• 10 •

49 2 1
                                    

Ingrid Marques

Hoje seria a estréia da Mari no jogo da Copa América, a mesma jogaria na posição de atacante com o Firmino e com o Gabriel, eu estava mal por não poder participar mas ao mesmo tempo feliz por ela. Me levanto da cama com certa dificuldade, faço minhas higienes pessoais e paro ao lado da Mari, me apoio em uma das muletas e com a outra eu a cutuco fazendo a mesma acordar assustada. 

- Caceta, que merda é essa? - ela pergunta irritada e eu só consigo rir.

- Você deveria ter visto a sua cara. - digo em meio aos risos e a mesma revira os olhos.

- Eu só não te derrubo no chão porque no momento você não está em condições para isso, pelo menos eu vou jogar e você vai ficar sentada no banco com o tornozelo zoado. - Mari ri e eu a encaro com a expressão séria no rosto, um tiro doeria menos. - Me desculpa amor, não foi essa a minha intenção. - a mesma diz, balanço a cabeça negativamente, saio do quarto rapidamente com ajuda das muletas, espero o elevador e entro no mesmo sentindo meus olhos marejarem.

não chora, não chora, não chora.

penso comigo mesma mas acabo falhando e deixo uma lágrima escorrer.

- Ei, o que aconteceu? - Coutinho pergunta colocando o braço na frente da porta do elevador que estava prestes a fechar e entra no mesmo.

- Não é nada. - respondo respirando fundo e  limpo a lágrima rapidamente.

- Se não fosse nada você não estaria chorando, o que foi que aconteceu hein? - ele pergunta novamente e eu cruzo os braços na frente do peito.

- Eu não quero falar sobre isso. - Coloco a mão no rosto e começo a chorar mais ainda, o mesmo aperta um dos botões do elevador que imediatamente para e me abraça, eu o aperto enquanto choro em seu ombro fazendo sua camiseta molhar.

- Vai me contar o que está acontecendo? - Phil pergunta e eu assinto com um pouco de dor no tornozelo por estar muito tempo apoiada, o mesmo me pega no colo, me coloca sentada no chão e se senta ao meu lado.

- A Mari foi convocada pelo Tite para jogar no jogo de hoje com a seleção. - digo a ele respirando fundo.

- Que legal, mas você não deveria estar feliz por ela? - o mesmo pergunta com uma sobrancelha erguida e eu abraço meus joelhos.

- Eu estou feliz e orgulhosa dela, eu também fui convocada mas não vou poder participar por conta da minha lesão. - apoio a cabeça no joelho e começo a chorar de novo, Coutinho começa a fazer carinho em meu cabelo e eu levanto a cabeça a apoiando em seu ombro. - O pior de tudo foi ela ter jogado isso na minha cara porque eu acordei ela aos sustos. - respiro fundo. - eu sei que foi mancada minha, mas ela não precisava ter falado assim comigo.

- Ei, calma. Talvez tenha sido só na hora da raiva, a Mari te ama, ela jamais ia ter essa intenção de te magoar. - o camisa 11 sorri meigamente e limpa uma das minhas lágrimas com seu polegar delicadamente, o abraço apertado.

- Obrigado Phil, de verdade. - sussurro e o mesmo me ajuda a se levantar, aperto o mesmo botão do elevador e saio de lá para falar com a Mari.


It all started virtuallyWhere stories live. Discover now