Violeta (Completo/Revisado)

Capítulo 37

Christian Charles:

— Esta noite foi muito divertida. — comenta Violeta depois de um tempo.— Coloca outra música, gostei do seu gosto musical.

Coloco uma aleatória. Ela parece gostar, pois sorri.

— Não está nem perto de acabar. —falo. — Está com fome?

— Sim. Tem algum restaurante aberto à essa hora? Deve estar tarde.

— Alguns são abertos vinte e quatro horas. Vou te levar a um onde a comida é magnífica.

Ela faz uma cara exigente e sarcástica para mim.

— É bom que seja mesmo. — ela faz uma pausa. — Você também é como o Mário quando está bêbado?

Bufo.

— Você acha que sou? — seus olhos castanhos me analisam atentamente por um tempo.

— Acho que não. — balbucia. — Tenho certeza de que é pior.

Solto um grunhido por ela ter dito isso.

— Porra! — finjo um tom magoado na voz. — Assim você me ofende.

Violeta, que estava olhando pela janela para os pubs lotados, vira seu rosto para mim.

— Então como você é quando não está sóbrio?

— Educado, reservado. Nem pareço estar bêbado.

— Você está mentindo! — ela me acusa. — Quero a verdade, Christian Charles!

— Tudo bem. — me rendo. — Eu não surto como o Mário, mas sou extrovertido, acho que um pouco brigão e... — paro, porque não consigo encontrar a palavra certa para aquilo.

— Mulherengo? — pergunta Violeta.

— É. — pelo canto do olho, vejo que sua expressão ansiosa murcha. — Não fique triste. Estou dando um tempo para essa vida. — falo sarcasticamente.

— Quem disse que eu me importo? — rebate.

— Eu sei que se importa.

Violeta revira os olhos e balbucia baixinho. Acho que ela disse: "É muito convencido mesmo."

— Chegamos. — anuncio, desligando o carro.

Lá dentro, escolho uma mesa e nos sentamos. Violeta corre seus olhos  pelo o cardápio e depois franze a testa de leve.

— O que foi? — pego o meu, olhando-o também.

— Não conheço nenhuma dessas comidas.

Sorrio. Uma garçonete se aproxima.

— Boa noite. Já escolheram o que vão pedir?

— Um vinho tinto, por enquanto. — ela sai em disparada e Violeta me olha.

— Então quer dizer que eu posso beber o vinho? — suas sobrancelhas se arqueiam.

Luto para não olhar para o decote de seu vestido. Fiz isso a noite inteira sem que ela percebesse. Se eu fizer agora, com certeza ela vai notar. Droga. Não consigo resistir.