TRÊS

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—Sinto muito... — Eu ja não escutava mas nada ao meu redor, foi como entrar em um coma por uma fração de segundos, até eu conseguir digerir as palavras do médico.

        Foram apenas duas palavras que fizeram todo o meu mundo desabar...

  —  Não, não, não! —  eu fui ate o medico e fiquei cara a cara com ele —  Me diz, pelo amor de Deus que isso não é verdade!   —  Ele não havia me respondido nada, apenas abaixou a cabeça e foi ai que eu a tinha perdido, eu tinha perdido a minha metade. —  Não.... — eu sussurrei, sentindo meu corpo indo ao encontro do chão e minhas lágrimas escorrendo sem controle nenhum e a dor entro de mim estava cada vez mais insuportável.

        E então eu gritei, gritei o mais alto que eu podia chamando o seu nome, ela não podia ter ido embora, ela não podia ter me machucado da maneira mais torturante que existia.

  —  VOCÊ ME PROMETEU!! —  Eu gritava desesperado. Jacob me abraçou e tentou me acalmar de todas as formas possíveis, foi tudo em vão. Eu estava realmente desesperado. Ela era tudo para mim, ela foi minha irmã, minha protetora, minha melhor amiga, minha mãe. Ela cuidou de mim, ela me ensinou as coisas...

[...]

     Depois que Jacob conseguiu me levar para o carro, fomos para casa. No caminho vimos uma menina parada em frente ao poste, nos assustamos com aquele rostinho mal iluminado parado ali no meio da noite. Aquilo me deu arrepios, mas eu estava acabado de mais para ligar muito para aquela garota. Chegando na casa eu subi até meu quarto e fui tomar um banho. Eu entrei de roupa de baixo do chuveiro e fiquei lá chorando por muito tempo, só sai por que Jacob foi me chamar na porta do banheiro preocupado. Depois disso fui dormir e a vontade era de não acordar mais. Nunca mais.

[...]

       O dia amanheceu, fui obrigado a me levantar da cama. Não tinha conseguido dormir aquela noite. Eu estava como Jacob, as olheiras tinham tomado meu rosto cabisbaixo e que agora estava com um aspecto pálido. Não consegui comer, apenas peguei a bike preta de Mads e fui até o colégio com Jacob. Chegando lá eu passei no corredor no meio de um monte de multidão e comecei a me sentir tonto até que cai no chão sem conseguir me mexer, o ar estava faltando novamente, minha visão escurecendo e eu desmaiando. Até que eu abri os olhos e acordei suado, era apenas um sonho, desci as escadas, peguei um pão e coloquei na boca e assim entramos no carro do Jacob que me levou para o colégio. O verdadeiro, finalmente.

       O decorrer da minha aula foi horrível, minha mãe não tinha ido dar aula, o diretor faltou e minha professora teve uma convulsão na nossa frente, essa iria ser a pior semana ou talvez ano da minha vida! E agora eu não teria o meu suporte que era Mads, aquilo não entrava na minha cabeça, como... Como alguém com coração a machucaria?

      Voltando do colégio, vejo Jacob na porta falando com um policial, eles pareciam discutir ou algo do tipo, Jacob não estava com uma cara nada boa e apontou para mim assim que me viu, fazendo o policial tirar a atenção dele. Ele provavelmente deveria estar fumando maconha perto do mercado. Fui até o policial com uma cara nada boa e então perguntei:

  —O que houve senhor policial? —  Minha cara mostrava um tédio eterno e também decepção. Ele arqueou uma das sobrancelhas e olhou para mim com uma cara de: "Você é retardado muleque?" Então ele finalmente conseguiu falar.

  —Preciso que venha comigo para delegacia. Esse muleque ai estava fumando perto das minhas crianças.—  Olhei com um olhar mortal para Jacob que sorrio fraco para mim.

— Desculpae Krysti, eu estava de boas na minha— Eu revirei os olhos e soltei um longo suspiro, até que fiz um sinal para ele, então o mesmo pegou o casaco e assim entramos no carro do policial.

      Chegando lá ele só nos deu uma multa de uns cinquenta dólares, e assim voltamos para casa e lá eu subi para o meu quarto e fiquei lá por mais uns três dias, eu saía apenas para pegar comida as 3:00 horas da manhã, eu tinha banheiro no meu quarto então eu não precisava sair do meu quarto para mais nada, eu apenas chorava e lembrava de Mads, lembrava das nossas brincadeiras quando eramos crianças, de Lucy brigando conosco por roubar o gato do vizinho e de nossas travessuras, então percebi o rumo que nossas vidas tornaram. Mads foi viver com o namorado drogado, minha mãe tinha ficado em Salem e eu estava morando normalmente sozinho, trabalhando para pagar minhas contas e sempre ligando para Mads.

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⏰ Last updated: Apr 07, 2019 ⏰

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