— Não quero beber até passar mal, Charles. Aqui. — devolvo. — Eu aceito.

— Aceita o quê?

— Vamos tomar banho no lago.

Quando chegamos, Charles tira seu celular do bolso, jogando-o num canto qualquer. Vai na frente e dá um salto mortal, caindo com tudo na água. Reviro os olhos e o observo boiar na água límpida banhada de azul.

— Não tem cobras aí?

— Uma já me picou. Acho que não era venenosa.

— Por que acha?

— Não morri. — Charles passa a mão nos cabelos e ri da minha reação apavorada. — Estou mentindo. Vem.

Cruzo os braços sobre o peito e rio com sarcasmo.

— Divirta-se sozinho agora.

Ele sai da água e usa seu tom tranquilizador e sexy: 

— Estou falando sério. Deixa eu tirar isso... — me perco no seu olhar e, automaticamente, levanto os braços, fazendo-o rir. Ele me olha fascinado e seus dentes e sua língua roçam a pele sensível de meu pescoço, fazendo-me arrepiar inteira. — Agora o short. — fico literalmente sem ar quando ele se abaixa e o tira lentamente, sem desviar o olhar por um segundo.

Finalmente o que me cobre agora é apenas minha calcinha e meu sutiã. Ele se afasta e continua me admirando.

— Eu já disse hoje que você é linda e gostosa?

Sorrio.

— Só gostosa, linda, não.

— Pois você é linda.

Meu coração acelera de uma forma absurda. Vou até ele e espalmo minhas mãos sobre seu peitoral rijo.

— Sério?

Charles solta um grunhido nervoso.

— Você ainda duvida? Céus, não estou falando só do seu corpo. Você é linda por dentro e por fora.

Engulo em seco e expiro o ar. Seu olhar é tão penetrante que sinto minhas bochechas em chamas.

— Charles...

— Não precisa dizer nada. — balbucia. — Vem cá. — ele me tira do chão e faz minhas pernas enlaçarem sua cintura com tanta rapidez e familiaridade que dou um pequeno grito. Sua boca alcança a minha e, quando enfim paramos, Charles sussurra no meu queixo: — Você está tão quente. — tento trazer sua boca para a minha de novo, mas ele diz rapidamente: — Agora me deixa apagar isso.

Ele se joga de costas, e alguns segundos depois, estou boiando ofegante e xigando-o ao mesmo tempo.

Jogo água na sua cara. Ele não para de rir.

— Droga, Charles!

— Foi bem legal, não acha?

Foi, mas não vou lhe dá mais uma satisfação.

— Você não vai mais me pegar desprevenida. — aviso e ele levanta as sobrancelhas.

— E o que vai fazer? — questiona com tom incisivo. Faço uma expressão divertida e o olho.

— Não sou tão idiota a ponto de revelar minhas estratégias.

— Entendo perfeitamente, minha linda.

Nado para longe dele e mergulho. É relaxante, quase como uma terapia. Esqueço dos pesadelos, de imagens aleatórias que lembrei e que, até agora, não se encaixam e não fazem nenhum sentido para mim.

Me viro e observo Charles distante. Ele ri maliciosamente, piscando o olho e pronunciando "minha gostosa" sem emitir som algum. Faço o mesmo e ele solta uma risada cretina.

Saio da água só quando os nós dos meus dedos estão enrugados. Vejo Charles sentado e encostado numa árvore com a câmera do seu celular apontada na minha direção.

— Espero que não esteja tirando fotos.

— Isso. Faz cara de brava. Eu amo.

— Para! Eu não quero que tire! — fico de costas e não demora eu senti-lo por trás. Me viro imediatamente para encará-lo.

— Eu tirei da sua bunda.

— Seu... — começo dizendo, tentando evitar que uma risada escape. Ergo o queixo e faço uma expressão séria. — Canalha.

— Quer que eu apague?

— A da minha bunda?

Ele bufa.

— Tá brincando? As outras.

*

— Para quem não queria ir, você voltou bem animadinha. — realmente me fez bem. E estava nitidamente explícita a minha agitação. — Gosto de te ver assim.

Termino de preparar nosso jantar e vou até o sofá. Peço para Charles ir mais para o lado e me deito, posicionando minha cabeça no seu colo. Ele afunda suas mãos em meus cabelos e fica brincando com algumas mechas.

— Obrigada. Por tudo, Charles. — ele baixa o olhar e me fita com carinho. 

— Você não me deve nada, nem um obrigado. — toco seu maxilar e o acaricio.

— Você é... maravilhoso. Em todos os sentidos. Me sinto a mulher mais sortuda do mundo ao seu lado.

— E você se tornou tão especial para mim... — sussurra. — Sem você eu não sou nada, meu anjo.

Somos interrompidos quando a campainha é tocada. Charles aparenta não estar esperando ninguém e se encaminha para atender quem quer que esteja do lado de fora.

Quando ele a abre, me surpreendo. Porém, após analisá-los, uma pergunta nada elegante e receptível escapa de seus lábios:

— Cacete. Posso saber o que isso significa?




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Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora