Prometo voltar || João Félix

23.

Sofia

Aquele elevador estava a matar-me por dentro tão lentamente que eu achava até que se fosse queimada a dor seria muito menor, eu senti que ele estava a controlar-se tanto quanto eu, talvez até mais e rapidamente pensei que se não tentasse iria fica sempre na dúvida e neste momento já tinha dúvidas suficientes na minha vida. 

-Nós tentamos - disse passando rapidamente os meus braços à volta dos pescoço dele que se encarregou de abraçar a minha cintura prendendo-me contra ele. Em frações de segundo senti os lábios dele a colarem-se aos meus, acelerando o ritmo do nosso beijo, acho que a necessidade e a espera  fez com que ele fosse ainda melhor do que as minhas expectativas, mas a maldita falta de ar fez com que nos separássemos e nem tivemos tempo de falar porque o elevador rapidamente se abriu no ultimo andar dando acesso a uma única porta.

Entramos sem dizer uma única palavra e deixamos a Mel ficar à vontade pela casa que já era sua conhecida, no entanto agora eu estava oficialmente confusa com o que tinha acontecido, não estava arrependida mas muito confusa mesmo. Ele foi para a cozinha enquanto eu me encaminhei para a sala ligando a televisão mas a minha cabeça estava mais desorganizada que uma loja em dia de promoções e eu tinha que falar sobre isto, levantei-me e encaminhei-me até à divisão onde ele estava

-João - ele estava apoiado na banca com um copo de água na mão e com os pensamentos tão distantes que nem reparou que eu tinha chegado e tinha falado

Aproximei-me dele colocando cada um dos meus pés de cada lado das pernas que estavam esticadas e agora fechadas no meio das minhas, retirei o copo das mãos dele, peguei nos braços dele para que eles dessem a volta à minha cintura e apoiei as minhas nos ombros dele.

- Eu sei que também estás a pensar no mesmo que eu e que também estás confuso, mas não vamos colocar a carroça à frente dos bois, vamos deixar as coisas acontecerem sem pressões e logo se vê - disse fazendo-o olhar para mim porque eu agora estava mais alta do que ele

-Eu sei Sofia e não é comigo que eu estou preocupado,  eu tenho medo de te desiludir ou de te magoar porque a tua situação é bem pior que a minha e se eu me magoar vou conseguir lidar com isso mas não sei se consigo lidar com o facto de te puder afetar - ele falou apertando-me para um abraço

- Não te preocupes comigo, vamos tentar sim? - disse baixinho enquanto retribui o abraço e ele concordou com a cabeça 

Depois de uns instantes, ele voltou a puxar-se para cima deixando-me mais pequena de novo, beija-me e encaminha-me até à sala.

João 

Já passava certamente das 2 da manhã quando a Sofia adormeceu deitada no sofá e apoiada no meu peito, não tive coragem de a acordar para a levar a casa por isso deixei-a dormir não me mexendo. Não consegui adormecer instantaneamente como ela e fiquei a pensar em tudo o que tinha acontecido nos últimos meses, principalmente desde que a sofia entrou na minha vida, dei por mim a sorrir quando pensei o quão sortudo era por a ter aqui e agora. Eu queria que tudo desse certo mesmo sabendo que seria um risco mas tínhamos de tentar!

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Até breve!

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