Capítulo 10

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Christian Charles:

— Puta que pariu, Mário! Você estava com essa merda de celular enfiado onde? — esbravejei quando finalmente o imbecil me atendeu. Estava tentando contato há vários minutos.

— Se eu disser, promete não me achar meio gay?

— Meio?! — grito.

Ouço-o falar com outra pessoa e resmungar algo. Em seguida, anuncia:

— O que quer? Estou ocupado com um serviço. Me encarregaram de fazê-lo ainda hoje.

— Cancele agora mesmo. Quero que reúna todos os membros da máfia em sua casa em menos de uma hora. Tenho vários assuntos pendentes para tratar com vocês.

— Menos de uma hora, Charles? Eu tô a quilômetros de casa! Lembra daquela coisa que você me mandou executar hoje? Pois é! Ainda não fiz. Vou fazer assim que terminar este serviço. — esperava que ele não estivesse inventando desculpas. Esperava também que não estivesse mentindo por causa de alguma mulher.

— Está com problema auditivo, Mário? Você termina isso outra hora. Agora eu quero todos reunidos lá. Imediatamente. — eu praticamente rosnei. Se ele estivesse aqui, teria levado um soco bem no meio do nariz.

Resmunga, porém diz de má vontade:

— Certo.

Apesar dele ser um idiota de vez em quando, Mário era meu braço direito em relação a todos os assuntos da máfia. Talvez eu tivesse adquirido certa confiança nele por causa dos nossos tios — não, não tios de laços sanguíneos como vocês estão pensando. Afinal, assim que entrei para a gangue, Mário já tinha a confiança deles. Éramos os únicos moleques em relação aos outros homens, que eram bem velhos. E hoje estou encarregado por tudo. Absolutamente tudo. Todos trabalham conforme mando, seguindo todas as minhas ordens.

Depois de passar pelo portão de uma cor cinza reluzente, estacionei em frente a enorme casa. Não era como a minha, mas era um muito luxuosa. O jardim era super enflorado, possuía flores das mais variadas cores. Mais ao lado tinha algumas árvores frutíferas.

Fiz uma careta.

— Isso é muito gay! — falei para mim mesmo e ri. Toda aquela decoração feliz de natureza estragava tudo. Aliás, peguei-me mesmo pensando: Mário é gay? Sério, mais mulherengo que eu, só ele.

Avistei-o em frente à porta, com as mãos enfiadas nos bolsos do jeans desbotado vermelho.

— É, Mário. Você precisa mudar esse jardim imediatamente. Ele passa uma imagem tão... Como posso dizer? — procurei pela palavra certa.

— Feminina? — ele arriscou.

— É. Tipo isso.

— Ah, cara! Minha mãe vem aqui de tempos em tempos e quase que me obriga a ter esse monte de coisas coloridas ao redor de casa. Você não faz ideia do quanto é humilhante.

— Relaxa, Mariazinha. Bem feminino, mas isso não vai mudar sua masculinidade. — vi seu nariz torcer por causa do apelido. Ele o odiava.

Ele endireitou os ombros e entramos. O murmúrio cessou. Quase todos encontravam-se sentados e, ao me verem, levantaram-se e lançaram-me uma expressão tensa e séria, como se estivessem esperando que uma bomba fosse explodir e detonar tudo.

— Não precisavam se levantar. Sentem-se.

Todos se acomodam novamente.

— Mário, você não é excessão. — olhei-o ao meu lado e fiz cara feia. Meu tom de voz denunciou claramente minha falta de paciência.

— Desculpa aí.

Suspiro.

— Quero saber se conseguiram aquilo que pedi.

— Conseguimos sim, chefe. Aqui contém todos os dados, conforme as informações que o senhor nos forneceu. — um cara de óculos, o qual eu nem sabia seu nome, entregou-me alguns envelopes grandes.

— E o dinheiro? Conseguiram negociar?

Todos se entreolharam.

— Ainda não... — Mário pronunciou, pigarreando.

— Por que não?

— Hm... Pelos mesmos motivos.

— Mas que merda!

— Com licença, senhor. É que não deu certo ainda porque... — esse eu sabia o nome. Aiden. Fiz um gesto com a mão para que se calasse, completando sua fala:

— Porque são um bando de inúteis. Claro. Não quero desculpas. Quero o cacete do dinheiro!

— Vamos consegui-lo o mais rápido possível, chefe. — respondeu. Em seguida, Mário disse, num tom sério:

— Vamos sim.

— Ah, mas é claro que vão. — falei calmo. — Sabem perfeitamente bem o que acontece caso algum de vocês chegue a fracassar, não é? Vou dá o prazo de um mês para conseguirem. E lembrem-se que os tios deixaram tudo em minhas mãos. Nunca os decepcionei, e não farei isso agora. Posso conseguir qualquer coisa quando eu quiser e a hora que eu quiser, seja com vocês ou não, bando de imprestáveis! — muitos deles se encolheram e outros me lançaram uma expressão furiosa e frustrante. — Mário, me ligue avisando como as coisas estão indo.

— Eu sempre ligo, mas você não atende. — protesta. Mas é a pura verdade.

— Ligue mesmo assim. — saí batendo a porta e indo em direção ao meu carro. Minha cabeça já estava fervendo.


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Capítulo revisado. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora