Onze

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"O coelho permanecia sobre a prateleira".

"Seus olhos brilhavam de modo estranho".

"A risada emanava de dentro da porta azul".

"Curiosa me aproximo".

"O cabelo branco como a neve e os olhos verdes  fluorescentes me encaravam".

"Você se esqueceu de mim boneca?"

Elizabeth recuperou o fôlego enquanto levantava rapidamente do seu sofá aveludado na cor caramelo. Sua visão turva obrigou-a a pousar suas delicadas mãos sobre seu rosto fino, que parecia estar soando frio. Outro pesadelo estranho.

Após se recuperar um pouco de sua breve tontura, Elizabeth olhou para o relógio-cuco pendurado em sua parede, onde os ponteiros marcavam exatamente três da manhã. A TV antiga fazia apenas estatística, causando um ruído desconfortável, Elizabeth se aproximou Pará desligá-la e se aliviando completamente do som irritante.

Seu quarto possuía um ar sombrio durante a noite, mas ela já havia se acostumado com todos aqueles olhos de vidro a encarando durante a noite, com exceção do coelho em sua cama. Seu olho de vidro junto do outro que era um botão costurado junto de varias rendinhas delicadas parecia ter um brilho extremamente diferente das demais bonecas. Ora parecia possuir um tom esverdeado, ora parecia ter o tom de âmbar, ora parecia estar vazio.

Elizabeth tomou o coelho em suas mãos e o encarou com um semblante confuso, o pequeno animal preenchido com estopa permanecia imóvel com seu brilho esverdeado no olho de vidro.

-Tsc, tsc, acho que uma de minhas pequenas bonecas saiu da prateleira.

Uma voz emergiu do fundo do quarto, fazendo a garota virar-se rapidamente, encarando apenas suas bonecas sorridentes postas em fileiras sobre o chão. Largou o coelho imediatamente, fazendo o pobre coitado se esparramar pelo carpete, risadas maléficas podiam ser ouvidas de todo o canto do quarto, Elizabeth agarrou seu pequeno abajur e o posicionou como se fosse um punhal.

-Você machucaria o seu fabricante?

As luzes piscavam de maneira incessante, provocando espasmos na garota de cabelos azuis. Subiu de joelhos em sua cama, procurando pela voz grossa e sombria, sua vista estava embaraçada por conta das luzes piscando, e podia jurar que suas bonecas olhavam diretamente para ela.

As luzes se apagaram, deixando apenas a luz da lua entrar pelo vidro das janelas, Elizabeth olhou ao redor do cômodo que agora estava totalmente parado, mas ainda sentia o clima pesado, como se estivesse puxando sua alma para fora do corpo.

A madeira rangeu acima de sua cabeça, fazendo uma gota de suor escorrer pela lateral de seu rosto, foi então que o brilho esverdeado iluminou sua cabeça, e lá estava ele, Jason, o criador de brinquedos, com suas unhas afiadas junto á pele podre de seus braços e na lateral de seu rosto, seus fios vermelhos agora estavam brancos como a neve. Suas garras quebravam com facilidade a madeira azul da porta de onde estava saindo.

-Venha comigo, minha doce Elizabeth.

Jason's DollTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon