❧ 011 | maisy ❧

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ᴍᴀɪsʏ  ᴅᴀʀʟɪɴɢ 

Acordo com uma mão desconhecida sobre meu peito e me assusto. Me viro devagar e olho a cima do meu ombro, reconhecendo o homem.

Era meu ex chefe. Que me despediu ontem. O nojento que fica cheirando os dedos. Que eu odeio.

Como eu fui capaz de beber tanto ao ponto de vir para casa e dormir com essa coisa?

Francamente, Maisy, não espero mais nada vindo de você.

Tiro cuidadosamente sua mão de cima de mim e me levanto devagar, para ele não despertar. Puxo a coberta para cima para ver se estávamos vestidos, e bem... Eu estou de calcinha e sutiã e ele apenas de cueca e meias. Por acaso, essa é uma visão que eu nunca mais irei tirar da minha mente.

Corro para o banheiro e a primeira coisa que é faço é mandar mensagem perguntando para Daisy como ela foi capaz de me deixar vir para casa com ele. Ela respondeu em segundos, dizendo que eu a mordi e cuspi nela.

Bem feito.

Eu prometo que depois dessa noite, eu nunca mais bebo dessa forma na minha vida.

Bufo estressada comigo mesma, jogo água no meu rosto e dou início a minha rotina de manhã.

Escuto o barulho da minha cama e percebo que ele havia acordado. Reviro meus olhos só de pensar que irei ter que socializar com ele.

Saio do banheiro direto para a cozinha, totalmente ignorando a presença dele em meu quarto, mas sem antes me vestir com uma blusa longa.

Sento no sofá e fico pensando na merda que eu fiz na minha vida.

Eu transei com meu ex chefe, horas depois de ter dito que não iria mais transar com ninguém sem ter certeza de que ele seria o certo.

Bato minha mão na própria testa e me assunto com a voz grossa vindo da cozinha.

— Bom dia querida.

Reviro meus olhos.

— Vi que na cozinha não tem nada para comer, então eu vou passar na lanchonete da esquina e comprar um croissant. Você quer? — ele pergunta.

— Não, muito obrigada.

— Você ainda está brava pela demissão? — ele questiona, enquanto tomava uma xícara de café.

— Quem sabe?

— Pensei que já havia superado, já que a nossa noite foi um pouco louca. — ele riu. Babaca. — Bom, pelo menos do que eu me lembro. Você se lembra de alguma coisa?

— Não, e sinceramente, não tenho vontade de me lembrar. — dou de ombros, abrindo a minha geladeira e tomando suco.

— Você já pegou o jornal?

— Eu não assino. — minto.

Antes de que ele falasse mais alguma coisa, a campainha toca, me deixando confusa.

Quem seria em plenas oito e meia da manhã?

Atendo a porta e dou de cara com meu vizinho, 6A, Jack Gilinsky.

— Bom dia, 6C, peguei seu jornal. — ele disse com um enorme sorriso.

Peguei o jornal de sua mão e joguei longe.

— Eu não assino. — rosnei, o assustando.

— Tá bom. Eu posso ficar um pouco aqui? Eu tive um problema com meu apartamento, e acidentalmente me tranquei para fora do apê. — ele explicou, já entrando em meu apartamento. — Meu amigo está vindo resolver para mim.

— Ok, pode, mas... — eu dizia, antes de ser interrompida pelo cheirador de dedos.

— Olá, bom dia. — ele cumprimentou Jack com a mão que ele normalmente enfia nos lugares onde o sol - felizmente - não bate.

Faço cara de nojo para a cena em que vivenciei.

— Não sabia que a 6C namorava. — comentou Jack, com uma de suas sobrancelhas grossas arqueadas.

— Mas eu não namoro. — respondo rapidamente.

— Eu preciso ir, May. — Will disse.

— Ok, tchau. — falei, pronta para abrir a porta, porém ele foi mais rápido e me suspendeu, tirando meus pés do chão, me deixando cara a cara com ele e grudou seus lábios nos meus num selinho desajeitado. — Tchau, Maisy. Nos vemos por aí. — ele concluiu, após me por de volta no chão.

Abro a porta e ele saí, indo até o elevador.

— Espero nunca mais vê-lo na minha vida. — digo para Jack.

— E eu nunca mais vou tirar essa cena ridícula da minha mente! — ele zoa, dando risada.

— Eu te mandaria tomar no cu se fôssemos amigos... — comento enquanto fecho a porta.

Mas me surpreendo ao ver uma garota alta e loira saindo de seu apartamento.

 — Eu acho que aquela garota que acabou de sair do seu apê poderia resolver seu problema!

— Ela era o problema. — ele sorri culpado.

— Então mentiu para mim?

— Eu não gosto de acordar com gente melosa. Elas acordam querendo carinho, amor, essas coisas de garotas. Não tenho paciência. — ele explica.

— Então mentiu para mim? — repito

— Foi mal, 6C! — disse ele, se levantando do meu sofá e vindo até mim, que me encontro ao lado da porta. — Obrigado por me abrigar até a... É, eu não faço a mínima ideia de qual é o nome dela. Vamos chamá-la de Bárbara! Obrigado por me abrigar até a Bárbara sair! Você é uma ótima amiga. — disse ele, abrindo a porta, após me deixar um beijo na bochecha.

— Não somos amigos. — constatei. — Somos vizinhos.

— Bom, pelo meu instinto de detetive, é fato, 6C. Nos seguimos no Instagram. Quando eu preciso de alguma coisa, você me dá. E vice e versa. Somos amigos sim! — ele explicou, já da porta de seu apê.

— Primeiro: "instinto de detetive"? — perguntei — Segundo: Isso é coisa de vizinhos, não amigos.

— Meu pai é detetive, eu cresci com ele, e sei algumas coisas. Sem falar do fato que eu sou fã número um de Brooklyn Nine Nine. — explica. — E somos amigos sim! Pare de ser grossa comigo!

— Tchau, Jack!

— Tchau, 6C!

———

uma dúvida: pra vocês, aparece um travessão ou hífen nos diálogos?

𝐖𝐇𝐀𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐍𝐔𝐌𝐁𝐄𝐑? · 𝒋𝒇𝒈Onde as histórias ganham vida. Descobre agora