveu procurar por Jisung, não o encontrava em lugar nenhum. Decidiu se divertir um pouco, foi dançar no jardim onde algumas poucas pessoas estavam cantando alto e tentando fazer alguns passos no ritmo da música. Depois que cansou de dançar, sentiu vontade de dar uns beijos no ChangBin. Ficou andando pelo jardim até que ouviu uns cochichos atrás de uma roseira.
- Fez festa e não me convidou? Estou magoado. – A voz era de um garoto estranho. Parecia mais alto que ChangBin mas não conseguia ver o rosto dele.
- O que você tá fazendo aqui? Quando chegou na Coreia? – ChangBin dizia em uma mistura de surpresa e nervosismo.
- Senti saudade de você e resolvi voltar. Você está até bonitinho do que antes.
- Vai embora daqui. Eu não vou deixar você me intimidar novamente. Eu não sou mais aquele garoto.
- Relaxa ChangBin, eu não vou bater em você. Prefiro te intimidar de outro jeito.
- O que você? – Felix viu que o garoto estranho tinha se aproximado e beijado ChangBin. Que ótimo, pra quem não queria fazer o loiro sofrer estava se saindo um bom mentiroso. Quando ia se virar pra ir embora fez barulho nas folhas e assustou os dois.
- Felix espera, não é o que você tá pensando. – ChangBin empurrou o garoto que o havia beijado e foi atrás de Felix.
- Eu não tô pensando, eu vi tudo. Vai lá e aproveita com ele e não me enche o saco seu idiota. – Felix correu pra dentro da casa e se escondeu no banheiro.
Ficou lá tentando entender porque sentia raiva e ciúme quando foi ele mesmo quem falou a ChangBin que não tinha certeza que queria algo sério. Sentou no cantinho da parede e deixou que as lágrimas caíssem devagar.
Quando sentiu-se pronto pra sair, encontrou Jisung e disse que esperaria por ele lá fora. A última coisa que queria era olhar na cara de ChangBin. Apressou o passo e foi embora.