Realeza

Capítulo 10| Uma nova esperança

Estou morrendo de preocupação, esses curtos segundos de silêncio estão me corroendo por dentro. O choro da minha mãe para e ela começa a falar logo depois.

Chamada on:

Anne: O seu pai acordou do coma! — Diz ela entusiasmada e com a voz trêmula, devido ao choro.

William: Sério?! Meu Deus, isso é ótimo! — Digo quase pulando de alegria.

Anne: Sim, isso é ótimo! Mas o seu pai ainda vai ficar em observação por um tempo, então ainda vai demorar para nós voltarmos, ok?

William: Ok, mãe!

Chamada off.

Encerro a chamada minutos depois. Estou extremamente feliz com essa notícia e um sorriso enorme se abre no meu rosto, mas não fica por muito tempo, dando lugar a um mais discreto logo em seguida.

Uma lágrima desliza pela minha bochecha e cai em minha blusa. Não é uma lágrima de tristeza, mas sim uma lágrima de felicidade e de alívio. Sinto surgir em mim uma nova esperança.

— O que aconteceu com o seu pai? Ele está bem? — Phelipe pergunta com um tom de preocupação.

Apenas abro um sorriso para ele e o abraço sem aviso algum, deixando-o sem reação por alguns segundos, mas o tal me abraça de volta em pouco tempo.

— Ele acordou do coma, Phelipe! Ele acordou! — Minha voz saiu um pouco abafada, devido o contato da minha boca em seu corpo.

— Sério!? — Ele suspira aliviado. — Estou muito feliz por receber essa notícia!

Termino o abraço e Phelipe me olha com um sorriso no rosto.

Saber que ele se importa comigo me trás uma sensação boa. Sinto que nossa amizade é verdadeira e eu estou radiante por te-la.

Fiquei 16 anos sem ter uma amizade. Alguns diziam ser meus amigos, mas tinham apenas interesse em meu status social e fui descobrindo isso com o tempo. Sempre fico isolado na escola por este motivo. Falando nela, faz um tempo que não apareço lá. Faltei muito esse mês.

Infelizmente, pessoas ruins têm que passar por nossas vidas, mas elas se vão um dia e no lugar deixado por elas entra alguém especial.

Saímos da sorveteria e começamos a andar novamente pela cidade.

Poucos metros depois, Phelipe sente seu celular vibrar no bolso e para de andar. É uma mensagem.

Ao ler a mensagem sua expressão vai mudando aos poucos. Phelipe logo fica cabisbaixo.

— O que houve? — indago quando ele termina de ler a mensagem e olha para mim.

— Era Da Isabelle. Ela disse que está voltando, porque já reconheceram o corpo do irmão e do pai dela e eles vão traze-los para serem enterrados em Gresham. — Sua voz sai baixa. Seu rosto transmite sua tristeza.

— E-eu sinto muito...

— Obrigado... — Ele diz e me olha. — O enterro vai ser amanhã de manhã, você pode ir se quiser.

— Eu irei. — Digo eecoloco uma de minhas mãos em seu ombro.

✿✿

No dia seguinte.

07h15

Acordo com a luz do Sol em meu rosto, pego meu celular que está ao meu lado e olho a hora. Acordei a tempo para ir ao enterro do irmão e do pai da Isabelle, que será às 09:00h.