7- Se Cuida!

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(ASSISTAM O VÍDEO DA MÍDIA DE 0:40 ATÉ 0:52)
(é pro diálogo da bolacha)

-TYLER-

Fiquei sentado no sofá em completo silêncio. Será que estou sonhando? Eu não lembro de ter dormido...

Fechei meus olhos, apertando-os, mexi minha cabeça e olhei de novo. Josh continuava ali, mexendo suas mãos de um jeito meio desconfortável e com uma expressão... insegura?

Olhei para o meu braço e me dei um beliscão, daqueles bem fortes, deixando minha pele vermelha. Ele continuava lá.

"Você realmente se beliscou?" Josh perguntou. Seu tom era divertido e preocupado ao mesmo tempo.

"E você me culpa?" Eu disse.

"Bom, eu acho que não... hm, saudações."

"O que isso significa, meu Deus?"

"Saudações? Significa 'olá'."

"Ah, meio que me faz querer comer umas bolachas. Olá pra você também, eu acho."

Cocei a minha nuca e olhei para os meus pés, tendo minha visão fixada no buraquinho que estava sendo formado no canto da minha meia; isso era muito estranho. Eu estou conversando com um cara morto. Um cara morto que morava onde eu moro e trabalhava onde eu trabalho. Um cara morto muito lindinho.

Meu Deus, será que isso me torna um necrófilo?

"Ok, então, meu nome é Josh, mas eu acho que você já sabia disso. A gente não tem muito tempo pra conversar assim, porque já já eu não vou mais conseguir ficar visível pra você, então vou tentar ir direto ao ponto, beleza? Hum, a versão curta dessa bagunça toda é que eu tô aqui pra te ajudar e te proteger do Blurryface."

Meus olhos se arregalaram. Eu nunca falei do Blurryface para ninguém. É por isso que ninguém nunca ouviu minhas músicas "Goner" e "Stressed Out", não queria receber um monte de perguntas sobre ele. Todo mundo ia pensar que eu sou louco.

Bom, talvez eu seja mesmo.

"Como você sabe dele?" Perguntei. Minha voz estava baixa e um pouco trêmula.

"Eu briguei/lutei com ele nas últimas três noites, Ty. Ah, desculpa, eu posso te chamar assim?"

Assento em silêncio.

"Sick. Continuando, na sua primeira noite aqui eu vi ele manipulando seu sonhos e consegui pará-lo antes que as coisas ficassem muito ruins. Nas últimas duas noites eu não consegui ter tanto sucesso assim, e eu juro que eu tava tentando manter ele longe, mas aparentemente é mais difícil do que eu achei que seria..." Ele deu uma 'brisada' no fim da frase, tipo, ficou olhando para o chão. Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

"Então... você tem brigado contra ele também? Por mim?"

"Essa é a única razão de eu ainda estar por aqui, Ty. Por você. Agora eu preciso que você me ouça, não tenho muito tempo assim porque minha mente tá ficando cansada. Só tem um jeito de você se livrar completamente do Blurry. O que você tem que fazer é: chegar em um ponto em que a sua ansiedade não controle mais a sua vida. Eu sei que é fácil dizer, mas é por isso que eu tô aqui, pra te ajudar. Eu só consigo lutar com ele enquanto você dorme aqui nesse apartamento, qualquer momento fora disso é com você. Enquanto ele tá só dentro da sua cabeça e não no aberto, eu não consigo ver ele, logo, não posso fazer nada."

"Mas, se você não consegue falar comigo o tempo todo, como vai me ajudar enquanto eu tô acordado?"

"Eu consigo tocar e mover coisas, mesmo sem você me ver. Se você abrir um documento em branco no computador ou pegar um papel e caneta eu posso escrever as minhas respostas."

The Ghøst In Apartment Twenty Øne - VERSÃO EM PORTUGUÊSWhere stories live. Discover now