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GILINSKY, Margot

Levei o copo de uísque misturado com tequila até a boca dando o último gole, me deixando ainda mais animada do que eu já estava.

Continuei dançando a música alta que tocava, até que decido ir até a cozinha pegar alguma coisa para comer — e beber também — ou eu desmaiava ali mesmo e aí minha mãe me matava e matava meu irmão junto, já que ela não sabe dessa festa.

— vou na cozinha, já volto — digo alto para que Alissa escute e a mesma me manda um "joinha" ainda dançando

Passei pelas pessoas bêbadas e falei com alguns amigos da escola no caminho, até que chego na porta da cozinha. A abro e escuto a voz de Maloley e de uma garota, provavelmente eles estavam brigando.

— Mas e daí que você é "o mais gostoso da escola" ? Eu não ligo para isso, então se você me dá licença eu vou encontrar com as minhas amigas e me divertir sem precisar de macho nenhum! — e assim Ana passa por mim batendo a porta e quase me derrubando

Quando ela passa eu caio na gargalhada e Nathan percebe minha presença e me manda o dedo no meio puxando a cadeira da mesa e se sentando na mesma. Abro a geladeira ainda rindo e pego uma garrafa de cerveja, vendo Nathan segurando — talvez — o choro.

— Uhm, primeira vez que eu vejo o droguinha chorando por uma garota.— comento me sentando ao seu lado e ele revira os olhos

— Me deixa em paz. E eu não tô chorando, ainda mais pela Ana. — e assim ele se levanta e vai para a área da piscina me deixando sozinha com meus pensamentos

O fato é que, Nathan Montgomery Maloley nunca — nunca mesmo — foi de chorar por NENHUMA, repito, NENHUMA GARoTA sequer. Ele sempre foi o "Zé droguinha famosinho que pega todo mundo", assim como meu irmão e seus outros amigos.

Acontece que eu e Nate nunca nos demos bem, nos conhecemos desde os cinco anos de idade, quando a família de Nathan e de Sammy se mudaram para meu bairro. Eu era super ciumenta com meu irmão e Johnson, e quando nathan virou amigo dos dois eu fiquei POSSESSIVA de raiva. Meu irmão não queria mais brincar comigo, apesar de que ele sempre me chamava para brincar, Nate que não deixava pois segundo ele "meninas não brincam com meninos".

Nossa primeira briga foi quando tínhamos 12 anos, eu havia acabado de completar 12 anos e Nate tirou onda da minha cara, dizendo que eu não tinha amigas meninas e só andava com os meninos — JG e JJ — por ter medo dos outros me machucarem e por ter medo de fazer amizade. Nossa segunda foi aos 15, quando Nathan fingiu ser meu amigo por causa de uma aposta, e adivinha qual era? Se ele conseguisse me beijar na minha festa, ele ganhava cem reais do meu irmão. MEU IRMÃO!

Sou tirada do pensamento com meu irmão entrando na cozinha e gritando para todo mundo sair, pois os vizinhos tinham chamado a polícia. Continuei no mesmo lugar, até porque a casa era minha e eu sou menor de idade, então não tem como ser presa irra.

— Vai ficar aí parada, garota? — uma garota loira que eu nem sabia que era tenta me empurrar, mas eu a empurro de volta — Tá maluca?

— Maluca tá você de achar que pode sair empurrando a dona da casa, né anjo? — ela me olha de cima a baixo e sai rindo sem dizer uma palavra

Reviro os olhos e vou até a sala vendo a bagunça que esses bando de estrumes fizeram na nossa casa. A sorte é que minha mãe tinha viajado para resolver umas coisas do trabalho e voltava em duas semanas.

Botei a mão na cabeça sentindo a mesma latejar de dor, me amaldiçoei por ter bebido tanto daquele jeito e depois ri lembrando do fora que Nathan levou e de como o mesmo ficou todo tristonho.

Amor é perca de tempo. Amor é para os fracos e Nathan é fraco.

Levantei da minha cama reclamando de dor e fui até a sala — de pijama mesmo — vendo toda a galera esparramada pelos sofás e pelo chão. Reviro os olhos e me sento no colo de Johnson, que me dá um beijo na cabeça.

— Quem vê pensa que são fofos assim — Alissa grita da escada e lhe mando o dedo do meio — Quem quer?

A olho de soslaio e vejo uma garrafa de uísque na mão direita e um copo na esquerda, enquanto ela balançava a mesma. Meu irmão pega a garrafa de sua mão e a abre despejando o líquido no copo.

— Vocês são tudo uns cachaceiros — Taylor fala bravo e recebe um tapa na cabeça

— Para de gritar, caralho!

— Se não é o triste apaixonado — debochei fazendo o mesmo quase se levantar para me bater

— cala sua boca.

Fiquei calada, sabia que não iria adiantar nada discutir com Maloley. Voltei para meu quarto e me deitei na cama novamente, eu que não iria ficar acordada com essa dor.

Fechei os olhos tentando não pensar em matar Nathan ou qualquer outro garoto existente no mundo e adormeci.

ʜᴇᴀʀᴛʟᴇss  ⟲ Nɑthɑn Mɑloley [1]Where stories live. Discover now