Chapter 45 - Steve Rogers

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Not Ready | Captain America

P.O.V Steve

A primeira vez que nos encontramos foi em um pequeno café no Brooklyn. Eu estava sentado em uma mesa ao lado da janela, perdido em pensamentos, quando sua doce risada me chamou a atenção. Ela estava com mais cinco amigos, com quem parecia ter muita intimidade e conhecer de longa data. Desde aquele dia, aquela risada ecoava sem parar em minha mente, junto de seus olhos C/O.
  Não importava o que eu fizesse ou por onde passasse, meu corpo sempre me levava para o mesmo café, no mesmo lugar, apenas esperando ela chegar com seus amigos. Depois de muita troca de olhares, ela toma o primeiro passo e pede por meu telefone. Daí em diante, S/N conseguiu um lugar em meu coração.

-Steve, Steve!.-Na maioria das vezes, ela chegava afobada, cheia de coisas para contar.-Você não acredita no sonho que acabei de ter!

-E qual foi dessa vez?.-Sorri ladeado, a observando largar seus pertences em qualquer lugar, apressada para finalmente me olhar.

Após pedir sua bebida favorita, o milkshake de manga, a C/C começa a contar:

-Ok, eu sonhei que estava em uma viagem de carro com meus pais, mudando para outra cidade, quando nosso carro, sem motivo algum, para na frente de um enorme túnel escuro. Automaticamente meus pais entraram no túnel enquanto eu fiquei parada, apavorada, até decidir segui-los. Saindo dele, chegamos em uma feira de uma cidade completamente vazia, mas as barracas estavam cheias de comida. Meus pais sentaram naquela mesa e comeram até a comida acabar, foi aí que eles viraram porcos!

-O que?.-Gargalho.

-Dá para acreditar!? Você não sabe o pior...

E era ali, em meio a duas horas de conversa sobre assuntos estranhos e aleatórios, que eu me sentia alguém, parte daquele mundo. Eu me sentia Steve Rogers. Eu torcia para que os dias passassem depressa para que a quinta-feira chegasse, dia que normalmente nos encontrávamos. Ver S/N de quinta-feira era o ápice de minha semana. Ela sempre me fazia rir com seus sonhos malucos e seu jeito espontâneo. Permanecemos nos encontrando toda a quinta-feira durante cinco meses, até que elas se tornaram insuficientes.

Estávamos sentados na grama úmida de um píer de um sítio mais afastado da  cidade, enquanto o rádio tocava um CD do The Clash, banda que S/N gostava. Falando nela, S/N estava linda sob a luz da lua. Era uma cena que nunca sairia de minha memória, junto de seu sorriso ao brigarmos por um tentar jogar o outro na água. Eu venci, por sinal.
 
-O que é tudo isso?.-Pergunto, confuso, vendo embalagens em língua que eu não entendia.

-Ah, são coisas do meu país. Você vai adorar! Por qual quer começar?

S/N S/S me fazia imensamente feliz com suas programações diferenciadas e malucas. Ela não me tratava como o Capitão América, com muita formalidade, como a maioria fazia. S/N enxergava um lado meu que ninguém nunca conheceu. Ninguém a não ser Peggy.

Desde sentar à luz da lua, visitar livrarias e ouvir música antiga no fone, andar pela cidade debaixo de seu guarda-chuva amarelo a um simples e rotineiro encontro no café, eu adorava a presença de S/N. Até que, finalmente, começamos a namorar.
  Seis meses em meio a um relacionamento, comecei a ficar estranho e S/N percebera de primeira. Ela era ótima em ler as pessoas. Muitas vezes, mesmo com ótima gente ao meu redor que me ajudou a me adaptar a essa nova realidade, eu sentia falta de casa, sentia falta de Peggy. Essa questão, junta das brigas com o cabeça-dura do Tony, me afastaram da C/C. E se tinha uma coisa que eu não queria fazer, era decepcionar essa garota.

Chegando no meu apartamento depois de um dia estressante tentando encontrar Bucky depois da explosão em Wakanda, meu celular apita depois de meia hora:

S/A: Podemos nos encontrar no terraço?

Ela provavelmente deveria ter tido um dia ruim ou simplesmente estava com saudade, já que há uma semana não nos víamos. Respirei fundo, sentindo a culpa de não ter sido um bom namorado pesar em meu peito.
Chegando no terraço da igreja abandonada que adorávamos ficar, a encontro com o olhar perdido no céu, usando um vestido solto vinho junto a uma jaqueta de couro, acompanhada de seus tênis, roupa que me fazia lembrar dos meus tempos.

-Oi.-Finalmente, me pronuncio.

Ela apenas se vira, dando um fraco sorriso em minha direção.

-Como tem sido sua semana?

-Difícil, mas nada que eu não possa dar conta. Estou tentando encontrar Bucky.

Ela assente, com os braços ainda cruzados e o olhar perdido nas estrelas. Eu não cansava de dizer como S/N ficava indiscutivelmente bela à luz do luar, com o brilho das estrelas refletido em seus olhos.

-O que foi? Por que está tão calada?.-Me aproximo, sabendo, no fundo, o que poderia ser.

-Precisamos conversar.

-Olhe, S/A, eu sei que estamos há uma semana sem nos vermos e me sinto imensamente culpado por isso...

-Não, Steve. Não é por isso, não totalmente.-Ela me interrompe, em tom triste e calmo.-Há um tempo venho percebendo seu comportamento enquanto fazíamos certas coisas, estávamos em certos lugares. Acha que não percebi em como você sorria e se perdia em pensamentos ao ouvir Footlose? Acha que não reparo em como você fica quando encontra uma foto ou documento sobre a Peggy?

Eu, finalmente, soube do que ela queria falar. S/N me conhecia como ninguém e eu estava sendo um filho da mãe orgulhoso por apenas pensar em mim.

-S/N, eu...

-Não precisa falar, Steve.-Sorri, segurando muito bem suas lágrimas.-Eu sei bem como ainda se sente deslocado nessa época, em como sente tristeza por não ter aproveitado melhor ao lado do amor de sua vida... Eu finalmente percebi. Percebi como não posso te prender aqui sendo que seu coração está em outro lugar.

Me aproximei de S/N, colocando minhas mãos em sua cintura, me sentindo o maior egoísta do mundo por tê-la deixado desse jeito.

-Eu te amo, Steve. Mas você não é meu.

Abaixei a cabeça e algumas lágrimas silenciosas caíram.

-S/N, por favor...

-Seria egoísmo meu te prender aqui.-Neguei com a cabeça enquanto ela falava, com suas macias mãos em meu rosto.-Eu estaria pensando só em mim te forçando a ficar ao meu lado...

-Não...

Sorrindo em meio às lágrimas, S/N olha para o chão, logo encontrando seus olhos com os meus e tirando suas mãos de meu rosto.

-Viva bem, Steve.-Sorri pela última vez antes de sair do terraço, me deixando sozinho a sentir a brisa fria sem seu corpo quente próximo ao meu.

Eu não era digno de seu amor. Eu decepcionei a pessoa que mais me queria bem. Eu não estava pronto.

《》 《》 《》

Mininas, tutupom? Gostariam de uma continuação?

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