O Décimo Domínio

Capítulo 15 - Uma escolha do coração

— Fiquem aqui. Vou dar uma volta. Não acho que teremos ação por enquanto... — falo com Felícia antes de começar a caminhar.

O ambiente é bonito, se conseguir ignorar a tensão que o cerca. A natureza quer sempre mostrar a sua beleza, mesmo se não tivermos dispostos a olhar. Não me importei de me afastar até que eu não conseguisse ver a movimentação das tropas do Tobias. Não me importei em parar nem mesmo quando eu não conseguia ver as nossas tropas.

A caminhada é longa, nem sei ao certo onde os meus pés estão me levando, mas mesmo assim continuo a seguir e pensar em todas as possibilidades que a vida está me fornecendo. Eu tenho que me permitir.

Quero estar do lado da Megan, esteja ela do jeito que estiver.

Tenha ela virado uma psicopata, ou ainda sendo a mesma de antes. Eu tenho que estar ao lado dela para saber se o meu sentimento ainda será o mesmo. O amor é uma coisa estranha as vezes, mesmo modificado ainda sim nos consome do mesmo modo.

As escolhas que eu posso fazer estão claras dentro de mim, mas confusas. A dúvida me consome.

Engraçado que penso muito mais em como as escolhas vão tratar as pessoas ao meu redor do que em como elas vão me influenciar. As palavras do Martin voltam a mim. Que tudo bem ser egoísta de vez em quando, que tá tudo bem pensar na minha felicidade acima da dos outros.

Sorrio ao me colocar em primeiro lugar. Muito do que eu julgava ser importante fica em perspectiva ao focar apenas em mim.

A noite tinha chegado mais uma vez e o vento me envolve.

A lua cintilava por entre as nuvens e tinha um brilho quase dourado. Estava belíssima em toda a sua forma e composição.

Percebo que não estou mais na província do ar. Já tinha ultrapassado os limites e deixado boa parte da confusão e planos para trás. Não havia mais o barulho de exércitos, nem da população. Apenas o barulho de grama alta sendo pisoteada pelos meus pés.

Longe de tudo, minha mente parecia melhor do que nunca.

Olho ao redor e me vejo sozinho sob o luar aquecido. Quer dizer, só havia uma pessoa em meu raio de visão e essa pessoa para mim não traz nenhum perigo, apenas para a minha sanidade.

Ondas avermelhadas brilham suaves. Ombros relaxados, e um rosto virado para cima. Uma suave brisa vem do leste e passa por mim, fazendo a grama dançar, levando o suspiro que solto diretamente para ela.. Seu corpo então gira na minha direção e nessa distância não consigo ver suas feições.

Poderia ser uma brincadeira da minha mente, mas sei que não. A minha mente nunca conseguiria replicar aquilo.

Aquele brilho de seus olhos.

— Megan.

Impressionante que mesmo sem controlar onde meus passos me levam, ainda sim de alguma forma eu ainda a encontro.

— O que faz aqui? — ela quer erguer os muros ao seu redor, só que eu não vou permitir.

— Calma. Eu apenas vim caminhar. Precisava pensar um pouco, longe de todo mundo... — ergo as mãos, num sinal de rendição, sem saber o que fazer.

— Está sozinho? — ela pergunta e não consigo pensar no quanto aquelas palavras, vindas dela, mexem comigo.

— É.

— Tudo bem então... — ela relaxa os ombros e fica de costas para mim mais uma vez, pode até não ser, mas interpreto aquele movimento como um convite para me aproximar, e é o que eu faço.

Não falamos nada por nem sei quanto tempo. Ali, ao lado dela, no silêncio, a direção que eu devo seguir é tão clara que não consigo segurar a risada.

— Do que você está rindo? Não acho que isso entre nós é engraçado...

— Não é isso... É só que eu escutei tanta gente, pensei tanto no que fazer, só que nada parecia ser o certo.

— Escolhas erradas te fazem rir? — suas sobrancelhas se unem, e ela está mesmo confusa com o meu comportamento.

— A escolha que agora está clara pra mim não é a errada. Também não é a certa. É apenas a escolha que eu quero fazer... Estou rindo apenas pelo tempo que demorei pra perceber. E talvez um pouco espantado pela facilidade que veio.

— Você parece estar bem seguro do que vai fazer...

— Sim. Eu vou com você — afirmo, com tudo o que tenho.

— Ah, mas não vai mesmo. Não quero ninguém me atrapalhando...

— Não irei atrapalhar. Quero ir com você, mas o que eu quero fazer é te ajudar.

— Faz-me rir Adam. Você passou todo esse tempo me procurando pra me fazer voltar, e agora quer que eu acredite que você quer ir comigo? Assim, do nada?

— Você realmente acha difícil assim de acreditar que eu desejo ficar do seu lado?

— Não é isso! Mas é difícil pensar que você não tem nenhum plano por trás.

— Megan... Você mais do que ninguém consegue ver facilmente os meus pensamentos. Pode mudar o quanto quiser, quero acreditar que isso ainda é verdade. Eu não estava nem indo atrás de você, mas mesmo assim te encontrei, não quero ignorar isso. É você. Percebi que quero te apoiar. Simples assim.

— Eu não sei se posso confiar nisso...

— Claro que pode Megan.

— Mas e se...

— Não faça isso Megan. Você pode não querer retribuir, mas eu te amo. E quero te ajudar a realizar seja lá o que está planejando. Quero estar ao seu lado.

— Adam eu...

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Veio na minha cara essa avalanche de sentimentos que esse capítulo trouxe. E então, qual vocês acham que vai ser a resposta da Megan? Me senti como o João Kléber, parando num momento assim, mas fazer o quê se amo esses ganchos para os próximos capítulos?

Essa capítulo veio como comemoração a capa nova do livro, feita pela incrível da mishamiago que mais uma vez, fez uma capa incrível para combinar com o livro e os sentimentos que ele quer passar! Mi, já falei antes, mas repito quantas vezes forem necessárias: seu trabalho é LINDO, você é INCRÍVEL, e trabalhar com você foi ENRIQUECEDOR. Obrigada de todo o meu coração Mi ♥ Todos os dominadores de Nihal também agradecem!

O que vocês acharam da capa, não tá lindona? Agora todos os livros bem combinandinho na biblioteca e listas de leitura... Escrevendo do túmulo, já que faleci. Fiquem aqui com ela com todos os detalhes de sua enorme beleza ♥

Quase que não termino de dar os toques finais no capítulo de tanto que eu estava paquerando essa capa nova!

Nos vemos nos próximos capítulos pessoal!