13 | A armadilha de Blackmoon

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 – Aaah!!!

Um grito agudíssimo e arrepiante penetrou os ouvidos da galera no acampamento.

Esperar? Ou buscá-los? – perguntavam-se, antes de serem interrompidos. Sentiram uma estranha sensação, como se uma pedra de gelo caísse pesadamente em seus estômagos.

– Ouvi o grito de Lindy! – exclamou Yvee.

– Eu também ouvi – falou Derik. – Vocês ouviram agora?!

Todos concordaram assustados.

– O que vamos fazer?! – perguntou Higor, abobalhado.

Logo, olharam para floresta e viram uma pessoa correndo ao encontro deles.

É o Sawyer – pensou Bob, mas logo se deu conta de que se enganara, pois passados alguns segundos, já era possível ver uma longa cabeleira preta, voando rebeldemente contra o vento anestésico.

Era Lindy. Estava viva. No mesmo ritmo em que corria, seus batimentos cardíacos se elevavam. Mas estava sorrindo, embora as manchas pretas que tinha em volta dos olhos, causadas pelo contato das lágrimas com a maquiagem, a deixasse fantasmagórica. Ela sentia uma dor imensa, pois perdera os seus amigos, mas o sorriso que trazia estampado no rosto significava "salvação", porque iria avisar os outros. Mas a felicidade maior era causada pelo fato de estar viva.

Todos andaram um pouco pra frente, ainda aterrorizados. Yvee estava completamente exausta.

Oh meu Deus! O que será que aconteceu? – Essa era a pergunta que compartilhavam, até o presente momento.

Ela foi diminuindo a velocidade. Até que chegou perto de todos, faltando-lhe o ar e com uma tremenda dor nas pernas. Suava. Seu sorriso foi desaparecendo e uma cara de choro foi surgindo. Lágrimas e mais lágrimas foram escorrendo. Eles rodearam-na e tentavam acalmá-la. Lindy começou a soluçar, seus olhos ficaram avermelhados.

Após alguns minutos, o choque foi cessando, permitindo que ela contasse o que havia acontecido, mesmo estando ofegante. Não tinha tempo a perder.

– Pessoal, temos que sair daqui! – disse ela com dificuldade, pois sua garganta estava seca como nunca. Todos se espantaram com a mancha de sangue que havia em seu queixo, mas decidiram ficar somente na escuta. Yvee desviava o olhar às vezes.

– Acalme-se Lind...

– NÃO KAZE! NÃO! EU VI COISAS HORRÍVEIS!

– Então nos conte! – pediu Derik.

Após os berros dela, Kaze sentiu uma onda de culpa a envolver, pois haviam se desentendido momentos atrás, e agora Lindy estava naquele estado. Kaze sentiu a presença do arrependimento, mas aquela não era uma boa hora para se redimir.

Mas e os outros? – alguém sussurrou.

– O Eddy, – começou ela, ainda recuperando o fôlego – o Sawyer... o Gary... e o Deegle... estão... estão... – ela começou a chorar mais. Baixou a cabeça e olhou para o chão, como se alguma força fosse sair dali e possuí-la.

Yvee se desesperou mais e acompanhou sua amiga no choro. Todos já sabiam o que Lindy ia dizer. Até que então, desnecessariamente, ela completou a frase:

– ... estão mortos!

Apesar de saberem o final da notícia, uma aflição atravessou-os. Como se não já fosse suficiente, ficaram mais abalados e eram invadidos pela angústia. Kaze não agüentou também, rompeu seu limite de tristeza e começou chorar. Os rapazes só fizeram cara de espanto, menos Bob, que endurecera o rosto. E não expressava nada, estava gélido, com a boca entreaberta. Engoliu em seco e permaneceu calado. Imóvel.

Uma noite em Dead Woods (COMPLETO)Where stories live. Discover now