Capítulo 17| O abrigo

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— Só corre, Phelipe! — Fico em pé e puxo ele pelo seu braço, fazendo-o se levantar.

Começamos a correr como se nossa vida dependesse disso, sem um rumo definido, apenas estamos correndo.

Mais um som alto é escutado, fazendo nós dois olharmos para trás. Outra fumaça escura surge no horizonte, dessa vez mais perto que as demais.

Percebo que estamos perto de uma entrada para um pequeno abrigo secreto, que fica debaixo do jardim.

— Vem comigo! — Grito para Phelipe.

Começo a correr e Phelipe vem logo atrás de mim. Chegamos em uma área com algumas árvores e um banco no meio delas.

Aproximo-me do banco, agacho-me ao seu lado e coloco minha mão direita em um de seus pés de apoio. Imediatamente, o laser de um leitor biométrico acendeu e foi descendo da pronta do meu dedo médio até a parte inferior da palma da minha mão. Quando esse processo acabou, uma parte da grama se abriu, mostrando uma escada. Essa é a escada que da acesso ao abrigo.

— O que foi isso?! — Phelipe diz, claramente confuso com o que eu acabei de fazer.

— A porta do abrigo só se abre com a digital da minha família. — Digo ao me levantar. — Vamos?

Ele acena com a cabeça e me segue até a escada.

Descemos a escada devagar e, ao chegarmos no último degrau, a porta se fechou, deixando tudo escuro.

Um pontinho iluminado com uma luz azul indica onde fica o interruptor. Me aproximo dela e acendo as luzes, apertando o comutador.

Várias luzes brancas acenderam, iluminando o local.

O abrigo tem paredes grossas de titânio. Elas têm uma cor cinza escuro, deixando o local com um aspecto um pouco assustador. Há uma porta, também de titânio, que isola a escada do resto do abrigo, porém ela está aberta. Aperto um botão azul e ela sai de dentro da parede e fecha ao encostar na parede oposta a que saiu.

O abrigo não é grande, há apenas um tamanho suficiente para caber um beliche em uma parede e um sofá em outra, tendo um pequeno espaço vazio entre eles.

— William... Eu... — Phelipe não completa a frase.

Ele está ofegante e tremendo um pouco.

— O que você tem? — Chego mais perto dele.

— Eu... tô com medo. — Phelipe abaixa a cabeça. Sua voz saiu em um tom baixo, mas consegui escutar o que ele disse.

Solto um suspiro.

— Vai ficar tudo bem, nós estamos seguros aqui. Mas se alguma coisa acontecer... eu te protejo! — Coloco minha mão direta em seu ombro, fazendo-o levantar a cabeça e me olhar.

Phelipe abre um sorriso.

Afastei-me dele e sentei-me no beliche, deixando Phelipe em pé, olhando para mim.

— Vem, senta um pouco e relaxa. — Coloco minha mão no colchão, como um sinal para ele se sentar ao meu lado.

Phelipe aceita minha proposta e se senta ao meu lado. Logo após se sentar, ele tira o celular do bolso e liga o aparelho.

— Droga! Não tem sinal. — Em seu tom de voz há decepção.

— Aqui embaixo não pega sinal, as paredes são grossas demais... — Suspiro e encaro ele. — Tenta relaxar, sei que é difícil mas... tenta ficar um pouco mais calmo.

Ele suspira e abaixa a cabeça. Em seu rosto há um misto de medo e preocupação, isso corta o meu coração...

— Ei! — Faço ele me olhar. — Vamos fazer assim? Se você conseguir ficar um pouco mais calmo, prometo que vamos tomar um pote bem grande de sorvete.

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