Namorado de Aluguel

Capítulo 11 - O Convite

ㅤ ㅤSamantha não teve sua melhor noite de sono. Por consequência, ela estava cansada. A noite havia sido agitada e, mesmo com a atitude incorreta de William, o saldo havia sido positivo. Mas pensar nos minutos finais daquela noite, que havia sido tão boa, a perturbava. Ela havia brigado com William e, quando bêbado, ele parecia finalmente mostrar sua verdadeira face.

ㅤ ㅤWipperfield não havia entendido direito as reações dele, nem suas respostas, mas temia o que passava na mente do garoto quando ele havia se aproximado. Copperfield parecia selvagem, pronto para se aproximar bruscamente, o que em nada combinava com o garoto de programa que ela havia contratado. Aliás, que não parecia em nada com o homem que ela estava criando amizade.

ㅤ ㅤPorque por mais que tentasse negar, ela estava criando interesse por Will. Ele era extremamente bonito, tinha um sorriso maravilhoso, sem contar que era divertido, simpático e sabia criar as situações certas em seu determinado tempo, inclusive para respeitar as decisões que ela tinha tomado. Ele parecia bom demais para ser verdade.

ㅤ ㅤMas aquele era o trabalho dele. Ser ótimo no que fazia. Era por isso que tinha tantas clientes. Porque não basta ser apenas bonito, era necessário mais. E isso William tinha de sobra. Se levantou da cama, vendo que não conseguiria ter suas horas suficientes de sono e decidiu tomar um banho.

ㅤ ㅤVestida, foi para a cozinha preparar algo para comer, mas sua atividade foi interrompida pelo tocar da campainha. Largou a máquina de café em cima da pia, soltou um suspiro e se dirigiu até a porta. Apesar de imaginar quem estaria ali, ficou surpresa com a cena à sua frente. William parado à sua frente, com uma camiseta social e calça jeans e segurando um buquê de flores.

ㅤ ㅤ- Bom dia - murmurou ele, com seu tom soando mais como uma pergunta, do que uma afirmação. - Posso entrar? - Prosseguiu ele, com uma expressão de quase súplica.

ㅤ ㅤSamantha soltou um suspiro, sem saber em realidade como lidar com aquela situação. Pensou em deixa-lo entrar, mas temia o que poderia acontecer. Decidiu-se por se encostar na porta, cruzar os braços e o encarar fixamente no rosto.

ㅤ ㅤ- O que você quer? - perguntou, com um tom neutro na voz.

ㅤ ㅤ- Pedir desculpas por ontem - justificou ele, parecendo envergonhado. Aquele comportamento, na situação dele sóbrio, não iria apaziguar os pensamentos da morena em relação a ele. Até que ele decidiu prosseguir em sua fala. - Estava bêbado e frustrado. Quando você me ofereceu apoio, ao mesmo tempo que queria te manter longe, desejava você por perto. Sem perceber, fui invadido por uma imensa necessidade de carinho e, por impulso, me aproximei para te dar um abraço. Quando você me repeliu, apenas senti como se você estivesse me enganando e quisesse apenas fingir que estava preocupada sem estar de fato. Fui dormir magoado, pensando que nossa relação tinha completamente acabado. Hoje acordei mais cedo do que pretendia, com a cabeça latejando, já que não sou acostumado a beber, muito menos a ponto de perder minha sobriedade. Mas como você havia chegado em casa tempos depois de eu já ter chegado ao auge do alcoolismo, estava parcialmente sóbrio, de modo que fui capaz de lembrar de todos os acontecimentos. Percebi que me aproximei de uma forma brusca e, quando você me empurrou após eu tentar te abraçar, parecia assustada, como se achasse que eu fosse fazer algo que te machucaria. - Soltou o ar pelo nariz e pela boca, emitindo um leve som ao fazer isso. - Então, pode me corrigir se eu estiver errado, percebi que você achou que eu estava tentando lhe beijar a força.

ㅤ ㅤWipperfield semicerrou os olhos, tentando absorver aquela informação. Apesar de aparentar estar calmo, Will acabou pronunciando as palavras um pouco mais baixo que o usual, além de mais rápido, de modo que ela teve dificuldades de entender por completo o que ele dizia. Mas assim que seu cérebro pode raciocinar, arregalou levemente os olhos, enquanto ouvia o garoto prosseguir.