Entre Flores e Trovões [CONCLUÍDO]

A GENTE SE VÊ...

A vida. Ela é complicada. É controversa. É impossível de vez em quando. Em dezoito anos eu já fiz e vi muita coisa, mesmo que você me diga que não.

Mesmo que vivamos todos nós no mesmo planeta, acredito que cada um de nós temos nosso próprio mundo. Um mundo que ninguém jamais vai entender, um mundo que ninguém jamais vai saber como é. Um mundo que nem em um milhão de anos uma pessoa vai compreender. Simplesmente porque ela escolhe não enteder, porque é mais fácil ver só o seu lado. Sempre. É bem mais difícil dar conta de dois mundos. Dar conta de duas realidades.

O que você vê como algo ruim, eu posso ver como algo bom. O que você como feio, eu posso muito bem ver como bonito e assim vice-versa. Vai ser sempre assim, mesmo que as pessoas tentem, elas nunca vão conseguir te ver 100%. Talvez porque não querem, talvez porque não podem, talvez porque achem mais difícil.

Mas a vida é assim, e temos que continuar. Temos que seguir, porque uma hora, em algum momento, seu sonho, aquilo que você mais deseja se realizará, e vai por mim, vai ser maravilhoso.

- Foi uma atitude maravilhosa. Você se entregou ao seu cargo e o cumpriu com êxito. - estamos em mais uma das reuniões do conselho e o Sr. Ulisses resolveu falar sobre o ocorrido - Graças a Deus não tivemos grandes perdas.

Sei a que ele se refere. Ao filho.

- Obrigada. - digo baixo.

- Bom, obrigado pela presença de todos. Tenham um bom dia senhores.

Com reverências os ministros saem e assim que estou na porta de saída o rei me para começando:

- Harley, tem certeza disso?

Respiro fundo com a mão na maçaneta da porta. Antes da reunião falei com ele. Dei o veredíto final, mesmo ele não entendendo bem, eu fui firme.

- Sim. - apenas digo isso dirigindo um sorriso murcho a ele e saindo da sala.

Mayson sai hoje do hospital e como uma ótima amiga vou buscá-lo com a limosine.

Foram quase duas semanas no hospital e ele já estava bem. E depois do médico dizer que ele poderia ir, ficou mais feliz do que eu imaginava que ficaria. Passei boa parte dos dias com ele. Amo sua companhia, mas não posso mais fazer isso.

Dentro do carro, repasso em minha mente todos os momentos incríveis que passamos juntos. E me sinto uma completa boba apaixonada. Desde o primeiro olhar até nossa última dança há duas semanas atrás, Mayson só me cativou mais.

E tento de todas as maneiras possíveis pensar em como dizer a ele que...

Ah!! É simplesmente impossível imaginar qual vai ser sua reação. Quando passei a permitir que um garoto me deixasse tão louca?

Ao parar em frente ao hospital, os guardas já são postos para que eu desça e dezenas de fotógrafos quase pulam para perto com seus benditos flashes. Talvez eu não sinta tanta falta disso.

Tento sorrir para eles, mas não falo nada e entro no hospital.

....

- Quem está pronto para ir pra casa? - digo toda animada pulando no quarto de Mayson, causando nele um susto.

- Eu! - ele diz me abraçando pela cintura. Eu me aconchego nele e ficamos por um momento olhando um para ou outro. - Vai ser muito bom voltar para casa.

- É, vai sim.

Me solto dele. Para Harley! Você não pode fazer isso com ele. E pensando bem, nem com você também...

- Tudo bem? - Mayson pergunta me encarando.

- Ah, claro - sorrio para ele - vamos? Tem um carro e dezenas de fotógrafos te esperando lá fora.