Seis

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“Você escolheu dançar com o diabo e acabou tendo sorte

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“Você escolheu dançar com o
diabo e acabou tendo sorte.”
Chase Atlantic | Swim

09 de outubro de 1997,quinta-feira

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09 de outubro de 1997,
quinta-feira.

          O vento gelado que entra pela janela do carro empurra meus cabelos para o meu rosto, me fazendo soltar um suspiro exausto e os arrastar para trás novamente. Encaro a estrada em minha frente, analisando com atenção algumas folhas alaranjadas se desprenderem dos galhos e repousarem no chão. Essa rua é uma das mais bonitas de Snowdalle. As árvores na calçada formam uma espécie de túnel sobre os carros e as pessoas que passam por aqui. Na primavera, flores rosas e amarelas enfeitam o túnel natural, deixando-o ainda mais bonito que agora.

Ao meu lado, Francis White bebe um copo grande de cappuccino, corrigindo algumas provas que estão sobre seu colo. Dou uma mordida em meu muffin de chocolate, recostando minhas costas no assento confortável. Minha mente está inquieta desde ontem; do momento em que Scott e eu conversamos normalmente em seu carro, até o instante em que ele me levou em casa, confessando que não se divertia daquele jeito fazia um tempo. Essa frase se impregnou na minha cabeça a madrugada inteira.

Escolhemos Sexta-Feira 13 para assistir – na verdade, Scott insistiu – porque na cabeça dele, iria me assustar à cada cinco minutos – o que claro, não aconteceu. Acabamos por incorporar dois críticos muito severos, observando a atuação mediana dos personagens e alguns furos de gravação. Quando os créditos finais subiram na tela, Scott anunciou que teria de servir bebidas alcoólicas para universitários pelas próximas sete horas. Uma estranha sensação de vazio se alojou em mim e o caminho até minha casa fora feito totalmente em silêncio. Nós sabíamos que havíamos aberto uma janela para o nosso interior naquele momento de risadas sinceras, e posso garantir por nós dois que não gostamos nada daquilo quando a euforia baixou mais tarde.

— Desculpe interromper seus pensamentos, mas temos alguns quilômetros para percorrer ainda — a voz de Francis ecoa dentro do automóvel, me fazendo piscar algumas vezes.

— Ah, sim. Desculpa — mastigo o último pedaço do muffin saboroso, colocando o cinto e encarando meu professor. — Eu me saí bem antes, né?

Beautiful Storm 1 | ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora